fevereiro 20, 2016

[Sobre] Apaixonados Por Marcadores #1


Olá queridos, hoje estreia aqui no blog uma coluna dedicada especialmente à ... marcadores! Junto com o amor pelos livros, muitos de nós acabou cultivando o hábito de colecionar esses pequenos pedaços de papel que - em tese - indicam em que ponto da leitura estamos. Pouco usados para seu verdadeiro fim, eles passaram a ser guardados em preciosas coleções - algumas maiores e mais raras que outras. Sobre esses caçadores de marcadores e seu vício é que falarei - escreverei - a seguir. 

Também conhecidos como loucos, os colecionadores de marcadores são encontrados em diferentes regiões do mundo. Desde as mais inóspitas até as mais populosas. Onde existem marcadores, existem colecionadores e por serem escassos em muitas regiões do país, a competição pode gerar guerra, tumulto ou até mesmo uma 77ª edição dos Jogos Vorazes. Recomenda-se cautela.

Eventos literários, bastante frequentes nas regiões metropolitanas costumam ser um habitat bastante favorável para esses povos. Com grande quantidade de marcadores e bastante diversidade, tais locais abrigam todos os tipos de caçadores de relíquias. Alguns mais eufóricos que outros, podem vir a capturar pilhas, enquanto outros, de forma discreta, pegam apenas um exemplar de cada.

Mantidos em caixas, pastas, elásticos, copos e até mesmo, - pasmem -, dentro de livros, os marcadores representam um vício saudável. Uma mutação de vícios antigos como o popular - nos anos 90 - colecionariums papelus de cartus, e o mundialmente conhecido colecionariums selus. Ambos conseguiam fazer com que em grande quantidade, papéis passassem a ter maior valor. Algo parecido acontece com ações da bolsa de valores, mas o fenômeno aqui é outro, motivado menos pelo desejo financeiro e mais pela emoção de encontrar tais preciosidades para incluí-las em seu acervo pessoal. 

Pode parecer estranho, mas mesmo em 2016, em plena era do narcisismo, do capitalismo e da tecnologia, algumas pessoas ainda juntam coisas pelo seu mero valor sentimental. Além de acumularem grandes quantidades de papel - vistos por muitos como sem valor -, estes colecionadores ganham algo muito mais importante: fazem novos amigos, outros colecionadores, tão apaixonados por essas tiras de papel denominadas marcadores quanto eles mesmos.

Em envelopes, saquinhos plásticos ou pessoalmente, o conteúdo dessas transações esconde uma busca por novos desafios, a satisfação por encontrá-los e uma relação interessante que, infelizmente, é rara nessa nossa sociedade individualista: a troca. Eu te dou um pouco de mim e você me dá um pouco de você, assim, ambos construímos algo muito mais valioso. Como uma coleção de marcadores.


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