dezembro 18, 2014

[Livros] A Menina Que Não Sabia Ler #2 - John Harding

Título Original: The Girl Who Couldn't Read
Autor: John Harding
Editora: Leya
Páginas: 288
Gênero: Ficção, Suspense
País: Reino Unido
ISBN: 9788544100196
Classificação★★★★☆
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Se você leu o primeiro volume de 'A Menina Que Não Sabia Ler', sabe que John Harding gosta de chocar seus leitores. Depois de um final tão impactante, não se podia esperar uma continuação muito sã da parte do autor. Em um misto de loucura e suspense, vamos conhecer a história do Dr. Shepherd, um médico que começa a trabalhar numa misteriosa clínica para doentes mentais. 

Fugindo de seu passado, ele espera recomeçar a sua vida em um novo lugar. A oportunidade surge e ele descobre um sanatório que necessita de médicos psiquiatras. A instituição do Dr. Morgan fica em uma ilha pequena - o que torna tudo ainda mais sinistro - e logo o Dr. Shepherd vai descobrir que os métodos psiquiátricos utilizados lá são bem controversos e alguns chegam a ser cruéis. As internas são submetidas a dolorosas privações e os enfermeiros parecem esconder segredos ainda maiores do que esses maus tratos.

Inconformado com as técnicas absurdas de tratamento empregadas na clínica, o médico pede ao diretor do sanatório uma chance de provar sua tese. Segundo ele, com tratamento adequado, respeito e boas condições de vida, uma pessoa considerada louca pode retomar o convívio social. Ao observar uma interna bastante peculiar, Shepherd decide usá-la como cobaia.

A interna - Jane Pomba, como foi apelidada pelas enfermeiras - sofre de amnésia. Ela foi encontrada nas ruas e diz não se lembrar de nada. Além disso, Jane também não sabe ler e escrever. Considerada incapaz de viver sozinha, foi mandada para lá. O doutor porém vai se afeiçoando a sua paciente e isso pode prejudicar sua posição na clínica, em todos os sentidos.

Num clima bem Edgar Allan Poe, com pequenas citações a Shakespeare, a história densa vai afligindo o leitor e cada virar de página traz uma revelação. Não é um livro fácil, mas é bem menos chocante que seu antecessor. As conexões com o primeiro livro são desenhadas pelo autor já bem próximo ao fim do livro e a protagonista Florence volta para nos deixar em dúvida mais uma vez sobre sua sanidade.

"Na parede, com letras elegantes, havia uma inscrição: 'Enquanto viver, tenho esperança'. Balancei a cabeça diante da ironia da frase; bastava olhar para aquelas pobres mulheres se arrastando para ver que não havia nenhuma verdade em suas palavras." (p. 26)

Sinopse: Um acidente de trem. Uma identidade trocada. Os detalhes poderão mudar o rumo dessa história... Depois de viver presa num mundo obscuro, assustador e sem palavras em 'A menina que não sabia ler', a pequena Florence viverá uma nova e misteriosa aventura onde nada é realmente o que aparenta ser e todos podem se tornar inimigos em potencial. Mas onde ela encontrará uma saída? Um aliado? O misterioso médico John Shepherd busca um recomeço para sua vida em um lugar nada promissor - uma ilha que funciona como uma clínica psiquiátrica exclusivamente para mulheres. 

Nesse antro de segredos e sofrimento, Shepherd tentará esquecer seus pecados devolvendo a humanidade às pacientes. A primeira em quem vai experimentar sua doutrina de cuidados, o 'tratamento moral', é uma atraente jovem pálida de cabelos escuros que não se lembra do próprio nome, fala de modo estranho e não consegue saber quando e como chegou àquele lugar. Por que afinal ela desperta tanto a curiosidade do médico? Entre pacientes mais inteligentes que as próprias enfermeiras responsáveis por elas, segredos por todos os lados e figuras assombrosas (e assombradas) percorrendo misteriosamente os corredores da clínica durante a noite, as vidas de Florence e John Shepherd estarão mais ligadas do que podemos imaginar... Arrisque-se e tente achar uma saída no labirinto claustrofóbico criado em 'A menina que não sabia ler volume 2'.

"- Em nenhum momento eu disse que você era louca. Você acha que é louca?
- Bom, estou em um hospício, então acho que devo ser. Mas o senhor também está aqui e não se acha louco.
- É porque sou médico. Você é uma paciente. Estamos aqui por motivos diferentes. 
Ela olhou pra mim como se soubesse de algo.
- Estamos, senhor? De verdade?" (p. 79)


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