agosto 20, 2014

A Seleção - Kiera Cass (A Seleção #1)

Título Original: The Selection
Autor: Kiera Cass
Editora: Seguinte
Páginas: 368
Gênero: Ficção, Romance
País: EUA
ISBN: 9788565765015
Classificação★★★★☆
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A Seleção é um daqueles livros que nos fazem ter medo do futuro. Kiera Cass, dentro de um conto de fadas moderno, trouxe também uma distopia completamente plausível. E num futuro não muito distante, podemos viver numa sociedade como a do livro. Após a Quarta Guerra Mundial, os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China, depois chamado de Illéa. A nação é organizada por castas e cada casta determina não só o poder aquisitivo daqueles cidadãos, mas também suas profissões e funções na sociedade.

A narrativa foi diversas vezes comparada à de Jogos Vorazes e tal comparação é compreensível, pois do ponto de vista político, elas preveem o que nosso planeta pode enfrentar nos próximos anos. Além da questão política e econômica, há a desigualdade, o preconceito e tantos outros males da sociedade que já existem hoje em dia. As castas só tornaram isso mais evidente.

América Singer é uma jovem que faz parte da casta Cinco. Os Cinco devem ser, em geral, artistas. Não é possível mudar essa designação, quem você é e o que você faz já está determinado antes mesmo de você nascer. Ela vive em uma casa simples, com sua família e sonha em se casar com seu primeiro amor, Aspen.

O problema é que Aspen é de uma casta inferior, a Seis, a dos trabalhadores braçais. Segundo as leis, uma moça não deve se casar com um rapaz de casta inferior à dela e isso vai fazer com que eles mantenham esse namoro proibido em segredo por um bom tempo. Para América não importa que ele seja um Seis, ele é o Aspen. O garoto com quem ela quer dividir sua vida. O garoto que ela ama.

É quando surge para todas as jovens moças de Illéa uma oportunidade incrível. O rei está procurando uma esposa para seu filho, o príncipe Maxon. Meninas de todos os lugares do país sonham com essa oportunidade, menos América. Ela sabe que seu coração é de Aspen e não quer ser da casta Um. Para ela nada daquilo importa. Mas para Aspen importa. 

O rapaz faz com que ela se inscreva e que pelo menos tente. É uma chance dela mudar sua vida para sempre e também a de sua família. Atendendo ao apelo do namorado, América se inscreve na Seleção, sem muita pretensão de ser chamada, afinal, as chances são de uma em um milhão. Por incrível que pareça, ela é convocada e Aspen decide deixá-la livre. Ele termina tudo com ela, para que assim, quem sabe, ela possa ter uma vida melhor do que a que teria com ele.

Indignada, América devolve a Aspen todo o dinheiro que tinha juntado para casar com ele e parte para a competição. Ela vai determinada a não ganhar, mas ficar o máximo de tempo possível, para que sua família receba os mantimentos e benefícios que o programa oferece. Além disso, ela também quer se afastar do amor da sua vida, que parece não entender que não há nada mais valioso na vida do que o amor.

Já no palácio, ela tem certeza de que o príncipe é apenas um riquinho arrogante e metido a besta. Quem já assistiu a série televisiva The Bachelor, imagina exatamente como é a Seleção. Quando tem a oportunidade de conhecê-lo melhor, ela vai perceber que estava completamente enganada e que Maxon é um rapaz maravilhoso, justo, digno e honesto. Além de bonito, claro. Com o coração ainda dilacerado pelo fim do namoro, ela abre o jogo com o príncipe e diz o real motivo de estar lá. Eles se tornam bons amigos e enquanto a Seleção segue, América vai questionar seus próprios sentimentos por Maxon e por Aspen diversas vezes. 

A saga divide opiniões entre os dois pretendentes de Meri. Com o olhar leigo e apaixonado de quem só leu o primeiro livro, sou #teamaspen. Mas confesso que achei muito compreensível América sentir dúvidas sobre seus sentimentos por Maxon, ele é uma fofura só. Confesso que eu não gostaria de estar no lugar dela, a decisão é difícil. Numa sociedade estratificada e segregada, seu coração parece ainda mais dividido por esses dois rapazes que são incríveis, cada um à sua maneira. E você, já decidiu por quem vai torcer?

" (...) - E se você me ama, vai fazer isso, para que eu não fique louco de tanto pensar no que poderia ter acontecido.
Quando se pôs como vítima, ele ganhou: eu era incapaz de magoá-lo. Fazia de tudo para facilitar a vida dele. E estava certa: não havia nenhuma chance de ser escolhida. Assim, tudo o que precisava fazer era me submeter ao processo e agradar a todos. Depois, quando não fosse sorteada, o assunto seria esquecido.
- Por favor? - Aspen suspirou no meu ouvido, e eu pude sentir um arrepio por todo o corpo.
- Certo - sussurrei. - Vou me inscrever. Mas sei que não quero ser princesa. Tudo o que eu quero é ficar com você.
Ele passou a mão no meu cabelo.
- E você vai ficar.
Acho que foi a luz, ou a falta dela, mas juro que os olhos dele marejaram quando disse isso." (p. 29)

Sinopse: Para trinta e cinco garotas, a “Seleção” é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China e mais recentemente a Illéa, um país jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne moças de dezesseis e vinte anos de todas as partes para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar de uma realidade imposta a elas ainda no berço. É a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para um mundo de vestidos deslumbrantes e joias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Maxon e um dia ser a rainha.

Para America Singer, no entanto, uma artista da casta Cinco, estar entre as Selecionadas é um pesadelo. Significa deixar para trás Aspen, o rapaz que realmente ama e que está uma casta abaixo dela. Significa abandonar sua família e seu lar para entrar em uma disputa ferrenha por uma coroa que ela não quer. E viver em um palácio sob a ameaça constante de ataques rebeldes.

Então America conhece pessoalmente o príncipe. Bondoso, educado, engraçado e muito, muito charmoso, Maxon não é nada do que se poderia esperar. Eles formam uma aliança, e, aos poucos, America começa a refletir sobre tudo o que tinha planejado para si mesma — e percebe que a vida com que sempre sonhou talvez não seja nada comparada ao futuro que ela nunca tinha ousado imaginar.

"- Ele também será um homem de sorte - o príncipe comentou, descendo de seu assento improvisado e andando para o meu lado da sacada.
- Hein?
- Seu namorado. Quando ele cair em si e implorar seu perdão.
Maxon disse isso sem rodeios, e eu tive que rir. Isso nunca aconteceria no meu mundo.
- Ele não é mais meu namorado. E deixou bem claro que terminou comigo.
- Impossível. Ele deve ter visto você na tv e se apaixonado mais uma vez. Embora, na minha opinião, você continue a ser areia demais para o caminhãozinho dele.
(...) - A propósito - ele prosseguiu, elevando um pouco a voz -, se você não quiser que eu me apaixone, não pode ficar assim tão linda." (p. 275)


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