Autor: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Páginas: 553
Gênero: Distopia, YA, Ficção, Fantasia
País: EUA
ISBN: 9999094163351
Classificação: ★★★☆☆
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Terceiro livro da saga A Rainha Vermelha, A Prisão do Rei toma um caminho bem diferente de seus antecessores. Se nos outros livros, Victoria Aveyard nos bombardeou com reviravoltas e cenas de tirar o fôlego, desta vez, a autora desacelerou bastante o passo e a história se arrastou de forma entediante por cruéis trezentas páginas. O ritmo da história combinado a escolha dos narradores impactou muito o desenvolvimento da trama e, assim, considero este um dos mais fracos livros da série.
A narração dos capítulos nos fornece três diferentes pontos de vista: Mare, Evangeline e Cameron. Com motivações absolutamente diferentes, a escolha das três garotas não foi aleatória mas acabou prejudicando a narrativa. Mare passou grande parte do livro presa pelo ex-noivo, Maven, sofrendo todo o tipo de tortura física e psicológica. Evangeline é uma manipuladora e faz o possível para proteger a si mesma e aos interesses da família. Cameron, no entanto, é uma sanguenova que tem muita raiva por ter sido obrigada a se juntar à Guarda Escarlate.
Se a Guarda Escarlate já não é exatamente popular por suas ações radicais, ter o ponto de vista de alguém que não concorda com o grupo tende a influenciar os leitores a não escolherem um lado. Discordo veementemente da forma de atuação política da Guarda e com atentados cada vez mais violentos, se fez necessário um ponto de vista mais humano de dentro da organização. Não há. Provavelmente, esta foi uma escolha proposital de Victoria, justamente para nos mostrar o grande caos político em que essa distopia se enquadra, infelizmente tão contemporânea que assusta.
As movimentações políticas e o jogo de manipulação propagado pelo governo é explícito e complexo. A autora expôs uma realidade distópica em que a rebelião é a única alternativa, no entanto, os ideais se perdem conforme o poder se dissipa. É um infinito de contraste de pontos de vista, crenças e poderes. Escolher um lado não é fácil, especialmente, quando tantos sacrifícios são requeridos pelo "bem maior", essa expressão que justifica todo tipo de atrocidade para consertar outra atrocidade vigente.
Ao finalizar a leitura é possível compreender porque o herdeiro destronado, Cal, hesita tanto em escolher um lado, a Guarda Escarlate não se mostra uma alternativa justa à monarquia absolutista. Teria sido interessante conhecer o ponto de vista dele perante os eventos que sucederam a prisão de Mare.
Maven, no entanto, se mostrou mais complexo e misterioso do que parecia ser. O jovem rei confessou que é uma criação da mãe - manipuladora de mentes - e nos deixa na dúvida sobre o quanto de sua maldade foi implantada em suas lembranças pela falecida rainha Elara. Em muitos momentos, tive pena dele por tantas escolhas erradas, mas mesmo sem os laços que o uniam à sua mentora, Maven permanece um tirano obcecado por Mare Barrow e pelo poder.
O ritmo narrativo acelera nas últimas páginas e grandes alianças políticas se consolidam. É quase irônico o quanto o poder depende do medo. Enquanto os dois lados armam suas estratégias para a batalha, famílias, vidas e sonhos são dizimados por exércitos inteiros. É um massacre para ambos os lados e a vitória se afasta cada vez mais da paz. A justiça é uma utopia, seja no mundo real, seja no mundo distópico. Somos todos prisioneiros em nossas jaulas prateadas.
"Ele me enganou quando era príncipe, me atraindo para sua armadilha. Agora, estou na prisão do rei. Mas ele também está. Minhas correntes são as Pedras Silenciosas. As dele são a coroa." (p. 183)
Sinopse: No terceiro volume da série que já vendeu mais de 250 mil exemplares no Brasil, tudo vai queimar. Mare Barrow foi capturada e passa os dias presa no palácio, impotente sem seu poder, atormentada por seus erros. Ela está à mercê do garoto por quem um dia se apaixonou, um jovem dissimulado que a enganou e traiu. Agora rei, Maven continua com os planos de sua mãe, fazendo de tudo para manter o controle de Norta — e de sua prisioneira.
Enquanto Mare tenta aguentar o peso sufocante das Pedras Silenciosas, o resto da Guarda Escarlate se organiza, treinando e expandindo. Com a rebelião cada vez mais forte, eles param de agir sob as sombras e se preparam para a guerra. Entre eles está Cal, um prateado em meio aos vermelhos. Incapaz de decidir a que lado dedicar sua lealdade, o príncipe exilado só tem uma certeza: ele não vai descansar enquanto não trouxer Mare de volta.
"- Não sou tolo, menininha elétrica. - Seu tom acompanha o meu. - Se vai brincar com a minha mente, vou brincar com a sua. Somos bons nisso. (...)
- Não me compare a você, não somos iguais.
- Pessoas como nós mentem para todo mundo. Principalmente para nós mesmos."
(p. 215)
(p. 215)