abril 21, 2017

[Livros] A Química Que Há Entre Nós - Krystal Sutherland

Título Original: Our Chemical Hearts
Autor: Krystal Sutherland
Editora: Globo Alt
Páginas: 272
Gênero: YA, Ficção
País: EUA
ISBN: 9788525062406
Classificação: ★★★★
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Um soco no estômago. A Química Que Há Entre Nós foi uma daquelas leituras que nos chacoalham e nos fazem reavaliar nossas vidas e nossas escolhas amorosas. Mais do que um romance adolescente, essa é a história de um amor de verdade, não daqueles idealizados, mas daqueles que machucam, doem e fazem chorar encolhido na cama. De uma forma simples sem deixar de ser emocionante, o livro de Krystal Sutherland mostra que sentimentos não são nada mais do que química e às vezes as fórmulas não batem.

Outra vez me identifiquei muito com um personagem e mergulhei - literalmente - na história. Henry é o típico garoto que ama perdidamente e se desespera com a possibilidade de não ser amado de volta. Gostar de alguém já é suficientemente difícil, mas não ser retribuído dói como brasa quente e demora a passar. Junto ao protagonista, chorei por cada vez que tive meu coração partido e cada ilusão criada por mim mesma sobre alguém que parecia especial.

Henry Page é um tímido garoto com pouca ou nenhuma experiência com garotas, o típico nerd bonitinho que não sabe se aproximar do sexo oposto. Ele conta com seus dois melhores amigos - Lola e Murray - para fazer da sua experiência no ensino médio algo menos decepcionante. Quando conhece uma garota nova chamada Grace Town, Henry se apaixona instantaneamente por ela e esse é o começo de um perigoso mergulho no amor sem direito a bote salva-vidas ou boia. 

Grace tem problemas sérios com seu passado e tenta, na nova escola, recomeçar sua vida. O que aconteceu em seu passado não chega a ser um grande mistério para leitores de ya's, mas é algo impactante e tão difícil que mudou completamente sua personalidade e a transformou em outro alguém. A protagonista trava uma luta intensa contra seus próprios demônios e, ainda assim, o tolo Henry se apaixona por ela.

A amizade que os dois desenvolvem é espontânea e uma das coisas mais lindas sobre esse livro é a naturalidade como a autora envolve os protagonistas. Henry e Grace são cativantes e suas histórias são como tantas outras que acontecem fora da ficção. Em muitos momentos, percebi em Henry aspectos similares aos meus e sofri vendo-o cometer os mesmos erros que eu costumo cometer. O sofrimento expresso na narrativa é palpável e, apesar de serem níveis diferentes de dor, a autora nos mostra que não é possível comparar qual é a maior. A dor apenas dói.

Apesar de não ter aprovado a adaptação do título para o português, A Química Que Há Entre Nós - Our Chemical Hearts - é mais um belo romance ya publicado pelo selo Globo Alt. A forma como Krystal fala do amor é direta, objetiva, como ele próprio é, uma reação química. Quem complica o sentimento somos nós que ousamos ser peixes em lagos muito profundos quando não ainda sabemos nadar.

"- Você não pode projetar suas fantasias nas pessoas e esperar que elas cumpram o papel, Henry. As pessoas não são recipientes vazios para você encher com seus devaneios." (p. 220)

Sinopse: Grace Town é esquisita. E não é apenas por suas roupas masculinas, seu desleixo e a bengala que usa para andar. Ela também age de modo estranho: não quer se enturmar com ninguém e faz perguntas nada comuns.

Mas, por algum motivo inexplicável, Henry Page gosta muito dela. E cada vez mais ele quer estar por perto e viver esse sentimento que não sabe definir. Só que quanto mais próximos eles ficam, mais os segredos de Grace parecem obscuros. 

Mesmo que pareça um romance fadado ao fracasso, Henry insiste em mergulhar nesse universo misterioso, do qual nunca poderia sair o mesmo. Com o tempo, fica claro para ele que o amor é uma grande confusão, mas uma confusão que ele quer desesperadamente viver.

"- Eles envenenaram você com essa bobagem de 'o amor é paciente, o amor é gentil' desde que você era criança. Mas o amor é científico, cara. Quer dizer, ele é apenas uma reação química no cérebro. Às vezes essa reação dura uma vida inteira, repetindo-se de novo e de novo. E às vezes não. Às vezes ela entra em supernova e começa a desaparecer. Nós somos todos apenas corações químicos. Isso deixa o amor menos brilhante?" (p. 245)

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