junho 29, 2018

[Livros] Matéria Escura - Blake Crouch

Título Original: Black Matter
Autor: Blake Crouch
Editora: Intrínseca
Páginas: 352
Gênero: Ficção Científica, Thriller
País: EUA
ISBN: 9788551001226
Classificação: ★★★
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Matéria Escura foi uma das leituras mais alucinantes - literalmente - da minha vida. Blake Crouch consegue nos transportar usando suas palavras para diversos universos que se multiplicam com nossas teorias e interpretações. Uma mistura de ficção científica, thriller e romance, o livro desafia nossa compreensão ao questionar o potencial de cada possibilidade que deixamos passar. 

Bem como a própria narrativa, Matéria Escura pode representar o processo criativo do autor, onde cada escolha conduz a diferentes finais. A grande complicação em tudo isso é que cada uma dessas escolhas também pode ser interpretada de maneira diferente pelos leitores, gerando assim, ainda mais possibilidades. Ad infinitum.

Jason é um professor de física que, como qualquer pessoa, teve de abrir mão de algo importante para chegar aonde chegou. No começo da vida adulta, ele abandonou a carreira promissora de pesquisador para se dedicar à família, casou-se com Daniela e teve um filho, Charlie. Os questionamentos sobre o que poderia ter sido de sua vida se ele tivesse escolhido outro caminho, no entanto, surgem vez ou outra. Talvez ele pudesse ter ganhado um importante prêmio ou ficado famoso.

Em uma noite qualquer, ele sai para comemorar o sucesso de um amigo que chegou basicamente aonde ele teria chegado se tivesse insistido em sua pesquisa, mas é sequestrado no caminho de volta. Quando dá por si, ele está em uma outra vida que não é a sua, na qual ele escolheu abandonar Daniela e se tornou um físico de sucesso. Uma de suas mais importantes invenções é uma máquina capaz de levá-lo a outras realidades. Seria essa a vida ideal?

Intenso e capaz de nos confundir, o livro abrange apenas uma opção das muitas que se desdobram. Existem sim alguns furos no desenvolvimento da narrativa, mas nada que comprometa sua genialidade. O final raso demais, sob o meu ponto de vista, é apenas uma das possibilidades - a que o autor escolheu. Eu prefiro considerar outra hipótese e escolher outro caminho, apesar de entender que Charlie é uma metáfora excelente para as escolhas que fazemos.

Além do questionamento filósofico e o embasamento teórico da física quântica, Matéria Escura nos faz pensar sobre o poder que nossas escolhas exercem sobre nossa realidade. Somos fruto de cada uma dessas ramificações, sem nunca imaginar aonde cada uma delas poderia ter nos levado. Talvez em outro universo eu não tenha lido esse livro, não tenha pensado sobre isso e não tenha escrito essa resenha. Se você gostou da minha indicação, que bom que você me encontrou no universo certo.

"E se isso for verdade?
E se vivemos num espaço de probabilidades pentadimensional?
E se realmente habitamos o multiverso, mas nosso cérebro evoluir de modo a nos equipar com uma barreira que limita o que percebemos a um único universo? Uma única linha de mundo? Aquela que escolhemos, momento a momento? Faz sentido, se pararmos para pensar. Não teríamos a capacidade cognitiva de observação simultânea de todas as realidades possíveis." (p. 139)

Sinopse: Essas são as últimas palavras que Jason Dessen ouve antes de acordar num laboratório, preso a uma maca. Raptado por um homem mascarado, Jason é levado para uma usina abandonada e deixado inconsciente. Quando acorda, um estranho sorri para ele, dizendo: “Bem-vindo de volta, amigo.”

Neste novo mundo, Jason leva outra vida. Sua esposa não é sua esposa, seu filho nunca nasceu e, em vez de professor numa universidade mediana, ele é um gênio da física quântica que conseguiu um feito inimaginável. Algo impossível. Será que é este seu mundo, e o outro é apenas um sonho? E, se esta não for a vida que ele sempre levou, como voltar para sua família e tudo que ele conhece por realidade?

Com ritmo veloz e muita ação, Matéria escura nos leva a um universo muito maior do que imaginamos, ao mesmo tempo em que comove ao colocar em primeiro plano o amor pela família. Marcante e intimista, seus múltiplos cenários compõem uma história que aborda questões profundamente humanas, como identidade, o peso das escolhas e até onde vamos para recuperar a vida com que sonhamos.

"Num nível puramente intelectual, sempre soube que nossa separação e nosso isolamento são ilusórios. Todos somos feitos do mesmo material - pedaços explodidos da matéria que se formou no calor de estrelas mortas. Só que eu nunca senti isso em meus ossos até aquele momento, ali, com você. E por sua causa." (p. 248)

junho 27, 2018

[Livros] Os Segredos dos Olhos de Lady Clare - Carol Townend

Título Original: Unveiling Lady Clare
Autor: Carol Townend
Editora: Harlequin
Páginas: 256
Gênero: Romance de Época
País: Reino Unido
ISBN: 9788539825592
Classificação: ★★★
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Um romance de época medieval, Os Segredos dos Olhos de Lady Clare me conquistou por fugir da tão conhecida era vitoriana que serve de inspiração para a maior parte dos livros do gênero. Carol Townend escreve sobre um período histórico que merece destaque enquanto nos encanta com um romance arrebatador.

Narrando a história de uma misteriosa jovem de olhos peculiares, o romance nos transporta para o século XII. Os olhos - um azul e outro verde - da garota despertam o interesse de um cavaleiro, não só por sua beleza e excentricidade, mas também por sua semelhança com os de um nobre conde que vive recluso. Decidido a desvendar o mistério dessa coincidência, Sir. Arthur se encarrega de levá-la até as terras distantes onde mora o homem, afinal, a jovem pode ser uma filha ilegítima perdida.

Durante a viagem, Arthur e Clare se aproximam e desenvolvem uma amizade, o que ele não imagina é que os belos e incomuns olhos dela escondem segredos dolorosos do seu passado. Teimosos e obstinados, os dois têm muito em comum e compartilham um desprezo absoluto pelo casamento. Em tempos em que os títulos e a ascendência importavam mais que o amor, a união matrimonial não representava muito mais que uma conveniência.

Falando de coragem, redenção e autoconhecimento, Os Segredos dos Olhos de Lady Clare é especial e tão único quanto os olhos de sua protagonista. Como que em dois tons diferentes, Carol Townend nos traz duas fortes mensagens que não se opõem, pelo contrário, são lindas: amor e liberdade.

"Não tinha propósito algum imaginar sir Arthur Ferrer como seu amante... mas desejava provar o beijo dele.
Impossível! Nunca ansiara por nada assim. De homem nenhum." (p. 76)

Sinopse: Enquanto investiga a causa do aumento de bandidos em Troyes, sir Arthur Ferrer encontra a misteriosa Clare, uma possível filha ilegítima do conde de Fontaine, da Bretanha. Ele então percebe que ela pode ser a chave para a sua própria salvação. A honra exige que Arthur a leve até o pai para que possa ser reconhecida, mas o desejo prefere que ela fique em seus braços.

"Clare estava ciente de que vivia em um mundo regido pelos homens. Entretanto, naquela noite a escolha seria dela. Queria ficar com Arthur. Os sentimentos que ele plantara em seu coração eram incomparáveis a qualquer coisa que já tivesse vivido ou experimentado." (p. 112)


junho 20, 2018

[Livros] Contra Todas As Probabilidades do Amor - Rebekah Crane

Título Original: The Odds Of Loving Grover Cleveland
Autor: Rebekah Crane
Editora: Faro Editorial
Páginas: 240
Gênero: Romance, YA
País: EUA
ISBN: 9788595810105
Classificação: ★★★
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Um dos melhores livros jovens que li nos últimos tempos, Contra Todas As Probabilidades do Amor traz adolescentes "problemáticos" e um tema que precisa - mais do que nunca - ser discutido: distúrbios mentais. A leveza e a sensibilidade da autora ao abordar um assunto tão pesado tornam a leitura agradável e permitem que criemos uma identificação com os protagonistas.

Por sofrer com um transtorno mental e alimentar desde os sete anos e enfrentar um dos momentos mais importantes da minha vida com relação ao tratamento, senti que essa leitura conversou comigo e compreendeu partes de mim que eu mesma não vinha compreendendo. A falta de tratamento, a incompreensão da doença e, até mesmo, o preconceito da sociedade quanto ao assunto potencializam o sofrimento de quem tem depressão, transtorno de ansiedade, bulimia, anorexia e outros distúrbios originados da mente.

Em um acampamento de férias para jovens "peculiares", adolescentes com todos os tipos de problemas vão buscar ajuda para enfrentar seus medos e transtornos. Os protagonistas e personagens secundários são bem desenvolvidos e trazem em suas histórias de vida, cargas emocionais que ninguém deveria carregar.

Aos poucos vamos descobrindo o que levou cada um deles àquele lugar e entendemos como o programa pode ajudá-los. O conceito principal de qualquer acampamento é o trabalho em equipe e somos apresentados a um grupo de pessoas incríveis que vão aprender e nos ensinar mais do que imaginamos.

Rebekah Crane expõe o coração e a mente de jovens que são constantemente ignorados pela sociedade, hostilizados por suas "loucuras" ou "excentricidades". Esse livro não é sobre amor romântico, mas sim sobre o amor pelos outros seres humanos. Todos buscamos fazer parte de um grupo e, algumas vezes, sentimos que não nos encaixamos em lugar algum. Se você sente isso, saiba que não é verdade, você se encaixa SIM nesse mundo, alguém te entende, busque ajuda. No final das contas, estamos todos precisando de ajuda, alguns apenas fingem melhor que outros.

"De repente, me dou conta de que queria poder consertar a cadeira bamba que Grover mencionou com o exemplo para me explicar a sua situação. Queria poder manter a cadeira firme para que ele continuasse sentado nela sem ter a sensação de que ela pode quebrar a qualquer momento e sua vida desmoronar." (p. 91)

Sinopse: Sejam bem-vindos ao acampamento Pádua. Um retiro de verão para adolescentes problemáticos. Mas não se tratam de problemas comuns, como não querer estudar, mentir ou colar na prova. Não! Estamos falando de problemas reais. Alguns deles tão grandes, tão sérios, que até um adulto desmoronaria sob o peso deles. No acampamento, Zander, uma garota enviada pelos pais contra a sua vontade, encontra uma série de adolescentes na mesma situação, e com três deles ela estabelece uma relação de amizade — Grover, Alex e Cassie. Todos os quatro são tão diferentes quanto as pessoas podem ser, mas têm algo em comum — eles estão quebrados por dentro.

Em meio às sessões de grupo e, à medida em que o verão dá as caras, os quatro revelam seus trágicos segredos. Zander encontra-se atraída pelos encantos de Grover, e então começa a se perguntar, depois de muito tempo, se pode apostar em ser feliz novamente.Mas, antes, ela precisa lidar abertamente com seus problemas, para poder juntar seus pedaços e reconstruir sua vida.

Você pode pensar que se trata de uma história triste. E há partes duras sim, mas, Rebekah Crane consegue mostrar como na dificuldade podemos encontrar uma saída. Isso é uma das coisas que faz o livro completamente encantador, divertido e doce, capaz de deixar em você um grande sorriso no rosto.

"O vidro pode se quebrar, mas isso não significa que seja frágil. Às vezes, só o que nos resta são os cacos." (p. 166)


[Livros] A Princesa Salva A Si Mesma Neste Livro - Amanda Lovelace

Título Original: The Princess Saves Herself In This One
Autor: Amanda Lovelace
Editora: Leya
Páginas: 208
Gênero: Poesia
País: EUA
ISBN: 9788544106594
Classificação: ★★★
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Um livro de poemas, A Princesa Salva A Si Mesma Neste Livro conta a história visceral de uma garotinha que sofreu muitos abusos psicológicos na infância e descobriu nas palavras o poder de se libertar. Com a sensibilidade e o sentimento de alguém que vivenciou cada palavra, Amanda Lovelace nos entrega uma obra verdadeira, intensa e cheia de dor. Suas experiências de vida são comoventes e, ao mesmo tempo, inspiradoras. Afinal, a princesa conseguiu escapar da torre onde foi colocada e derrotou os dragões da sua vida.

As metáforas aludindo aos contos de fadas foram estrategicamente pensadas pela autora para dar ênfase a questão do empoderamento da mulher. A típica princesa dos contos medievais estava sempre esperando sua salvação, vítima da sua realidade e refém da maldade. Neste livro - como o próprio título já diz - a única pessoa capaz de salvá-la é ela mesma.

Ainda que não tenhamos construído as prisões que nos limitam, somos capazes de desconstruir essas barreiras e lutar pela nossa liberdade. Amanda Lovelace, como todos nós, sofreu muito por conta dos padrões que a sociedade estabelece, padrões irreais e difíceis de serem alcançados. Sendo julgada e menosprezada por sua aparência pelas pessoas que mais deveriam amá-la, ela passou a se odiar também.

O livro traz um forte viés feminista pois leva em conta os ideais da autora, mas isso não afeta de forma alguma a leitura de pessoas que - como eu - não se identificam com essa abordagem ou não são mulheres. Pelo contrário, os estereótipos contra os quais Amanda luta estão presentes no dia-a-dia de todos nós, sem distinção e isso torna a leitura palpável, sensível e de fácil identificação.

De donzela presa na torre do castelo a rainha empoderada, esse livro traz as fases do amadurecimento de uma garota e sua arma mais poderosa para enfrentar o mundo e seus dragões: a poesia.

"não tenho medo dos monstros
escondidos debaixo da minha cama.

tenho medo dos garotos
com cabelos castanhos despenteados, olhos apertados,

& bocas que só sabem
como dizer meias verdades." (p. 53)

Sinopse: Amor e empoderamento em versos que levam os contos de fada à realidade feminina do século XXI A princesa salva a si mesma neste livro, de Amanda Lovelace, é comparado ao fenômeno editorial Outros jeitos de usar a boca, de Rupi Kaur, com o qual compartilha a linguagem direta, em forma de poesia, e a temática contemporânea. É um livro sobre resiliência e, sobretudo, sobre a possibilidade de escrevermos nossos próprios finais felizes.

Não à toa A princesa salva a si mesma neste livro ganhou o prêmio Goodreads Choice Award, de melhor leitura do ano, escolha do público. Esta é uma obra sobre amor, perda, sofrimento, redenção, empoderamento e inspiração. Dividido em quatro partes ("A princesa", "A donzela", "A rainha" e "Você"), o livro combina o imaginário dos contos de fada à realidade feminina do século XXI com delicadeza, emoção e contundência.

Amanda, aclamada como uma das principais vozes de sua geração, constrói uma narrativa poética de tons íntimos e cotidianos que acolhe o leitor a cada verso, tornando-o cúmplice e participante do que está sendo dito.

"era uma vez, uma princesa 
que nasceu das cinzas
que seus amores-dragão fizeram dela
&
se coroou
a porra da
rainha de si mesma." (p. 113)


junho 12, 2018

[Livros] Escrevi Isso Para Você - Iain S. Thomas

Título Original: I Wrote This For You
Autor: Iain S. Thomas
Editora: Sextante
Páginas: 208
Gênero: Poesia, Fotografias
País: África do Sul
ISBN: 9788543106304
Classificação: ★★★
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Uma coletânea de poemas e fotografias, Escrevi Isso Para Você é excepcionalmente simples e verdadeiro. Iain S. Thomas reúne textos sobre o amor e usa brilhantemente as palavras para expressar os sentimentos que ousamos tentar esconder dentro de nós. 

Em poemas curtinhos, porém cheios de significado, é impossível não se apaixonar por muitos dos escritos que o livro traz. Inicialmente conhecido na internet pelo pseudônimo pleasefindthis, Iain conquistou uma legião de fãs ousando falar de amor. 

O projeto gráfico desse livro lembra um portfólio, produzido em um papel similar ao fotográfico. É quase como se as imagens abstratas, desfocadas contrabalanceassem os poemas. As relações entre os títulos, os textos e as fotografias não é clara, por muitas vezes subjetiva, mas não deixa de ser interessante.

Abordando as diferentes nuances da paixão, dos relacionamentos e do próprio amor, o autor constrói uma obra completa e única, capaz de compreender qualquer um. Acredito que os retratos de Jon Ellis que ilustram o trabalho são - em sua maioria - preto e brancos porque as palavras contidas nesse livro transbordam cores que só um coração que ama ou já amou consegue enxergar.

"Há um milhão de coisas importantes a fazer. Mas nenhuma é tão importante quanto me deitar ao seu lado." (p. 45)

Sinopse: "Você sempre me diz que foi bom enquanto durou. Que as chamas mais intensas são as que queimam mais rápido. Ou seja, você via em nós uma vela. E eu via em nós o sol."

Escrevi isso pra você é uma coletânea de poemas contemporâneos sobre os diversos momentos do amor: a paixão e o encantamento dos primeiros tempos, o lento afastamento, a solidão a dois, a dor do fim e a esperança de novos começos.

Reunindo cerca de 200 textos divididos em quatro partes – Sol, Lua, Estrelas, Chuva –, o poeta sul-africano Iain S. Thomas combina palavras profundas e intensas com fotografias frias e impessoais. O resultado é um livro que provoca uma explosão de sentimentos perturbadores e conflitantes, mas totalmente familiares a qualquer pessoa que já tenha amado e sofrido pelo menos uma vez.

Conhecido nas redes sociais pelo pseudônimo pleasefindthis, o autor começou sua trajetória na internet, publicando poemas e fotos em seu blog pessoal. Com o tempo, seu trabalho ganhou repercussão, se transformou em livro e encantou milhares de leitores ao redor do mundo.

Com extrema delicadeza, Escrevi isso pra você expõe a natureza frágil das relações humanas e as nuances líricas e obscuras do amor.

"Existem milhões de formas de sangrar. Mas você é, de longe, a minha preferida."(p. 67)

junho 01, 2018

[Livros] A Luz Que Perdemos - Jill Santopolo

Título Original: The Light We Lost
Autor: Jill Santopolo
Editora: Arqueiro
Páginas: 272
Gênero: Ficção, Romance
País: EUA
ISBN9788580418408
Classificação: ★★★
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Uma leitura emocionante, A Luz Que Perdemos me deixou devastada. Jill Santopolo construiu uma história de amor em meio à maior tragédia que os Estados Unidos já viveram e deixou que a vida a fizesse desmoronar. Com lágrimas nos olhos, escrevo essa resenha com o resto de luz que me sobrou.

O atentado terrorista ao World Trade Center mudou a vida de todos nós, o medo, a insegurança, a desconfiança, a urgência de viver e a vontade de fazer a diferença mudaram a forma como encaramos o mundo. Perceber a fragilidade da vida dá a ela um sentido completamente diferente.

Gabe e Lucy estavam juntos quando os prédios desabaram e construíram naquele momento um amor que duraria a vida toda. Os planos deles, no entanto, os levariam para lugares diferentes. Gabe decidiu ser fotojornalista no Oriente Médio enquanto Lucy fez sua carreira nos Estados Unidos com animações infantis.

Nenhum dos dois quer - e pode - abrir mão dos seus sonhos e acabam, por isso, abrindo mão um do outro. Utilizando como inspiração Robert Frost, Jill Santopolo nos faz pensar sobre "a estrada que não pegamos", um caminho que teria nos levado a um destino completamente diferente e desconhecido.

Ainda que distantes, os dois conversam esporadicamente e mantém acesa a luz que criaram tantos anos atrás. Acompanhamos por meio dessa história narrada por Lucy o impacto que seu primeiro amor causou em sua vida e as consequências de tudo o que aconteceu entre eles. Nem sempre conseguimos esquecer o que nos marcou profundamente. A vida segue, mas o amor permanece.

Nem sempre podemos controlar os rumos que nossas vidas tomam, dois prédios desabaram e ninguém pôde evitar. Assim é a vida, duas histórias podem estar ligadas e destinadas a terminarem juntas até que algo colide com elas e faz com que tudo acabe. No lugar do WTC, Nova York construiu um memorial ao que antes existia, nossos corações são repletos de memoriais aos amores que vivemos.

"- Ainda penso em você, Lucy - disse você, olhando para seu copo vazio de uísque.
Tentei imaginar quantas doses você tinha bebido.
- Fico pensando naquela bifurcação do caminho. O que teria acontecido se a gente tivesse seguido pelo outro lado. Dois caminhos divergem." (p. 27)

Sinopse: Lucy e Gabe se conhecem na faculdade na manhã de 11 de setembro de 2001. No mesmo instante, dois aviões colidem com as Torres Gêmeas. Ao ver as chamas arderem em Nova York, eles decidem que querem fazer algo importante com suas vidas, algo que promova uma diferença no mundo.

Quando se veem de novo, um ano depois, parece um encontro predestinado. Só que Gabe é enviado ao Oriente Médio como fotojornalista e Lucy decide investir em sua carreira em Nova York. Nos treze anos que se seguem, o caminho dos dois se cruza e se afasta muitas vezes, numa odisseia de sonhos, desejo, ciúme, traição e, acima de tudo, amor. Lucy começa um relacionamento com o lindo e confiável Darren, enquanto Gabe viaja o mundo. Mesmo separados pela distância, eles jamais deixam o coração um do outro.

Ao longo dessa jornada emocional, Lucy começa a se fazer perguntas fundamentais sobre destino e livre-arbítrio: será que foi o destino que os uniu? E, agora, é por escolha própria que eles estão separados?

A Luz Que Perdemos é um romance impactante sobre o poder do primeiro amor. Uma ode comovente aos sacrifícios que fazemos em nome dos ­nossos sonhos e uma reflexão sobre os extremos que perseguimos em nome do amor.

"- É como se você fosse a minha estrela-guia, meu sol. Sua luz, sua atração gravitacional... Não consigo nem saber direito o que você representa para mim.
- Acho que somos uma estrela binária. (...) Nós orbitamos em volta um do outro." (p. 54)


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