Autor: Kristin Hannah
Editora: Arqueiro
Páginas: 352
Gênero: Romance, Ficção
País: EUA
ISBN: 9788580415957
Classificação: ★★★☆☆
_______________
As Cores da Vida é um relato sensível da dor e da união de uma família em ruínas. Infelizmente, o drama familiar de Kristin Hannah - autora dos geniais Jardim de Inverno e O Rouxinol - não me surpreendeu desta vez. A história da família Grey é bonita, intensa e cheia de sofrimento, mas as costuras feitas pela autora são perceptíveis e a trama me pareceu demasiadamente forçada.
Kristin Hannah envolve em diversos de seus livros um núcleo familiar deteriorado, seja pelo tempo, pela guerra ou pela morte. Isso não muda em As Cores da Vida, neste romance somos apresentados às três meninas Grey que acabaram de perder a mãe e ainda muito novas são obrigadas a cuidar uma da outra. O pai, completamente endurecido e desgastado pela perda da esposa se torna um estranho para elas e os cinza preenchem a vida de uma família antes tão colorida.
As irmãs se amam, mas há uma grande rivalidade cultivada desde cedo e que piora após a morte da matriarca Grey. Winona, a filha mais velha, lida com toda a pressão do pai para tomar as decisões certas, porém, nunca é valorizada, enquanto a irmã mais nova Vivi Ann é a menina dos olhos do pai e conquista seus sorrisos mais puros.
Além da disputa pela atenção do pai, Winona inveja a irmã por sua beleza, espontaneidade e boa sorte. É como se nada jamais afetasse a pequena estrela da família e o ciúme amargo corrói lentamente o coração de uma irmã que nunca corresponde às expectativas de ninguém. A raiva de Winona desencadeia uma série de consequências e somente juntas as irmãs poderão enfrentar os desafios que a vida lhes reserva.
O contraste entre a personalidade das três irmãs é muito interessante. Algo que Kristin Hannah faz bem é construir personagens complexos, cheios de histórias para contar. O narrador-onisciente nos leva para perto da família Grey e nos mostra cada uma das rachaduras que ameaça essa frágil estrutura familiar. As emoções, os sentimentos e as memórias dessas protagonistas podem não ser as mais marcantes, mas trazem uma história tão cheia de verdade quanto de cor.
"Isso deveria ser suficiente para ela? Ela estava errada em querer paixão? Em sonhar com algo - com alguém - além disso? Ela sempre havia imaginado que o amor fosse algo turbulento e volátil, uma emoção que a tirasse do sério, a fragmentasse em pedaços e a transformasse em uma pessoa que ela não poderia ter se tornado por outro meio. Será que ela era boba em acrediar em todas essas coisas?" (p. 58)
Sinopse: Uma arrebatadora história sobre irmãs, rivalidade, perdão e, em última análise, o que significa ser uma família. As irmãs Winona, Aurora e Vivi Ann perderam a mãe cedo e foram criadas por um pai frio e distante. Por isso, o amor que elas conhecem vem do laço que criaram entre si. Embora tenham personalidades bastante diferentes, na verdade são inseparáveis.
Winona, a mais velha e porto seguro das irmãs, nunca se sentiu em casa no rancho da família e sabe que não tem as qualidades que o pai valoriza. Mas, sendo a melhor advogada da cidade, ela está determinada a lhe provar seu valor. Aurora, a irmã do meio, é a pacificadora. Ela acalma as tensões familiares e se desdobra pela felicidade de todos – ainda que esconda os próprios problemas. E Vivi Ann é a estrela entre as três. Linda e sonhadora, tem o coração grande e indomável e é adorada por todos. Parece que em sua vida tudo dá certo.
Até que um forasteiro chega à cidade... Então tudo muda. De uma hora para a outra, a lealdade que as irmãs sempre deram por certa é posta à prova. E quando segredos dolorosos são revelados e um crime abala a cidade, elas se veem em lados opostos da mesma verdade.
"Toda a racionalização do mundo não havia funcionado. Uma semente de descontentamento havia sido plantada dentro dela e, mesmo agora, ela era capaz de sentir suas raízes se aprofundando." (p. 72)
EditoraArqueiro|Skoob