Em uma edição belíssima, As Aventuras do Pinocchio foi uma leitura encantadora. Cheio de lições valiosas sobre as consequências das nossas escolhas, o livro infantil de Carlo Collodi ainda se mantém um clássico atemporal. Sua influência na nossa cultura é tão forte que Pinocchio e seus personagens fazem parte do nosso imaginário e são alegorias perfeitas para as falhas e virtudes humanas.
O garoto Pinocchio que se mete em muitas confusões por mentir e se deixar levar pelos outros, é um retrato da ingenuidade de uma criança. Sim, em muitos momentos o garoto é insolente, pedante, mal-educado e mimado a ponto de dar raiva no leitor. Mas a vida sempre lhe dá uma lição, seja ela justa ou não. Por mais que as atitudes do garoto sejam recorrentes e ele sempre jure que não vai mais errar, o errado o seduz e ele, mais uma vez, cede. Não somos todos assim em diferente proporção?
O amor do pai e o carinho pela fadinha azul guiam o garoto pelo seu caminho tortuoso. Por ser um menino, de madeira ainda por cima, sua bússola moral não está completamente formada e suas atitudes impulsivas e irresponsáveis lhe ensinam com muito sofrimento. Pinocchio é um modelo para seus jovens leitores, lhes mostrando as consequências negativas de desrespeitar os pais, fugir da escola, mentir.
Todos nós cometemos e cometeremos nossa parcela de erros e aprenderemos com eles, e se um garoto de madeira sofreu tanto para nos ensinar uma lição é a de que: tudo o que fazemos traz uma consequência - seja ela boa ou ruim. Ao final de nossas histórias temos um desejo a perseguir e tentamos fazer o melhor para alcançá-lo. Pinocchio nunca quis crescer, mas quis ser um menino de verdade e descobriu que ambos são a mesma coisa.
Sinopse: Certa vez, um simples pedaço de pau teve a ideia de se transformar em uma criança de verdade. Muita coisa precisaria acontecer, como por exemplo um carinhoso e solitário velhinho marceneiro esculpir um boneco daquela madeira ou uma fada de cabelos azuis simpatizar e o salvar repetidas vezes.
Mesmo assim, o que sabe um pedaço de pau sobre a vida, responsabilidade e altruísmo? Nada, é claro. Mas, como a vida é mágica por si só, com ou sem fadas e situações fantásticas, ela mesma talvez ensine ao Pinocchio que para ser uma criança de verdade basta amar alguém.