outubro 29, 2015

[Eventos] Encontro de Livreiros - Sextante & Arqueiro


Olá queridos, ontem (28/20) aconteceu no Espaço Itaú de Cinema no Shopping Frei Caneca, mais um Encontro de Livreiros da Editora Sextante. O evento, que reúne vendedores de livros e blogueiros literários, costuma trazer os últimos lançamentos da editora e as tendências do mercado editorial. Nesta edição não foi diferente e a apresentação incrível do marketing da Sextante e Arqueiro deixou os espectadores empolgados com tudo o que vem por aí. 

Os donos da editora falaram sobre a paixão pelo que fazem e sobre o quanto estavam contentes com o retorno de todos. Números, estimativas e as predileções do mercado literário foram passadas para os presentes e nós, intermediários do processo de venda, pudemos ver como somos importantes nesse sistema. 

Bem organizado e estruturado, o evento abordou todos os lançamentos de Novembro das duas editoras - que na verdade são uma só - e trouxe algumas previsões de séries para 2016. 

Houve também uma palestra absurdamente comovente com a criadora do Instituto Beleza Natura, Zica Assis, que foi de diarista humilde a empresária, presente na lista de pessoas mais influentes do país. Sua perseverança, amor-próprio, força de vontade foram inspiradores e todos se emocionaram com essa simpatia de pessoa. Além de linda, confiante e divertida, dona Zica deu um show ao contar sua história. Foi fantástico!

Um delicioso café-da-manhã foi preparado para os presentes e após o evento recebemos sacolas com muitos brindes: ecobag personalizada, três livros que foram apresentados, marcadores, calendário, bottons e muito mais. O Espaço Itaú de Cinema cedeu uma sala grande e confortável para a apresentação e confesso, foi um dos melhores filmes que já assisti! Um evento completo e muito divertido, o Encontro de Livreiros mostrou que o investimento das grandes editoras em seus funcionários e parceiros tem retorno: em dinheiro e em amor. <3 

outubro 27, 2015

[Livros] Cartas Para Você - Duda Razzera

Título Original: Cartas Para Você
Autor: Duda Razzera
Editora: Novo Século
Páginas: 216
Gênero: Romance, Cartas, Ficção
País: Brasil
ISBN: 9788542801620
Classificação★★★☆☆
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Angustiante, intenso e verdadeiro. Cartas Para Você não é uma leitura fácil, pelo contrário, a força narrativa da autora nos envolve e faz com que nos compadeçamos da dor que carrega a protagonista. É dito que um bom autor consegue transmitir sentimentos ao invés de palavras e se me permitem dizer, Duda Razzera acabou comigo.

Escrito em forma de diário, parte da narrativa foi inspirada na história da própria autora. A protagonista enfrenta momentos difíceis de luto, dor e solidão e, por conta disso, entra numa depressão sem fim. Com repetição excessiva de lamentações, o diário de Georgia é um pedido de socorro, um pedido que muitos já devem ter se feito em algum momento. A jovem não consegue ver as coisas boas, apenas o sofrimento, a infelicidade e a tristeza.

Após perder o pai, Georgia fica completamente sem rumo. Perder alguém é difícil, mas perder a pessoa a quem mais se ama é devastador. A dor excruciante, que parece nunca passar, dilacera cada pedaço do seu coração, a cada minuto do dia. O livro relata detalhadamente todo o processo do luto e as tentativas da protagonista para seguir em frente com sua vida ou com o que restou dela. Seguir em frente significa aceitar a perda e a Aceitação é alguém que Georgia se recusa a ver.

O caminho é árduo e toda a pressão sob uma jovem garota despreparada e extremamente dependente do pai culmina em transtornos de ansiedade, insegurança e depressão. Georgia é aconselhada a escrever cartas endereçadas à Aceitação e esse exercício vai, aos poucos, ajudando sua percepção da morte do pai. A saudade não diminui, mas passa a doer um pouco menos com o tempo. Frases e citações de personalidades famosas abrilhantam o livro e dão ênfase aos sentimentos da garota, intensos e profundos.

Georgia enfrenta todos os dramas adolescentes e as crises que marcam o início da fase adulta, como o primeiro emprego, faculdade, namorado e as brigas familiares, tudo isso em sua pior fase. Seu humor, assim como a narrativa, sofre diversas alterações, em especial, após o uso de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos (quem já tomou sabe o quanto isso nos deixa confusos). Em alguns momentos algumas atitudes da protagonista são contraditórias e isso se deve ao fato de seu estado de espírito também o ser.

É um livro bonito sobre como uma pessoa pode lidar com toda a dor que contém dentro de si. Escrever cartas, um diário, um blog, o que seja, pode te ajudar a lidar com os maus momentos, mas você também deve procurar ajuda, como Georgia fez. A depressão é uma doença séria e com ajuda adequada pode ser tratada. Não se esqueça, nem toda a dor do mundo merece que você se deixe vencer. Se a vida parecer difícil demais e você sentir saudades de alguém que se foi, lembre-se que você a carrega em seu coração e memória. E isso nunca vai embora. 

"Quando eu tinha dezenove anos e estava sentada na minha cama como uma alucinada chorando por causa do fim do meu namoro de um ano e meio achando que eu nunca mais conseguiria ser feliz meu pai disse pra mim: “Filha, vai passar. A dor de terminar um namoro é como quando a gente perde alguém. Sofremos por um tempo e depois nos acostumamos."
E eu concordei com meu pai. Porque ele sempre estava certo.
Quase três anos depois descobri, do jeito mais difícil, que meu pai se enganou: levar um pé na bunda nem se compara a perder alguém." (p. 11)

Sinopse: A história retrata a vida de Georgia Castro, uma menina mulher em seus vinte e dois anos que acabou de perder o pai. Inconformada com a morte de seu pai - e também melhor amigo, Georgia entra em depressão. Sua psicóloga aconselha-a a escrever para o seu pai ou manter um diário pois Georgia gosta muito de escrever.

A partir daí, Georgia começa a escrever cartas para a Aceitação, pedindo para que ela bate à sua porta.As cartas são uma espécie de diário e Georgia trata a Aceitação como sua confidente. Ela conta sobre a história de amor de seus pais, sobre a história de sua família, o falecimento de seu pai e as intrigas em família que decorreram do falecimento.

Além da questão familiar e do processo de luto, Georgia também desabafa sobre sua vida amorosa, pois o cara de quem gostava não quis mais ficar com ela após a morte de seu pai. Com mais essa perda, ela começa a lembrar do péssimo ex-namorado que marcou muito a vida dela e da sucessão de casos amorosos mal sucedidos depois dele.

Tentando seguir a vida, Georgia termina a faculdade de Economia e conta sobre a formatura, o primeiro emprego, suas saídas com os amigos e novos amores. Basicamente, Cartas para você conta o processo de superação da morte de seu pai, sobre amadurecer e confiar em si mesma para tomar as decisões e acima de tudo, voltar a viver mesmo sentindo saudade.

"Eu sinto que cada vez vou afundar mais, embornecer mais e me sentir mais sozinha.
Nada expressa melhor o que estou sentindo do que a tão famosa frase de Clarice Lispector nas minhas aulas de português do ensino médio, parafraseando: 'Em que maldito espelho ficou perdida a minha face?'
Não sei mais quem eu sou, não reconheço a pessoa que estou sendo e queria achar um caminho." (p. 23)

outubro 24, 2015

[Livros] Desejo Proibido - Sophie Jackson (Desejo Proibido #1)

Título Original: A Pound Of Flesh #1
Autor: Sophie Jackson
Editora: Arqueiro
Páginas: 416
Gênero: Ficção, Romance, Hot
País: EUA
ISBN: 9788580414509
Classificação: ★

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Sexy, inteligente e viciante. Desejo Proibido, livro de estreia de Sophie Jackson, é simplesmente uma perdição. Com personagens além dos estereótipos e uma trama ambientada numa penitenciária, a autora inova nos romances hot, trazendo algo diferente, interessante.

Sophie nos apresenta um personagem contraditório: um rapaz que foi preso por tráfico de drogas. Parte bandido, parte cavalheiro, o protagonista vai de um extremo a outro sendo julgado e criticado, inclusive pelo leitor. Como qualquer um de nós, Carter cometeu erros e paga por eles. Mas como a sociedade encara um presidiário? Confesso que não sou nem um pouco ativista de Direitos Humanos, muito pelo contrário, mas o que a autora propõe é um olhar mais apurado para a criminalidade e traz, principalmente, a noção de que apesar de bandidos, muitos dos que cumprem pena são apenas pessoas que fizeram escolhas erradas. Muitos, não todos, ok? 

A complexidade de Carter, sua história e os motivos que o levaram a fazer o que fez são comoventes e por trás da fortaleza de raiva, tatuagens e grosserias há um cara que só quer proteger as pessoas que ama. Todos temos histórias tristes para contar e erros para carregar, a gravidade de um ou de outro é relativa. Ninguém é completamente bom, nem completamente mau.

Anos após a morte do pai, Katherine ainda tem pesadelos com o dia em que ele foi assassinado. As lembranças da brutalidade dos bandidos, porém, são interrompidas pela memória de seu salvador. Um rapaz a afastou do pai, naquela noite e salvou sua vida. Antes de morrer, o pai a fez prometer que sempre retribuiria tudo o que aprendeu e assim, ela decidiu ser professora e dar aulas na penitenciária de Arthur Kill. Era sua dívida com o pai, com seu salvador, com o mundo.

Wesley Carter é um badboy metido a valentão. Provocador, insolente e briguento, o jovem é um problema dentro e fora da cadeia. Seu pavio curto fez sua fama e nem mesmo o diretor do presídio consegue aturá-lo. Quando seu advogado o alerta sobre a condicional e a possibilidade de sair daquele lugar, Carter decide se esforçar para conseguir sua liberdade. E isso inclui frequentar as aulas de literatura da professora Katherine Lane. 

A tensão entre os dois é perceptível e ao mesmo tempo que se desprezam os dois se atraem. Errado, anti-ético, ilegal, imoral, Katherine está ciente de todas as complicações que uma relação com um aluno - ainda por cima um detento - pode causar, mas ainda assim, não consegue parar de pensar naqueles olhos azuis, e naquele corpo sarado. Enquanto isso, Carter também se interessa pela ruiva de corpo escultural que fala sobre poesia e para piorar as coisas - ou não -, ele também adora literatura. Em meio a discussões literárias quentes os dois vão perceber que um desejo proibido pode por tudo a perder, desde a liberdade, o trabalho até a sanidade dos amantes.

Wes e Katherine são um casal bastante ardente, não são o típico casal badboy/virgem e mostram que boas histórias não precisam se basear em clichês e módulos prontos. Os dois desafiam tudo e todos para viverem sua paixão, até mesmo suas próprias famílias. Com erotismo na medida certa, os momentos mais quentes são de extremo bom gosto e a escrita de Jackson não é prolixa ou repetitiva, pelo contrário, é fluida e interessante. O protagonista bonitão e sensual é provocador e intenso e com certeza - assim como Kat - caí de amores por ele. 

Sophie fez uma estreia literária genial. Sua obra traz fortes referências à Shakespeare, inclusive, o título original em inglês, 'Uma Libra de Carne', é uma expressão utilizada em O Mercador de Veneza que significa 'uma dívida'. O tema permeia o livro e a dívida que cada um dos personagens carrega é maior que suas próprias vidas e motiva cada uma de suas ações, boas e ruins. O que Sophie quis dizer com essa bela história de amor é que todos temos nossas libras de carne, umas mais pesadas que outras, mas todas igualmente significativas. E se a paixão, o desejo e o amor também forem libras de carne, que nós estejamos todos muito endividados.

"- Não tenho medo de você.
- Ah, Srta, Lane, não me provoque.
Ele sorriu de um jeito sexy. 
(...)
- Você deveria ter medo, Pêssegos - murmurou ele. - Já fiz coisas que fariam sua linda cabecinha pirar, e você estando assim tão perto - ele apontou com o queixo para o espaço entre eles e seus olhares se encontraram - bem, me faz querer ser mau de novo." (p. 67)

Sinopse: Primeiro livro de uma trilogia, Desejo proibido é uma história de amor e redenção, de universos distantes que se aproximam e se fundem numa paixão avassaladora. Seu amor é proibido, mas não pode ser ignorado. Katherine Lane nasceu em berço de ouro. Filha e neta de senadores, a bela ruiva de olhos verdes e curvas perfeitas se formou em Literatura e surpreendeu a todos ao decidir dar aulas em uma penitenciária. Mas quando Carter, um detento inteligente e perigosamente sexy, desperta ao mesmo tempo a raiva e o desejo de Kat, ela é forçada a admitir para si mesma que a decisão de lhe dar aulas particulares pode ter sido motivada não pela generosidade, mas sim pela crescente atração entre os dois. 

Embora a família e os amigos de Kat temam que a paixão destrua sua carreira e sua vida, tudo o que ela quer é ficar com esse homem que a faz sentir-se completa. Porém Carter guarda um segredo que tanto pode unir seus destinos para sempre quanto afastá-los de uma vez por todas. "Bem escrito e viciante. Impossível parar de ler." - The Romance Cover

"(...) - Quero ajudar você como eu puder. 
A boca de Carter se contorceu.
- Por quê?
Kat sorriu.
- Porque adoro me castigar. 
Carter tossiu para disfarçar sua risada de surpresa.
- Justo. Por um momento, achei que fosse só porque você queria ficar perto do meu corpinho sarado sem o guardas e as câmeras por perto. 
Mas tudo bem." (p. 83)


outubro 21, 2015

[Vídeos] Trilogia 'Blue Neibourhood' - Troye Sivan

Você já ouviu falar de Troye Sivan e a trilogia 'Blue Neibourhood'? 


O australiano de vinte anos tem feito muito sucesso com suas composições repletas de sentimento e melodias fofas que fazem qualquer um se apaixonar por suas músicas. Seu mais novo trabalho foi a produção de três videoclipes para as músicas Wild, Fools e Talk Me Down e entrando na onda das trilogias de clipes musicais, decidiu dar vida ao projeto Blue Neibourhood.

Ator de teatro e vlogger, o jovem decidiu contar uma história bonita sobre dois garotos que se apaixonam. O resultado, que foi fracionado nos três vídeos, é absurdamente lindo. Desde a atuação, a fotografia até as composições. É um trabalho emocionante e que faz a nossa sociedade - ainda tão preconceituosa - questionar o motivo de algo tão bonito quanto o amor ser considerado tão errado. 



Fonte:TroyeSivan

outubro 20, 2015

[Livros] Meu Romeu - Leisa Rayven (Starcrossed #1)

Título Original: Bad Romeo
Autor: Leisa Rayven
Editora: Globo Alt
Páginas: 407
Gênero: Ficção, Romance, New Adult
País: Austrália
ISBN
9788525058621
Classificação: ★

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Um new adult de tirar o fôlego, Meu Romeu é absurdamente viciante, assim como seu protagonista - Ethan Holt. A trama sedutora, instigante e bem desenvolvida cativa os leitores e faz com que a plateia aplauda a narrativa de Leisa Rayven ao final do espetáculo - livro. Foi uma das melhores leituras do ano, definitivamente.

Ambientado no universo teatral e com fortes referências a Shakespeare, o livro faz conexões geniais com sua obra inspiradora e traz também os típicos elementos do gênero new adult: romance, erotismo e os dramas que permeiam o início da vida adulta. Com personagens bem construídos e uma narrativa consistente, em primeira pessoa, somos conduzidos por uma história de amor com muitos altos e baixos. Em vários atos, o casal de protagonistas rouba a cena e faz os espectadores/leitores suspirarem.

Um ex-namorado, uma paixão não-resolvida é sempre algo que deveria ficar no passado. Para Cassandra Taylor, ter que contracenar com o único cara a quem ela já amou será um pesadelo. O cara - maravilhoso, bonito, gostoso e absurdamente bom de cama - é Ethan Holt, um dos mais famosos atores de teatro e de quem Cassie levou um pé na bunda três anos atrás. Com a volta de Ethan, a jovem percebe que sentimentos que haviam sido afogados em lágrimas teimam em retornar e que sua vida mais uma vez será destruída por aquele gato de olhos azuis.

Cassie narra sua história com base nas lembranças de seu diário, e aos poucos vamos entendendo como ela conheceu Ethan e porquê os dois não deram certo. O tempo da narração se intercala entre passado e presente e temos a oportunidade de conhecer duas Cassandras, uma bem sonsa e outra já madura. As mudanças na voz narrativa acentuam as mudanças pelas quais a protagonista passou e é possível perceber a devastação que o término do namoro deixou para trás.

Cassie sempre foi a típica garota do interior. Com uma criação rígida e uma adolescência complicada, a garota sempre tentou se encaixar. Fingindo ser quem não era, Cassie conquistava as pessoas e se sentia parte de um grupo. Quando percebeu, porém, que já não sabia quem era, ela partiu em busca de si mesma e decidiu fazer - pela primeira vez na vida - o que sempre sonhou: atuar. 

Quando conheceu Ethan Holt, um jovem antipático, grosseiro e antissocial, Cassie se interessou por ele, - inicialmente por seus atributos físicos - mas depois por descobrir que ele também era um excelente ator e e protegia atrás desse personagem, afastando qualquer um que tentasse se aproximar. Ele tinha seus motivos.

Com o tempo, os dois ficam amigos e essa amizade cheia de atração física, se transforma numa paixão avassaladora para a qual nenhum dos dois estava pronto. Seus erros e personalidades são expostos brutalmente pela autora para que o leitor possa se sentir como os personagens, interpretar seus papéis e entendê-los. Cheios de rachaduras, tanto Ethan quanto Cassie precisam da ajuda um do outro para tentar consertar as coisas e construir o futuro, juntos ou não. 

Personagens complexos como Ethan Holt são minha paixão e suas histórias sempre mudam minha perspectiva sobre os canalhas. Às vezes por baixo de um cara arrogante, bonito e confiante pode haver um bom rapaz, alguém por quem vale a pena lutar. Holt tem defeitos e qualidades e, como qualquer pessoa, faz boas e más escolhas. Compreendê-lo, conhecer sua história faz toda a diferença. Alguns amam sem romantismo, se apaixonam sem correr riscos e vivem desejando ser outra pessoa, tentando não ser perfeitos. Existem vilões e mocinhos, mas alguns são apenas péssimos Romeus.

"Eu o culpo, mas a culpa é minha. Da idiota, romântica e ingênua que sou.
Vi o que queria ver. Senti o que queria sentir. Ele só fez a parte dele. 
Às vezes consigo enxergá-lo, chorando e exposto, e é a coisa mais linda que vejo. 
Mas é só uma encenação. 
Ele é um ator. 
E é muito, muito bom." (p. 53)

Sinopse: Cassie está prestes a realizar o grande sonho: estrelar um espetáculo na Broadway. O que ela não esperava era ter que enfrentar o reencontro com o ex-namorado, que será novamente protagonista ao seu lado, em uma peça cheia de romance e cenas quentes. Trabalhar com Ethan traz o passado à tona, e lembra a Cassie que o que existe entre eles vai muito além de simples química.

"(...) - Só não quero que você cometa os erros que eu cometi -, ele diz.
Eu faço que sim.
- Tá. Posso ver de onde isso vem.
Seus olhos estão protegidos, mas com o tom de tesão que vi mais cedo.
- Pode?
- É. Meio que acho que... bem, é fofo da sua parte.
Ele franze a testa. 
- Não me chame de fofo. Me chame de gostoso. Ou incrível. Ou bem-dotado. Gatinhos são fofos, eu não." (p. 376)


outubro 18, 2015

[Séries] Narcos


Olá queridos, faz tempo que não atualizo a coluna séries do blog e isso aconteceu porque eu não tenho assistido muitas séries ultimamente. Por algum motivo - que não sei bem qual - não tenho conseguido assistir televisão. Minha paciência, atenção e vontade de acompanhar uma novela, série ou mesmo um filme estão bem limitadas e, por conta disso, tenho me dedicado mais à internet e às leituras. 


Nas últimas semanas, porém, comecei a acompanhar uma série produzida pelo Netflix: Narcos. A série conta a história do maior narcotraficante da Colômbia - possivelmente da América do Sul -, Pablo Escobar. Utilizando como base o ponto de vista do DEA americano, que teve grande participação na captura e morte do traficante, a série mostra como viveu Pablo, seus erros, acertos e como o dinheiro pode comprar quase tudo, inclusive quase todos.

A história de Escobar, um rapaz humilde que se tornou bilionário com a importação de cocaína para os Estados Unidos nos anos 80 é no mínimo interessante, mas o que realmente chama a atenção é a atuação estupenda de Wagner Moura e Pedro Pascal. Dois grandes atores reunidos numa ótima série. Isso, com certeza, me tirou da ressaca televisiva. 


No começo da "carreira", Pablo Escobar sonhava mudar a Colômbia, levar justiça e igualdade aos mais pobres. Esse ideal, no entanto, foi aos poucos se deteriorando e a enorme quantia de dinheiro acumulada fez com que o traficante perdesse a cabeça. Em um país pobre da América do Sul quase todos estão a venda e Pablo pagava muito bem, inclusive distribuía dinheiro aos necessitados. Daí vem sua fama de Robin Hood colombiano.

Suas atividades ilícitas são minunciosamente detalhadas no seriado e com a evolução da trama vamos chegando mais perto do real final de Escobar - que não é spoiler para os que conhecem a história da Colômbia. As interferências políticas e econômicas dos EUA na Colômbia, o comunismo, a era Reagan e as próprias consequências do narcotráfico são amplamente explorados e o telespectador tem uma versão completa dos fatos, analisando os pontos de vista dos criminosos, dos políticos e da polícia. 


A fotografia é excelente e a série tem rendido ótimas críticas ao Netflix. Uma nova temporada deve vir por aí, descrevendo os atos escabrosos que Pablo Escobar - já louco - cometeu. Sua história que representa tanto é mais um exemplo do que o dinheiro pode causar: destruição, morte, loucura, mas acima de tudo, pode destruir sonhos ao invés de realizá-los. 

Fonte:Netflix

outubro 15, 2015

[Livros] O Resgate no Mar - Parte II - Diana Gabaldon (Outlander #4)

Título Original: Voyager #4
Autor: Diana Gabaldon
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 656
Gênero: Ficção, Romance Histórico
País: EUA
ISBN: 9788567296401
Classificação: ★

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Viagem no tempo, Jamie Fraser, Escócia e século XVIII. Quarto volume da série Outlander, O Resgate no Mar - Parte II é, como seus antecessores, um livro de mais de seiscentas páginas, repleto de história britânica e cultura medieval. Com muitas - muitas mesmo - reviravoltas, este talvez tenha sido o livro mais cheio de ação e é extremamente importante para compreensão da trama de Gabaldon.

Com um ar mais místico, Diana Gabaldon começa a dar os primeiros passos para a solução dos mistérios que envolvem o círculo de pedras e a estranha aparição do fantasma de Jamie Fraser no primeiro livro. É impossível terminar a estória sem desejar o próximo volume e para animação geral (ou não), este também será dividido em dois. Mais tempo de espera, haja coração!

Na continuação de O Resgate no Mar, descobrimos - junto com Claire - que Jamie se casou outra vez durante os anos em que eles ficaram separados. A fúria (completamente injustificada) de Claire recai sobre ele e temos uma das cenas mais quentes da saga. Aliás, o conteúdo erótico começa a ser mais desenvolvido a partir do terceiro volume, principalmente porque passados vinte anos, a inocência de Jamie desapareceu e ele se tornou um homem mais... confiante, digamos assim.

A passagem dos anos afetou também Claire, que agora na meia-idade, perdeu bastante de sua confiança e em muitos momentos, se mostra insegura. O que não mudou foi o amor dos dois. Ambos ainda arriscam suas vidas para proteger um ao outro e em um livro cheio de piratas, contrabandistas e criminosos, isso acontece com muita frequência. Claire também começa a sentir a ausência da filha - Brianna, que está em outro espaço e tempo, longe demais para ser acalentada pelos braços da mãe. Os diários de uma para a outra são emocionantes e escritos com uma sensibilidade ímpar.

Uma série de acontecimentos - meio confusos para serem detalhados nesta resenha - culmina no sequestro do sobrinho de Jamie. O garoto é levado por um navio pirata e tudo o que Claire e Jamie sabem é que o navio deve ir até as Índias Ocidentais. Sem pestanejar, o casal parte numa longa e árdua jornada pelos mares mais tempestuosos.

A volta de alguns personagens importantes vai fazer com que os leitores entendam que nas mais de duas mil páginas anteriores e milhares ainda por vir, cada aparição tem um significado e Diana Gabaldon sabe costurar pontas soltas como ninguém. Um exemplo é o major John Grey, que está presente num dos diálogos mais comoventes de toda a trama. Apaixonado por Jamie Fraser e ciente de que o escocês nunca poderá retribuir seu amor, o major aceita sua amizade e o destino de ser para sempre infeliz. É comovente e arrasador.

O Resgate no Mar - Parte II traz o desfecho perfeito para seu antecessor. Com uso de metalinguagem e muitas referências literárias, Diana Gabaldon prova mais uma vez que escreveu uma das séries de livros mais complexas e inteligentes da atualidade. A extensa pesquisa histórica e cultural feita pela autora é evidente e torna a obra riquíssima em detalhes, dialetos, expressões. E se a história fascinante de Claire Randall ainda não te convencer, leia porque além de romance e História, há magia nas palavras de Gabaldon, em cada uma delas. Especialmente nas que descrevem Jamie Fraser. 

"As lágrimas escorriam quentes pelos meus dedos. Eu chorava por Jamie e pelo que eu fora com ele. 
Você sabe - sussurrava a voz de Jamie - o que é dizer outra vez 'eu a amo' em todo o seu verdadeiro significado?
Eu sabia. (...)" (p. 72)

Sinopse: Claire Randall finalmente conseguiu voltar no tempo e reencontrar Jamie Fraser na Escócia do século XVIII, mas sua história está longe do final feliz. O casal terá quesuperar muitos obstáculos, de fantasmas a perseguições marítimas, mas o principal deles são os vinte anos que se passaram em suas respectivas épocas desde a última vez que se viram. Se a intensa paixão e o desejo entre eles não parecem ter diminuído nem um pouco, o mesmo não se pode dizer sobre a confiança. Jamie agora é um homem endurecido pelo que aconteceu após a Batalha de Culloden. 

Claire, por sua vez, precisa lidar com o segundo casamento de seu amado e suportar a saudade de Brianna, que ficou sozinha no ano de 1968. A união dos dois será posta à prova quando o sobrinho de Jamie for sequestrado. Juntos, eles precisarão singrar pelos mares e cruzar as Índias Ocidentais para resgatá-lo, provando mais uma vez que nada é capaz de deter uma história de amor que vence as fronteiras do tempo e do espaço.

"Todos os nomes pelos quais a chamei ao longo dos anos - princesa, boneca, querida, docinho, fofa, benzinho... sei porque os judeus e os muçulmanos têm novecentos nomes para Deus; uma pequena palavra não é suficiente para o amor." (p. 220)


outubro 13, 2015

[Livros] Salve-me - Maya Banks (Slow Burn #2)

Título Original: In His Keeping
Autor: Maya Banks
Editora: Gutenberg
Páginas: 288
Gênero: Ficção, Erótico, Sobrenatural
País: EUA
ISBN: 9788582352991
Classificação: ★

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Maya Banks é bastante conhecida por seus livros de conteúdo levemente (ou não) erótico. Sua fama fez com que eu me interessasse por seu mais novo lançamento. O segundo volume da trilogia Slow Burn, 'Salve-me' prometia ser uma mistura de sobrenatural com erótico, mas infelizmente a autora não conseguiu atingir suficientemente nem um nem outro. Uma boa premissa foi desperdiçada em uma narrativa prolixa, repetitiva e mal desenvolvida e o resultado implora salvação.

Até certo ponto da história, as coisas fluíam razoavelmente bem e confesso que devorei muitos capítulos, mas de repente algo começou a dar errado. A protagonista - que vive em uma crise existencial infinita - é chata, mimada e incoerente. Em um segundo está dando uma de heroína e indo de frente com o perigo e no outro está vulnerável e chorosa implorando por um pouco de atenção. 

Em meio a um grande stress, sobre o qual falarei nos próximos parágrafos, a jovem decide perder a virgindade e neste ponto percebemos porque nem sempre erótico se mistura com outros gêneros. Ok, porque é super normal você descobrir que sua vida inteira foi uma mentira, você tem poderes telecinéticos, seus pais não são seus pais, eles foram sequestrados, tem gente querendo te matar sem você nem saber o porquê... bom, isso dá mesmo muito tesão. -sqn

Eu esperei por um final que envolvesse uma camisa de força para a protagonista, porque ela não é normal - e não falo dos poderes bizarros dela. Uma mulher instável física e emocionalmente ao lado de um cara que é pura tentação? O resultado é uma versão mais mal desenvolvida de Crepúsculo - Lua Nova, cheia de reflexões sobre a situação emocional e psicológica da protagonista. Ou seja, um chute no saco.

Ari - sonsa e irritante - Rochester é uma garota que tem pais superprotetores e bilionários. Os dois escondem o fato de que a filha foi deixada em sua porta quando bebê. Desde então, eles criaram a menina com todos os cuidados para que ela nunca descobrisse sua origem. Ainda bebê, Ari manifesta poderes telecinéticos - bizarros, diga-se de passagem - trazendo brinquedos até sua cama com o poder da mente. Seu pai a orienta a esconder essa habilidade especial e é isso que ela faz até que se encontra em uma situação de grande perigo.

Quando ameaçada por um grupo de alunos revoltados e drogados, Ari acaba expondo suas habilidades para se defender e sua 'performance' é gravada e espalhada na internet. Os pais da jovem fazem o possível para protegê-la, mas há alguém bem mais interessado nela do que os jornalistas. Uma organização secreta procura Ari desde que seus verdadeiros pais a abandonaram. O vídeo é um prato cheio para que eles a localizem e passem a caçá-la. 

Quando seus pais são sequestrados, Ari fica em pânico. Extremamente dependente deles, ela não faz a mínima ideia do que fazer e lembra do último conselho de seu pai que dizia para ela procurar os irmãos Caleb e Beau Devereaux, que são donos de uma grande empresa de segurança privada. Eles poderiam protegê-la caso o pai falhasse.

Quando conhece Beau Devereaux, Ari fica encantada, abobada e, claro, louca para perder sua virgindade. Quem está acostumado a ler esse tipo de livro sabe o quanto esse tipo de história é comum e clichê, mas Maya Banks leva o estereótipo ao extremo quando a garota se preocupa mais com sexo do que com os pais que foram sequestrados e torturados. Bom, talvez as prioridades dela sejam diferentes das de outras pessoas, né? Ao passo que a história se desenvolve demasiadamente devagar, a paixão de Beau e Ari é ridiculamente rápida e avassaladora. Não há equilíbrio ou coerência.

Unindo os poderes - estilo X-Men - com o erotismo - Cinquenta Tons de Cinza - e a velocidade de uma lesma paralítica, Banks mostra como Ari vai tentar deixar de ser uma donzela em perigo para salvar os pais. Ela tenta, mas prefiro deixar que vocês julguem os resultados por si só. O galã pegador Beau chega a ser interessante, mas é mais do mesmo, então nem mesmo toda sua postura, proteção e beleza conquistam durante a leitura. Não tem erotismo suficiente nem sobrenatural suficiente, mas tem drama para escrever cinco livros. Resumindo, salve-se.

"Beau nunca tinha entendido a obsessão de Caleb por Ramie. Não entendia como um homem podia ficar tão envolvido por uma mulher a ponto de perder totalmente a razão e a capacidade de pensar direito. Mas agora Beau via que, se seu irmão tivesse sentido uma fração que fosse do que ele estava sentindo agora, aquilo era compreensível. Foi um momento de clareza quase extasiante, quando tudo se encaixou no lugar e ele experimentou a sensação de certeza que apenas uma mulher específica podia dar a um homem." (p. 119)

Sinopse: Abandonada quando bebê, dentro de um cesto, para o jovem e rico casal Gavin e Ginger Rochester, Arial cresceu em um mundo de privilégios. Sua única ligação com seu passado encontra-se em algo que a distingue de todos os outros: seus poderes telecinéticos. Protegida por seus pais adotivos e escondida do público para manter seu dom em segredo, Ari cresce no colo do luxo, e isolamento. Até que, quando jovem, alguém começa a ameaçar sua vida…


Beau Devereaux é um homem frio, rido e poderoso, CEO da DSS, empresa de segurança criada pela família, após todos os sinistros acontecimentos com o irmão Caleb e a cunhada Ramie. Beau é mais do que familiarizado com as realidades de poderes psíquicos. Assim, quando Ari o procura, dizendo que seus pais haviam desaparecido, e que ela precisa de proteção, ele se prontifica a ajudar. O que Beau não está preparado é para a extensão de sua atração por sua bela e poderosa cliente. 

O que começou como uma simples tarefa, apenas como mais um trabalho, rapidamente se transforma em algo pessoal, e Beau descobre que é capaz de qualquer coisa para proteger Ari. Mesmo que isso lhe custe a vida.

"Duas metades de um todo incompleto - vazias e sem rumo, em busca do par perfeito - tinham finalmente se unido de corpo e alma, de forma perfeita e impecável, e já não estavam mais separadas." (p. 177)


outubro 08, 2015

[Listas] 10 Motivos para assistir 'O Pequeno Príncipe'


A adaptação de O Pequeno Príncipe era um dos filmes mais aguardados do ano por mim. O livro de Antoine de Saint-Exupéry é comovente, apaixonante e fala sobre ser feliz, independentemente da idade. Quando crescemos perdemos a pureza, a inocência, a alegria da infância e o pequeno príncipe veio a Terra para nos lembrar que podemos ser adultos sem nunca esquecer de ser crianças.

Como não costumo fazer críticas de filmes, preferi fazer uma lista com dez bons motivos para que vocês assistam o filme do pequeno príncipe. Vamos lá, aviadores?

1. É uma adaptação livre, por isso você não verá exatamente a mesma coisa que há no livro, apesar de ser fiel em muitas passagens.

2. As animações em stop motion foram feitas a partir dos desenhos originais de Antoine de Saint-Exupéry. É um trabalho lindo e que contrasta com a - também belíssima - animação digital.

3. Foi criada uma frame story (algo como uma história principal) para enfatizar que nós, os leitores de O Pequeno Príncipe precisamos de seus ensinamentos. A protagonista, que não está no livro, interpreta o dilema do próprio leitor - viver num mundo de adultos. É uma técnica usada para reforçar a ideia central.

4. O espectador se identifica com a protagonista, uma garotinha que é forçada a amadurecer cedo demais. A modernidade nos trouxe essa urgência, todos crescemos rápido demais.

5. A mãe da menina (que propositalmente não possui um nome - para que, como eu disse anteriormente, o espectador possa se sentir representado) planeja o sucesso profissional da filha, preocupa-se com sua vida acadêmica, mas lhe dá pouca atenção, justamente por estar preocupada demais com sua própria carreira. Outro mal da modernidade, o ciclo infinito da rotina, do trabalho.

6. A trilha sonora é impecável. Dentre outras, destaco a música tema do filme que é 'Somewhere Only We Know' da banda Keane, regravada por Lily Allen.

7. A fotografia do filme é impecável. Sem mais.

8. Mesmo quem não leu, vai entender absolutamente tudo. O filme é, inclusive, mais explicativo. Algumas das metáforas de Antoine ficam mais claras e ainda que não seja um filme infantil, pode ser facilmente compreendido pelas crianças que ainda tem o pequeno príncipe dentro delas.

9. Apesar de muitas modificações e acréscimos na história original, o final é arrebatador e igualmente incrível. Uma determinada cena é chocante de tão linda.

10. Essa versão de O Pequeno Príncipe também vai te cativar!

Atenção: você corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar.
Depois não diga que eu não avisei! 

[Promoções] 5 anos do blog "Amiga da Leitora"


Olá queridos, Outubro é o mês do aniversário do blog parceiro - Amiga da Leitora. E para comemorar muitos blogs amigos se reuniram para trazer para vocês mais um super sorteio!!

Para participar é fácil, basta preencher o formulário de cada kit que você deseja concorrer, sendo que neles estarão algumas regras a ser seguidas para depois o formulário disponibilizar as chances extras.

outubro 04, 2015

[Livros] Futilidade ou O Naufrágio do Titan - Morgan Robertson

Título Original: Futility, or The Wreck Of The Titan
Autor: Morgan Robertson
Editora: Vermelho Marinho
Páginas: 112
Gênero: Romance, Ficção, Clássico
País: EUA
ISBN: 9788582650288
Classificação★★★★★
_______________

Profético e emblemático, 'Futilidade' é uma leitura - no mínimo - curiosa por ter previsto um dos maiores e mais trágicos acidentes marítimos. Narrando acontecimentos impactantes e um trágico acidente, o livro de Morgan Robertson chama atenção por falar de um navio - considerado inabalável - chamado Titan, que bateu num iceberg e afundou. As semelhanças com o trágico naufrágio do Titanic - que aconteceria quatorze anos depois - são absurdas. Além de uma crítica ao que a sociedade estava se tornando, o livro trazia também um aviso: ganância e prepotência destroem até mesmo as estruturas mais sólidas.

A arrogância dos engenheiros, mecânicos e empresários responsáveis pela construção do navio, que dispensaram medidas de segurança, levou-os a arriscar a vida dos passageiros e, por conta disso, não haviam botes suficientes para salvar a todos. Tanto no livro quanto na realidade, o Titan/Titanic eram considerados extremamente seguros até o último segundo - quando deixaram de ser.

Robertson fala sobre a influência da modernidade no comportamento e pensamento das pessoas. À época de Futilidade, o ocidente vivia um período de questionamentos. Antes inabalável, a fé passa a ser discutida e o homem começa a ver rachaduras na sólida crença em Deus. As máquinas passaram a ser vistas como absurdamente poderosas, inabaláveis, grandiosas e, consequentemente, foram endeusadas. Por meio da ficção, o autor expõe a inversão dos valores religiosos e culturais ao final do século XIX.

John Rowland é um ateu e seu posicionamento religioso fez com que ele se afastasse da mulher que amava, Myra Selfridge - uma cristã fervorosa. Por acaso, ou não, os dois acabam se encontrando na primeira viagem do Titan, ele como marinheiro e ela com sua nova família, como passageira da primeira-classe. Ao reencontrar o antigo namorado, o ódio que Myra sentia por ele, retorna, ainda mais forte e faz com que ela ordene que ele mantenha distância dela e de sua filha, também chamada Myra.

Os desfortúnios da vida, levaram John ao alcoolismo e sua fama não é das melhores, nem mesmo entre a tripulação. Ao presenciar um ato imprudente do capitão do navio, ele decide fazer o que certo e denunciar a atitude de seu superior. Para evitar que o marinheiro o denuncie, o capitão arma uma cilada para ele e tentando descredibilizar o homem, droga seu uísque. Em meio à isso, no entanto, o Titan bate em um iceberg e as coisas ficam bem mais nebulosas - literalmente. O anti-herói terá de desafiar os julgamentos da sociedade e, acima de tudo, provar que é merecedor de fé - nem que seja a das pessoas.

Nas entrelinhas, pode-se encontrar muitas referências e metáforas empregadas por Morgan Robertson para expor os tempos modernos e a transição do pensamento americano na virada do século. Desde a escolha da ambientação: um símbolo da velocidade e força da modernidade, até a neblina que envolve o navio e a trama, as curiosas mensagens subliminares enviadas pelo autor são tão enigmáticas quanto a própria profecia escondida por trás de sua história.

O final, nada menos que absolutamente brilhante, fragmenta o pensamento do leitor e faz com que ele questione a vericidade dos acontecimentos narrados, bem como os valores da época. Expondo conceitos filosóficos, econômicos, culturais e, em especial, religiosos, Robertson desafia o leitor a questionar ou não, assim como John Rowland.

"Inafundável. Indestrutível. E, justamente por isto, carregava apenas o número mínimo de botes salva-vidas necessários para satisfazer as leis. Estes, num total de vinte e quatro, estavam seguramente cobertos e atados às suas travas no convés superior. Se lançados, comportariam quinhentas pessoas. Ele não carregava jangadas salva-vidas, inúteis e deselegantes." (p. 9)

Sinopse: Futilidade ou O Naufrágio do Titan conta como o maior navio do mundo naufragou, em sua primeira viagem, após bater em um iceberg, exatamente, como viria a acontecer com o malfadado Titanic. Quem poderia imaginar que uma novela do final do século XIX se tornaria célebre por ter praticamente previsto o maior acidente náutico de todos os tempos?

Mais do que o livro que profeticamente previu o naufrágio do Titanic, Futilidade é a história de John Rowland, um ateu convicto que embarca como marinheiro no navio, e Myra Selfridge, uma jovem cristã que foi o grande amor de sua vida. Os problemas só aumentam quando um capitão trapaceiro tenta colocar tudo a perder.

Myra e Rowland encarnam, assim, os conflitos científicos e religiosos da virada do século, quando a ciência, mais do que nunca, se sobrepôs à religião. Ao leitor, resta a dúvida: teria sido coincidência ou providência?

"Lá em cima, em algum lugar que eles não sabem exatamente onde... mas em algum lugar lá em cima está o Paraíso dos cristãos. Lá está o seu bom Deus, que colocou a filha de Myra aqui. Seu bom Deus, que emprestou seu espírito selvagem e sanguinário para suas criaturas. E, logo abaixo de nós, também em algum lugar, está o seu inferno e o seu Deus mau, que eles mesmos inventaram. E dão-nos a nossa escolha: céu ou inferno. Não é assim... não tão assim. O grande mistério não está resolvido." (p. 62)

outubro 02, 2015

[Livros] Para Continuar - Felipe Colbert

Título Original: Para Continuar
Autor: Felipe Colbert
Editora: Novo Conceito
Páginas: 224
Gênero: Romance, Ficção
País: Brasil
ISBN: 9788581637952
Classificação: ★★★

_______________

Não é de hoje que a escrita de Felipe Colbert me encanta. Depois da leitura de 'Belleville', tive certeza que o autor havia se tornado um dos meus favoritos e 'Para Continuar', reforçou essa admiração. Com uma história original e encantadora, o livro arrebatou meu coração e me fez chorar e sorrir na mesma medida.

Amor, magia e a incrível cultura oriental permeiam as mais de duzentas páginas deste livro, preenchendo-as com uma mistura de realidade e ficção que fazem com que o leitor se encante pela história e seus personagens. Exímio contador de histórias, Felipe Colbert nos toca com as palavras e, assim, nos conduz para um mundo onde o amor acende luzes e corações.

Leonardo é um adolescente que sofre de um problema grave no coração chamado cardiomiopatia dilatada idiopática. Ele procura esconder sua condição física das outras pessoas e, basicamente, os únicos que sabem de seu problema são seus pais, seu melhor amigo - Penken, e sua ex-namorada. Para o restante do mundo, seu coração é saudável e forte. O que nem o próprio Leonardo imagina, é que uma garota japonesa que ele conhece no metrô vai fazer seu coração bater mais forte. 

Ayako é uma jovem orfã de descendência japonesa que vive no bairro da Liberdade com seu avô, ele possuem uma pequena loja de luminárias japonesas. Ojisan - ou avô (em japonês) é também tutor de Ho, um chinês que possui deficiência intelectual. Apesar de ter a mesma idade de Ayako, o garoto age e pensa como uma criança. Ho é apaixonado por ela e nem imagina que a jovem não sente o mesmo. 

Um encontro casual no metrô é o bastante para que Leonardo e Ayako sintam-se atraídos um pelo outro e de uma amizade, cresce um sentimento capaz de mudar a vida dos dois. Quem não fica nada feliz é Ho, o jovem não consegue entender porquê Ayako não gosta dele e passa a odiar Aquele-que-incomoda-Ayako (Leonardo). Ho tem um primo a quem recorre quando está em apuros, Kong. O rapaz está envolvido com as mais diversas atividades criminosas da cidade e para ajudar o primo, decide tornar a vida de Leonardo um inferno. 

Leonardo e Ayako vão enfrentar diversos obstáculos para manter seu amor aceso. E não são só Ho e Kong que ameaçam o relacionamento dos dois, o problema cardíaco do garoto também quer interromper essa linda história de amor. 

Muito além de tudo isso, Ojisan e Ayako escondem um segredo que vem sendo mantido no porão da loja há gerações. Milhares de lanternas japonesas vivem sob o bairro da Liberdade. Cada lanterna simboliza o amor de duas pessoas e como guardiões deste segredo, avô e neta precisam cuidar para que não haja nenhuma interferência nas mágicas luzes. A cada novo relacionamento que surge no airro, uma lanterna com o nome de duas pessoas aparece. E se esse amor acaba, uma luz se apaga.

Em um tom mágico e que ilumina corações, Para Continuar é um drama brilhante e que fará uma lanterna surgir quando você virar a última página deste livro. Uma lanterna com uma inscrição que significa 'amor pelas histórias de Felipe Colbert'. 

"Lá está ela. Finalmente.
Ayako identifica os ideogramas. Mal pode acreditar!(...)
De repente, não há mais nenhuma outra lanterna à sua volta (elas continuam lá, mas perdem a importância), e a que está sobre a sua cabeça a enfeitiça como a lua cheia que se impõe na noite mais escura de todas, tão serena e promissora que ela daria tudo para tocá-la uma única vez, mesmo sabendo que nunca acontecerá." (p. 118)

Sinopse: Envolver-se com a jovem Ayako é a oportunidade perfeita para Leonardo César esquecer a sua vida tediosa e perigosamente limitada, tudo por culpa do seu coração defeituoso. Enquanto isso, com a ajuda de seu avô, Ayako tem a difícil missão de manter inacessível um porão de dimensões que vão além da loja de luminárias que ela gerencia, repleto de milhares de lanternas orientais, cujo mistério envolve os habitantes do bairro da Liberdade.

A partir dos crescentes encontros entre Leonardo e Ayako, uma nova lanterna surgirá para os dois. Eles terão que protegê-la com afinco, ou tudo que construíram juntos poderá desaparecer a qualquer momento. O que ninguém conseguiria prever é que Ho, um jovem chinês também apaixonado por Ayako, colocaria em risco o futuro desse objeto. E com ele, o sentimento mais importante que dois seres humanos já experimentaram.

"- Nossa lanterna? 
- Sim.
Volto-me para Ayako.
- Não entendo. Você construiu ela? Para nós?
- Eu não fiz nada, Leonardo. Ninguém fez. Essa lanterna nasceu no dia em que nos beijamos pela primeira vez. (...) Elas surgem e desaparecem como se possuíssem vida própria. Algumas sobrevivem por muitos anos. Outras, não chegam a uma semana. É imprevisível, depende da intensidade do relacionamento de cada um. E da duração. 
- O que está dizendo? Que elas surgem e desaparecem... por mágica?
- Não por mágica, mas por amor." (p. 176)


outubro 01, 2015

[Promoções] Top Comentarista - Outubro

Olá queridos, hoje entra no ar mais um Top Comentarista do Love Lovers! E nesse mês de Outubro, forninhos cairão porque separei o hot 'Não Posso Me Apaixonar', um dos livros da autora best-seller Bella Andre. Marcadores diversos e um marcador de fita especial (com pingente de espartilho) completam o brinde.


Você quer levar esse kit pra casa? *-*' 

Basta ficar ligado nos posts desse mês e dar sua opinião. O Top Comentarista deste mês termina dia 31/10/15. Então comente em todas as postagens de outubro para ter mais chances de ganhar! ;)

* Lembrando que para participar é preciso comentar na maior quantidade de posts. Todos os posts desse mês (outubro) valem! Ok? Então prepare-se e salve o blog nos favoritos para não esquecer de conferir as novidades que rolam por aqui :) Ou se preferir, assine nosso feed e você será avisado toda vez que rolar post novo no blog! É só cadastrar seu e-mail aqui do lado na barrinha Acompanhe por Email. 

Três regrinhas básicas: 
  • Comentar nos posts publicados de 01 de outubro a 31 de outubro. Comentários de conteúdo, ok? (obrigatório) 
  • Deixar um comentário nesse post com seu e-mail. (obrigatório) 
  • Ser seguidor do blog. (obrigatório) 

O ganhador será aquele que comentar mais vezes no blog no mês de outubro. No caso de empate (o que é muito comum), vou numerá-los e sortear pelo random.org (o critério será a ordem em que cada um postou aqui deixando seu email, ok?)

O livro oferecido é cortesia da Editora Novo Conceito
O ganhador deverá responder meu e-mail em até 48 horas.
Caso não responda no prazo, ou não siga todas as regras será desclassificado.
O blog enviará o livro pelo correio em até 20 dias úteis.
Não nos responsabilizamos por extravios ou devolução do livro pelos Correios.
Promoção válida em território brasileiro.

Mil beijos e comentem muito! ;*

[Promoções] Resultado Top Comentarista - Setembro


Setembro chegou ao fim! Uhul o/ E chegou a hora de anunciar o vencedor do Top Comentarista do mês passado. Primeiro, quero agradecer a todos que participaram e comentaram em todos os posts do mês. Vocês são incríveis e eu queria poder presentear todos, infelizmente, ainda não consigo :/ 

Sem mais delongas, utilizei o sorteador para escolher entre os participantes que comentaram em todas as postagens de Setembro e a ganhadora foi a: Edna Dias! o/ 

Parabéns, Edna!! 
Você tem 48 horas para responder meu email com seus dados.

E esse mês de setembro tem Top Comentarista? Tem sim! No próximo post (que eu libero ainda hoje), falo qual o kit que eu preparei para vocês. Tudo indica que será um livro "HOT" ;)
 <3 Mil beijos ;*
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