Diferente de tudo o que você já leu, a duologia Black Bird traz não só uma história eletrizante e inovadora, como também uma voz narrativa pouco convencional – em segunda pessoa - que leva o leitor a sentir como se fosse o protagonista. Sendo parte da história, “você” deverá desvendar o quebra-cabeça que envolve a trama, seus personagens e, acima de tudo, sua própria identidade.
A escrita de Anna Carey é viciante, misteriosa. A cada capítulo, uma nova reviravolta transforma tudo o que você acredita em algo novo e os livros te conduzem – bem como conduzem a protagonista – a uma jornada em busca de respostas. Em um ritmo frenético e com direito a muita ação, você encontrará pistas que o levarão a desconfiar de tudo e todos.
Você – a protagonista – acorda num lugar desconhecido e sem nenhuma lembrança do seu passado. Sem saber quem é ou o quê aconteceu, você encontra em seu pulso uma tatuagem e uns poucos pertences em sua mochila. Ao perceber que está sendo vigiada e, principalmente, ao descobrir que é uma boa fugitiva, você chega a uma assustadora conclusão: está sendo caçada e precisa correr.
Sua sobrevivência está – literalmente – em jogo e sem entender o motivo, você precisa fugir. As poucas coisas que você sabe, fragmentos de sua memória e um garoto em quem você passa a confiar são tudo o que você tem. Graças a um passado do qual você nem mesmo se lembra, você é extremamente habilidosa e já foi caçada antes. Afinal, uma presa nunca esquece como sobreviver.
Anna Carey me surpreendeu absurdamente com sua forma inovadora de contar histórias. Uma narrativa em segunda pessoa é uma forma ainda pouco explorada de envolver o leitor e fazer com que ele absorva, não só o ponto de vista da personagem, mas também suas características e compreensão limitada. O desfecho da duologia me agradou bastante e pude fechar Deadfall com a certeza de que valeu a pena todo o mistério.