setembro 08, 2015

[Livros] O Resgate no Mar - Parte I - Diana Gabaldon (Outlander #3)

Título Original: Voyager
Autor: Diana Gabaldon
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 592
Gênero: Ficção, Romance Histórico
País: EUA
ISBN: 9788567296388
Classificação★★★★☆
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Fantástico, incrível e absurdamente bem escrito. A história de Diana Gabaldon, já considerada um dos melhores romances de todos os tempos, toma novos rumos neste terceiro volume e conduz o leitor a uma nova jornada através do tempo. É, de fato, o livro menos intenso – até agora – da coleção, mas não deixa de emocionar e comover o leitor como os todos os outros livros da série Outlander costumam fazer. 

Vinte anos se passaram desde que Claire voltou no tempo e conheceu Jamie Fraser. No livro anterior, pudemos ver o que aconteceu com Claire depois que ela decidiu voltar a seu próprio tempo para salvar seu bebê, Brianna. Desta vez, temos a perspectiva de Jamie sobre esses vinte anos desde a separação. 

Com relatos brutais e extremamente detalhados, a autora narra o que sucedeu a batalha de Culloden e como o escocês sobreviveu ao massacre. Mais uma vez o coração do leitor é partido e sofre junto do protagonista que parece pagar pelos pecados do mundo. A ingenuidade e inocência de Fraser dão lugar a experiência e esperteza adquirida com o passar dos anos. Ainda é o garoto que dizia estar pronto, mas agora com mais idade, mais cicatrizes e, principalmente, mais coragem.

Em uma narrativa que intercala o tempo e também a perspectiva, vemos também como Claire tem lidado com a notícia de que o amor de sua vida pode estar vivo. O desespero e a saudade que permearam os anos de separação começam a se transformar na esperança de ver seu marido novamente. Confesso que esperava mais do reencontro, assim como desejei outro final para Frank Randall. 

Preciso ressaltar uma passagem que, na minha opinião, foi uma das melhores. Diana Gabaldon utilizou metalinguagem para responder às críticas constantes à sua narrativa detalhista e seu costume de escrever livros com mais de mil páginas. Em uma determinada cena, temos um diálogo entre Jamie e o major Grey, eles falam sobre livros. O oficial, então, pergunta para Fraser o que ele acha de autores que escrevem livros demasiadamente longos e se isso seria uma espécie de falta de habilidade de contar histórias. De maneira brilhante, Jamie responde a Grey que algumas histórias simplesmente exigem mais espaço para serem contadas.

A tradução da editora deixou a desejar em alguns momentos, em especial ao tentar traduzir expressões. Por favor, tradutores, deixem no original, traduzam literalmente ou coloquem notas de rodapé. Adaptar as expressões procurando "equivalências" não dá certo. Um exemplo que me indignou foi que a expressão inglesa 'In for a penny, in for a pound" foi "traduzida" para a expressão portuguesa "Perdido por um, perdido por mil". São duas expressões de origens distintas e significados mais distintos ainda e a portuguesa não se encaixa no contexto, além de ter sido criada depois do tempo da história. No geral, a diagramação e revisão estão excelentes, só a tradução que poderia ter sido mais cuidadosa.

Depois do final alucinante de A Libélula no Âmbar, a primeira parte de O Resgate no Mar trouxe um pouco de fôlego à narrativa e deixou um gosto agridoce na boca. Alguns acontecimentos me indignaram, outros me fizeram chorar, mas como sempre, Gabaldon me surpreendeu positivamente. O Resgate no Mar - parte um, só fez aumentar meu amor por viagens no tempo, romances históricos e Jamie Fraser. Doida para voltar ao círculo de pedras e devorar o próximo volume da saga Outlander. 

"(...) É forte e é bom, mas não é amor. 
- Qual a diferença?
Ele esfregou o rosto com força. Ela iria ser uma filósofa, pensou ele ironicamente. Inspirou fundo e expirou com força antes de responder.
- Bem, o amor é por uma única pessoa. Isso, que você sente por mim, você pode sentir por qualquer homem, não é particular.
Somente uma pessoa. Afastou o pensamento de Claire com firmeza e, exausto, inclinou-se mais uma vez em seu trabalho." (p. 264)

Sinopse: Há vinte anos Claire Randall voltou no tempo e encontrou o amor da sua vida – Jamie Fraser, um escocês do século XVIII. Mas, desde que voltara à sua própria época, ela pensava que ele tinha sido morto na Batalha de Culloden. Agora, em 1968, que seu amado pode estar vivo. A memória do guerreiro escocês não a abandona... seu corpo e sua alma chamam por ele em seus sonhos. Claire terá que fazer uma escolha: voltar para Jamie ou ficar com Brianna, a filha dos dois?

Jamie, por sua vez, está perdido. Os ingleses se recusaram a matá-lo depois de sufocarem a revolta de que ele fazia parte. Longe de sua amada e em meio a um país devastado pela guerra e pela fome, o rapaz precisa retomar sua vida.

As intrigas ficam cada vez mais perigosas e, à medida, que tempo e espaço se misturam, Claire e Jamie têm que encontrar a força e a coragem necessárias para enfrentar o desconhecido. Nesta viagem audaciosa, será que eles vão conseguir se reencontrar?

"- Comigo, desde o começo foi para sempre, Sassenach - disse ele, simplesmente." (p. 424)

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