setembro 10, 2015

[Livros] A Rainha Vermelha - Victoria Aveyard (A Rainha Vermelha #1)

Título Original: Red Queen
Autor: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Páginas: 424
Gênero: Distopia, YA, Ficção, Fantasia
País: EUA
ISBN: 9788565765695
Classificação★★★★★
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A Rainha Vermelha é, sem dúvida, uma leitura memorável. Victoria Aveyard reúne os melhores elementos de várias outras distopias e as costura com maestria numa trama intrincada e inteligente. Com uma forte critica à sociedade, aos valores e às relações estabelecidas pelo poder, essa mistura de distopia e fantasia traz um retrato futurístico e surreal do que a humanidade, de fato, poderia ser. Poderes especiais, intrigas políticas e uma verdade absoluta: nem todo mundo é o que parece ser

A premissa de quase todas as distopias é a mesma: uma sociedade pós-apocalíptica que vive sob um governo ditatorial. O diferencial é que o poder está nas mãos de quem é, literalmente, poderoso. As pessoas que possuem habilidades especiais são consideradas superiores e comandam a nação, eles são como deuses. A metáfora é clara, óbvia e talvez por isso, tão fantástica. 

A divisão é feita pela cor do sangue: prateado ou vermelho. Os que possuem sangue prateado possuem poderes, são especiais e "superiores", enquanto que os de sangue vermelho são considerados escravos, fracos, "inferiores". Os poderes dos prateados variam muito e vão desde a manipulação de elementos até habilidades psíquicas. Sua força é exibida sempre que possível, para que os vermelhos nunca esqueçam que são fracos e submissos.

Mare Barrow vem de uma família de vermelhos. Todos são humildes, trabalhadores e vivem no limite da pobreza. Sem uma profissão, Mare se prepara para seu destino certo: se tornar soldado. O país envia milhares de vermelhos todos os dias para lutar, morrer e defender o que é dos prateados. Com medo do que a aguarda, a garota decide fugir de seu destino. E é quando as coisas começam a mudar.

Seu melhor amigo Kilorn também será enviado para o exército e com medo de perdê-lo, Mare decide pedir ajuda a um contrabandista. Em troca de sua "liberdade", o negociador pede uma alta quantia em dinheiro e enquanto tenta roubar o valor necessário, a garota se vê em uma situação desesperadora. Por acaso, a jovem conhece um rapaz que poderá mudar sua vida para sempre. 

Do dia para a noite, Mare é convocada para servir ao palácio do rei. Não é algo que Mare quisesse fazer, mas quando a outra opção é a morte, aceita-se qualquer coisa. Enquanto serve os esnobes e egocêntricos convidados do rei, um acidente revela que ela possui poderes tão - ou mais - extraordinários que os dos prateados. Começa então, um jogo político que tenta esconder seu sangue, sua ideologia e seu poder.

A Rainha Vermelha é o primeiro volume de uma trilogia que promete conquistar muitos leitores. Com adrenalina, emoção, fúria e uma pitada (bastante insignificante) de romance é uma daquelas leituras que cativam. Não consegui eleger um personagem favorito (dentre os protagonistas). Não há uma conexão muito profunda com nenhum deles e muito menos com a protagonista. Os príncipes Cal e Maven são misteriosos e encantadores - até certo ponto, e Kilorn é reservado demais, apesar de corajoso. O quadrado amoroso entre esses personagens não é interessante e talvez este seja o único ponto negativo da obra. Temos três caras lindos e incríveis que se interessam por uma garota irritante e insuportável que só pensa em liderar uma revolução. Qualquer semelhança com 'A Seleção' de Kiera Cass e 'Jogos Vorazes' de Suzane Collins é mera coincidência.

Eu poderia escrever muito sobre esta história, mas não seria suficiente para transmitir o quanto essa história me fez pensar. O livro de Victoria Aveyard é uma enorme colcha de retalhos. São várias histórias e referências misturadas de forma brilhante e, apesar, de serem inspiradas em outros livros, a autora conseguiu com que tudo isso, de uma forma única, fizesse sentido. Em tempos difíceis para nós, que também temos sangue vermelho, distopias como esta, instigam, questionam, invocam o espírito de uma revolução, mesmo que apenas em nossas próprias mentes.

"Há muito tempo ele nos chamou de formigas, formigas vermelhas ardendo sob a luz de um sol prateado. Destruídas pela grandeza dos outros, quase derrotadas na batalha pelo nosso direito de existir, porque não somos especiais." (p. 55)

Sinopse: Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho?

Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe - e Mare contra seu próprio coração.

"- A revolução precisa de uma faísca para começar - sussurro, repetindo o que Julian diria nas aulas. Até faíscas queimam." (p. 209)


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