outubro 25, 2013

[Livros] Dois Rios - T. Greenwood

Título Original: Two Rivers
Autor: T. Greenwood
Editora: Novo Conceito
Páginas: 448
Gênero: Ficção
País: EUA
ISBN: 9788581632773
Classificação★★★★★
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Dois Rios me surpreendeu muito e agora faz parte da minha seleta lista de favoritos. Eu não tinha ideia do que esperar ao entrar de cabeça nessa história de T. Greenwood. Me deparei com temas fortes como o preconceito enfrentado por mães solteiras, racismo, abuso, violência e guerra. 

Greenwood joga todos esses fardos da sociedade no livro e os tempera com amor. Os capítulos intercalados entre o passado, passado ainda mais distante e presente, fazem com que depois de ler um capítulo denso, tenhamos um capítulo leve e apaixonante, descrevendo o relacionamento do protagonista Harper e sua falecida esposa Betsy.

Me peguei de olhos marejados algumas vezes no decorrer da narrativa, não só nos lindos trechos que ilustram o amor do casal protagonista. Também ao ver tamanha ignorância e segregação racial, o sofrimento de pessoas que são julgadas diferentes por terem cores diferentes, como se sua alma tivesse cor.

A diagramação excelente da Editora Novo Conceito, com letras grandes (que já me deixaram até mal acostumada), fez com que suas 400 páginas voassem. Ao terminar o livro, não fiquei com gostinho de quero mais, ele acabou exatamente quando deveria acabar e por isso gostei mais ainda.

Harper vive atormentado pela dor após o falecimento de sua esposa Betsy, na noite em que a filha Shelly nasceu. Mesmo após 12 anos ele não consegue esquecê-la, mas faz o melhor que pode para criar sua menina sozinho. Porém, Harper Montgomery não sofre apenas pela perda da mulher, há um segredo sobre algo que aconteceu em seu passado, que também o corrói. Algo obscuro, que o persegue dia após dia.

Em um acidente de trem, ele encontra uma garota desamparada e decide ajudá-la, talvez essa seja uma forma de redenção, de conseguir algum tipo de perdão. É por isso, que ele acolhe a jovem grávida. O que ele não imagina, é que o acidente foi um acaso do destino, mas Maggie não. Ela entrou naquele trem determinada a encontrar alguém, alguém que, por acaso, era Harper Montgomery.

Nos flashbacks do passado, conhecemos um menino que é apaixonado por sua melhor amiga, Betsy. Com o passar dos anos, na adolescência essa amizade vai aos poucos se tornando um puro e singelo amor. É uma das mais lindas histórias de amor que eu li nos últimos anos. 

Vocês sabem que minhas resenhas são péssimas quando eu me apaixono pelo livro. É difícil falar de algo que a gente gosta. Espero que eu tenha conseguido mostrar à vocês como Dois Rios me encantou, e por isso recomendo muito. T. Greenwood, obrigada por nos presentear com uma história tão incrível e apaixonante.

"- Pássaro tolo. Voando por aí, sendo apenas um pássaro, e de repente bum, já era - ela disse olhando para mim e fechando o rosto. - Ninguém se incomodou de avisá-lo sobre o vidro. Você teria me avisado, certo? Se eu fosse esse pássaro? E você fosse meu amigo pássaro?
Acenei com a cabeça. Lógico que teria." (p.85)

Sinopse: Harper Montgomery vive ofuscado pela tristeza. Desde a morte de sua mulher, há 12 anos, ele aprisionou-se em uma pequena cidade, Dois Rios, onde todo mundo se conhece, porque ali — justifica-se — poderia criar melhor sua única filha. Atormentado pelo desgosto, Harper prefere esconder-se. Mas a verdade é que a morte de sua mulher é somente um dos motivos de sua dor. Além de sofrer por sua perda, ele se sente culpado por um ato abominável: quando mais jovem foi cúmplice de um crime brutal e sem sentido. Há muito sentimento em jogo quando se trata de sua vida cheia de remorsos... Então, um acidente de trem oferece a Harper a chance de redenção: uma das sobreviventes, uma menina de 15 anos, grávida, precisa de um lugar para ficar, e ele se oferece para levá-la para casa. No entanto, a aparição dessa menina, Maggie, não tem nada de simples acaso, talvez, ela tenha alguma coisa a ver com o crime do qual ele participou um dia...

"As pessoas dizem que nos definimos por nossas escolhas; algumas delas são fáceis, breves, enquanto outras são mais difíceis. Estas últimas são aquelas que nos deixam acordados à noite, que nos forçam a pesar os prós e os contras, a examinar o que certo e o que é errado. (...)
Um dia, há muito tempo, tomei uma decisão em uma fração de segundo que, a partir de então, todos os dias, me fez questionar a mim mesmo quem eu sou e do que sou capaz." (p.15)

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