abril 04, 2015

[Livros] A Mais Pura Verdade - Dan Gemeinhart

Título Original: The Honest Truth
Autor: Dan Gemeinhart
Editora: Novo Conceito
Páginas: 224
Gênero: Ficção, Young Adult
País: EUA
ISBN: 9788581636337
Classificação★★★★☆
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Existem muitos tipos de verdade, algumas mais honestas que outras. Esse livro fala sobre a mais pura delas: a vida. De uma maneira sutil, Dan Gemeinhart nos mostra o quão frágeis nós somos e como o tempo pode ser tudo e nada ao mesmo tempo. É um livro para ser sentido e entendido pois significa mais do que quer dizer.

É tudo uma metáfora. A verdade, a vida e as montanhas que temos de escalar. A vida é uma montanha e essa é a mais pura verdade. Muitas vezes não alcançamos o topo, muitas vezes caímos e recomeçamos a subida. Alguns vão mais longe que outros, outros tem medo da altura e por isso, nunca saem do lugar. Além disso, as montanhas possuem fissuras, grandes e pequenas e que podem fazer até o mais experiente do montanhistas escorregar.

Mark sabe que seu tempo está se esgotando e ele ainda não chegou ao topo da montanha, na verdade, nem ao pé dela. Ele era uma criança que tinha toda a vida pela frente, mas que teve seu mundo virado de ponta cabeça quando descobriu que seu câncer voltou. Ele vê os dias passarem, os minutos serem levados e seus sonhos se distanciando dele.

No já tão famoso dilema entre uma morte 'digna' e uma morte dolorosa, ele decide sair em busca de uma última aventura: escalar uma montanha. Desta vez não é uma metáfora. Seu sonho é chegar ao topo e olhar o céu de perto, antes de ir para lá definitivamente. Uma utopia, um sonho, um desafio, Mark não liga para as dificuldades, ele está disposto a seguir em frente, aconteça o que acontecer.

Acompanhado de seu cachorro Bleu, Mark parte rumo ao desconhecido. Uma mochila, um pouco de dinheiro, um diário, uma máquina fotográfica e um punhado de coragem. É tudo o que o garoto leva, é tudo o que ele tem. Deixando os pais e a melhor amiga, Jessie, para trás, ele não se importa de ir de encontro à morte. Assim, ele pelo menos terá tentado e sua vida não terá sido em vão.

Mark e Bleu enfrentam inúmeros perigos, afinal uma criança desprotegida, doente e sozinha é um alvo fácil para todo o tipo de gente. No meio do caminho eles conhecem muitas pessoas, algumas que os ajudam e provam que ainda existe gente boa no mundo. Cada momento é registrado em seu diário e em sua memória. Assim, a viagem vai preenchendo seus dias e dando sentido à sua busca. 

Nessa jornada finita em que todos nós estamos, uma criança ousou desafiar o tempo, o destino e os seus próprios limites. A história de Dan Gemeinhart pode ser apenas ficção, mas tem muito a ver com a realidade. Nosso relógio decrescente conta as horas para o nosso fim, somos limitados, finitos, mortais. A vida é curta demais para não a arriscarmos. Vivemos rodeados de montanhas que temos medo de escalar e essa é a mais pura verdade.

"Pensei no meu avô, que costumava me envergonhar sempre que me chamava de seu herói. Ele havia me dado aquele relógio de bolso de prata e eu o levava para todo lugar. Eu o adorava - até que as coisas começaram a piorar, e o som do tique-taque mais parecia passos sombrio que se aproximavam de mim. Eu amava o relógio, até começar a odiar o tempo. E como ele ia embora." (p. 128)

Sinopse: A Mais Pura Verdade - Em todos os sentidos que interessam, Mark é uma criança normal. Ele tem um cachorro chamado Beau e uma grande amiga, Jessie. Ele gosta de fotografar e de escrever haicais em seu caderno. Seu sonho é um dia escalar uma montanha.Mas, em certo sentido um sentido muito importante , Mark não tem nada a ver com as outras crianças.

Mark está doente. O tipo de doença que tem a ver com hospital. Tratamento. O tipo de doença da qual algumas pessoas nunca melhoram. Então, Mark foge. Ele sai de casa com sua máquina fotográfica, seu caderno, seu cachorro e um plano. Um plano para alcançar o topo do Monte Rainier.Nem que seja a última coisa que ele faça. A Mais Pura Verdade é uma história preciosa e surpreendente sobre grandes questões, pequenos momentos e uma jornada inacreditável.

"Havia uma fissura bem na minha frente. Tinha quase dois metros no topo. Não dava para ver o fundo. Fiquei a apenas um passo de cair lá dentro. (...)
Sentei-me na neve e respirei profundamente, com o coração disparado, e olhei lá para baixo e vi como era a morte. Era negra, fria e próxima. Impossível ver o fim." (p. 185)


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