Autor: Eloisa James
Editora: Arqueiro
Páginas: 320
Gênero: Distopia, YA, Ficção, Fantasia
País: EUA
ISBN: 9788580416800
Classificação: ★★☆☆☆
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Primeiro volume de uma série de releituras de contos de fadas, Quando A Bela Domou A Fera mistura diversas influências contemporâneas ao clássico A Bela e a Fera. A presença de novos elementos na narrativa foi inicialmente o que me atraiu para a leitura, no entanto, tais transformações acabaram interferindo no romance histórico e o resultado não me agradou o bastante.
O linguajar empregado nos diálogos, as descrições e mesmo o desenvolvimento da relação entre os protagonistas foi muito cru e não consegui me conectar com a história de forma alguma. Alguns acontecimentos pareceram demasiadamente forçados e outros mais previsíveis do que o permitido para o gênero. Desde o começo da trama sabe-se o final e não é apenas: "sei que os protagonistas ficam juntos", é mais como "sei que ficam juntos e sei exatamente como tudo acontece".
O que me motivou a ler o livro de Eloisa James foi a construção do protagonista Piers Yelverton. Inspirado no Dr. Gregory House da série de televisão House, o rapaz tem todas as características do arrogante e prepotente médico, mas não se mantém fiel à esta personalidade forte até o final. Aos poucos isso se desconstrói de uma maneira pouco crível e nada sutil.
Essa mistura de elementos da cultura pop ao clássico me gerou expectativas de uma leitura interessante mas, infelizmente, o resultado me decepcionou brutalmente. A assimilação do comportamento grosseiro e egoísta do médico, rendeu-lhe o apelido de "Fera" e curiosamente esta é a única ligação da história inspiradora ao romance. Um elo fraco e que, sinceramente, foi forçado ao extremo, deveriam haver outras conexões que justificassem a releitura.
A protagonista Linnet é a típica Bela, mas não falo de A Bela e a Fera, pelo contrário, falo de Isabella Swan, seu total oposto. Vendida na sinopse como uma moça diferente, que se destacava das demais, Linnet Thrynne é exatamente o estereótipo de mocinha tapada, igual a grande maioria das senhoritas da época. Ela se diz durona, inteligente e teimosa, mas aceita sem pestanejar qualquer coisa que lhe é imposta e é tão tola que seus diálogos causam vergonha. Sua vitimização faz com que ela seja ainda mais insuportável e foi bem difícil torcer para que seu final fosse feliz. Graças ao gênero, sempre é.
Fadados a ficarem para sempre solteiros, o médico que sofre constantemente com uma dor lancinante na perna e a jovem que teve sua reputação destruída por engano não acreditam em casamento, mas o tempo fará com que eles descubram que o amor pode estar nos lugares mais sombrios. A lição mais importante que a autora deixa é a de que não somos o que parecemos ser. Nem tão belos e nem tão monstruosos.
De forma geral, Quando A Bela Domou A Fera não foi uma história marcante ou mesmo significativa. O título, bastante prepotente esconde uma história nada parecida com o livro que a inspira. Com um desenvolvimento narrativo pouco plausível, nem mesmo a extensa pesquisa científica que a autora realizou se mostrou capaz de salvar o livro. Se o Dr. Piers fosse realmente o Dr. House, com certeza diagnosticaria as falhas neste enredo e, infelizmente, são muitas mais do que acertos.
"- Eu leio romances demais para não ser romântica.
- Romances não têm nada a ver com a vida real.
- São melhores que a vida real." (p. 166)
Sinopse: Eleito um dos dez melhores romances de 2011 pelo Library Journal, "Quando a Bela domou a Fera" é uma releitura de um dos contos de fadas mais adorados de todos os tempos.
Piers Yelverton, o conde de Marchant, vive em um castelo no País de Gales, onde seu temperamento irascível acaba ferindo todos os que cruzam seu caminho. Além disso, segundo as más línguas, o defeito que ele tem na perna o deixou imune aos encantos de qualquer mulher.
Mas Linnet não é qualquer mulher. É uma das moças mais adoráveis que já circularam pelos salões de Londres. Seu charme e sua inteligência já fizeram com que até mesmo um príncipe caísse a seus pés. Após ver seu nome envolvido em um escândalo da realeza, ela definitivamente precisa de um marido e, ao conhecer Piers, prevê que ele se apaixonará perdidamente em apenas duas semanas.
No entanto, Linnet não faz ideia do perigo que seu coração corre. Afinal, o homem a quem ela o está entregando talvez nunca seja capaz de corresponder a seus sentimentos. Que preço ela estará disposta a pagar para domar o coração frio e selvagem do conde? E Piers, por sua vez, será capaz de abrir mão de suas convicções mais profundas pela mulher mais maravilhosa que já conheceu?
"- Está querendo insinuar que sou fácil? - perguntou Linnet, ressentida.
- Está insinuando que eu não a respeitaria se você fosse?" (p. 200)