Autor: Lou Aronica
Editora: Novo Conceito
Páginas: 416
Gênero: Romance, Ficção
País: EUA
ISBN: 9788581632407
Classificação: ★★★★★
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A Menina Que Semeava foi uma agradável surpresa, confesso que não esperava gostar tanto da escrita de Lou Aronica, que nos envolve com magia, assim como o universo de Tamarisk. Outra vez, a Editora Novo Conceito me decepcionou na tradução do título, vocês sabem como eu detesto esse negócio de colocar 'A Menina...' no começo do título como estratégia de marketing para vender aos fãs de A Menina Que Roubava Livros (outra vez, Mari? sim, outra vez!). O título original do livro é Blue, e novamente vou dizer que quem o leu vai entender porque fazia mais sentido ter permanecido assim, mas eu entendo, é preciso conquistar alguns leitores pelo título, outros pela capa, poucos pelo conteúdo.
Conhecemos a história de Chris, um pai que viu seu mundo virar de cabeça para baixo quando sua ex-esposa Polly pediu divórcio e o afastou da pessoa que mais amava, sua filha Becky. Quando pequena, Becky teve câncer e em meio ao devastador tratamento quimioterápico, ela e o pai criaram um universo mágico onde poderiam se esconder de tudo de ruim que estava acontecendo, esse mundo mágico foi chamado de Tamarisk.
Tamarisk é detalhadamente descrita como um lugar incrível e especialmente bonito por conta da flora do lugar, criada por Chris, que no mundo real é um botânico. O problema é que depois que Becky e seu pai pararam com as histórias sobre Tamarisk, o reino passou a existir sem a interferência deles e uma grande praga se abateu sobre as plantações e florestas, os cidadãos e a rainha do mundo inventado por pai e filha, passam agora por uma crise, que está longe de ser resolvida, especialmente agora que os dois, não visitam esse lugar especial há tantos anos.
Num dia extremamente diferente, Becky involuntariamente viaja para Tamarisk e descobre que o lugar mágico que ela e o pai inventaram não era só coisa da sua imaginação e não só era real, como também está sendo ameaçado de extinção. Em meio aos conflitos familiares do pai e da mãe, de estranhos sintomas de doença, dos efeitos da adolescência, Becky se vê de volta à infância, só que agora ela tem que tomar uma difícil decisão, acreditar no fantástico e ajudar a salvar o mundo que criou ou deixar esses anos da infância para trás e seguir com sua vida.
Bem escrito, encantador e emocionante, virei as últimas páginas em meio a soluços e lágrimas, foi um livro que mexeu muito comigo, em toda fantasia tem um pouco de verdade, assim como toda verdade tem de ter um pouco de fantasia. Recomendo muito!
"Havia motivos para acreditar que iam enriquecer esse dom. Se eles assim o fizessem, uma nova história poderia surgir. Uma história que valesse a pena.
Infelizmente, não uma história simples."
Sinopse: Chris Astor é um homem de seus quarenta e poucos anos que está passando pelo mais difícil trecho de sua vida. Ele tem uma filha, Becky, de 14 anos, que já passou imensas dificuldades até chegar a se tornar uma moça vibrante e alegre, mas que parece que terá que enfrentar mais um grande problema em sua vida. Quando Becky era pequena e teve câncer, Chris e ela inventaram um conto de fadas, uma fantasia infantil que adquiriu vida e tornou-se um terrível, provavelmente fatal, problema. Agora, Chris, Becky e Miea (a jovem rainha da fantasia criada por pai e filha) terão que desvendar um segredo: o segredo de por que seus mundos de fantasia e realidade se juntaram neste momento. O segredo para o propósito disso tudo. O segredo para o futuro. É um segredo que, se descoberto, irá redefinir a mente de todos eles.A menina que semeava é um romance de esforço e esperança, invenção e redescoberta. Ele pode muito bem levá-lo a algum lugar que você nunca imaginou que existisse. Uma fantasia que trabalha assuntos densos como a separação dos pais, oncologia infantil, separação de filha e pai, adolescência. A menina que semeava não é um livro sobre adolescentes comuns. É sobre uma menina que se deparou prematuramente com a ameaça do fim e teve de tentar aprender a lidar com ele.
"- Olá estrelinha - o pai disse em seu tom rouco.
Ele nunca a havia chamado assim antes, mas Miea gostou do apelido.
- Sinto sua falta, pai - ela disse melancolicamente.
- A saudade enobrece.
- Também machuca. Eu prontamente trocaria esse enobrecimento por mais dias com você.
- Nossa história é mais longa que essa, Estrela. Nossa história é eterna."