maio 20, 2020

[Livros] Deuses Americanos - Neil Gaiman

Título Original: American Gods
Autor: Neil Gaiman
Editora: Intrínseca
Páginas: 576
Gênero: Fantasia, Mitologia
País: EUA
ISBN: 9788551000724
Classificação: ★★
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Mais que uma fantasia brilhante, Deuses Americanos é uma análise e uma homenagem de Neil Gaiman aos Estados Unidos e ao seu processo de formação. Literatura rica e cheia de referências, é um livro denso, repleto de metáforas e personagens que representam deuses de antigas religiões, é, portanto, importante conhecê-los para compreender a obra por completo.

A trama, que se passa nos tempos atuais, mostra como "sobrevivem" os deuses da antiguidade nos Estados Unidos. Deuses esses que foram levados por imigrantes, escravos e colonizadores e que representavam grande parte da cultura desses povos. O país é fruto de um conjunto de crenças diversas que se adaptaram e formaram o que a "América" é hoje - pensamento, crenças e valores.

Os deuses antigos estão se preparando para uma grande guerra contra os deuses modernos que querem exterminá-los. Entre os deuses da modernidade temos a mídia, a televisão, o tecnologia, as construções, entre outras coisas que veneramos nos tempos atuais. Em uma passagem genial, Neil Gaiman descreve como as famílias se reúnem todas as noites em torno do aparelho de televisão como se fosse um ritual sagrado, de fato é.

O protagonista Shadow é um homem que acabou de sair da cadeia e vê a sua vida desmoronar completamente quando descobre que não tem mais nada o esperando do lado de fora. Sua esposa morreu num trágico acidente de carro e enquanto volta para sua cidade natal, é abordado por um estranho que parece saber muito sobre ele. Enquanto tenta compreender o que está acontecendo, Shadow se prepara para uma grande tempestade que vem sendo anunciada. Essa mudança no tempo vem representando uma verdadeira mudança no pensamento de um povo, a guerra entre o velho e o novo.

Uma guerra sempre trás grandes consequências, mas a maior delas é que o perdedor será esquecido, eliminado como se nunca tivesse existido. Assim acontece há tantos milênios em tantos lugares, por conta das muitas colonizações. A cultura, crenças e valores de um país são apagados e substituídos pelos do "vencedor". Ao final, todos nós já nascemos perdendo toda a cultura que nunca vamos conhecer e que foi apagada antes da nossa existência. Deuses Americanos fala da constante luta que envolve os Estados Unidos, uma luta pela supremacia, onde apenas os mais fortes triunfam.

Sinopse: Deuses americanos é, acima de tudo, um livro estranho. E foi essa estranheza que tornou o romance de Neil Gaiman, publicado pela primeira vez em 2001, um clássico imediato. Nesta nova edição, preferida do autor, o leitor encontrará capítulos revistos e ampliados, artigos, uma entrevista com Gaiman e um inspirado texto de introdução.

A saga de Deuses americanos é contada ao longo da jornada de Shadow Moon, um ex-presidiário de trinta e poucos anos que acabou de ser libertado e cujo único objetivo é voltar para casa e para a esposa, Laura. Os planos de Shadow se transformam em poeira quando ele descobre que Laura morreu em um acidente de carro. Sem lar, sem emprego e sem rumo, ele conhece Wednesday, um homem de olhar enigmático que está sempre com um sorriso no rosto, embora pareça nunca achar graça de nada.

Depois de apostas, brigas e um pouco de hidromel, Shadow aceita trabalhar para Wednesday e embarca em uma viagem tumultuada e reveladora por cidades inusitadas dos Estados Unidos, um país tão estranho para Shadow quanto para Gaiman. É nesses encontros e desencontros que o protagonista se depara com os deuses — os antigos (que chegaram ao Novo Mundo junto dos imigrantes) e os modernos (o dinheiro, a televisão, a tecnologia, as drogas) —, que estão se preparando para uma guerra que ninguém viu, mas que já começou. O motivo? O poder de não ser esquecido.

O que Gaiman constrói em Deuses americanos é um amálgama de múltiplas referências, uma mistura de road trip, fantasia e mistério — um exemplo máximo da versatilidade e da prosa lúdica e ao mesmo tempo cortante de Neil Gaiman, que, ao falar sobre deuses, fala sobre todos nós.

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