Autor: F. Scott Fitzgerald
Editora: Folha de São Paulo
Páginas: 96
Gênero: Contos, Clássico
País: EUA
ISBN: 9788593876646
Classificação: ★★★★★
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Primeiro volume da coleção bilíngue "Inglês com Clássicos da Literatura", Sonhos de Inverno é um dos contos mais importantes de F. Scott Fitzgerald. Publicado em 1922, a história nos traz uma visão geral da complexidade da alta sociedade americana antes da Grande Depressão abordando as relações entre o amor, o dinheiro e o sonho americano no começo do século XX.
Narrando os anos de juventude de Dexter Green, o autor nos mostra o amadurecimento de um rapaz ambicioso que buscava seu lugar na sociedade. Desde a adolescência, no entanto, ele é apaixonado pela caprichosa - e volúvel - Judy Jones, que desfila com vários pretendentes nunca se interessando verdadeiramente por nenhum.
A personalidade fútil de Judy representa o conflito entre o desejo por uma vida luxuosa e a busca incessante pela felicidade que - ainda muito presente na sociedade contemporânea - é uma decisão em que sempre se perde algo. Nunca conciliando-as, a garota se entedia de todos os homens e os descarta como se não fossem nada. Em busca de alguém com boa condição social e que a conquiste, ela ilude os muitos rapazes da alta sociedade com quem sai, fazendo-os acreditar que serão escolhidos, quando, na verdade, ela só quer se divertir até fazer um bom casamento.
Dexter é um desses iludidos e passa a vida a amar a garota que nunca será sua. Desde o primeiro momento, ele soube que estava perdido e desgraçado por se apaixonar justamente por ela. Com o passar dos anos, com alguns fragmentos de sua vida, percebemos que o autor quer ressaltar a impossibilidade da plenitude de Dexter, bem como ilustrar a nossa própria infindável busca pela felicidade. Judy queria o melhor da vida, Dexter buscava o amor. Sonhos nem sempre se realizam e eles talvez nunca encontrem o que desejam.
"Teria se sujado há tempos, se houvesse algo para sujá-la - a não ser ela mesma -, mas essa era sua personalidade transbordando." (p. 72)
Sinopse: “Sonhos de inverno” é considerado por muitos o antecedente direto de O grande Gatsby, o romance que, em 1925, consagrou definitivamente a fama literária de F. Scott Fitzgerald. Com efeito, aqui, como no romance, os temas centrais são o amor, tanto mais duradouro e ardente quanto impossível, e o dinheiro, as fumaças de dinheiro que fluem mais ou menos tranquilamente no belo mundo americano, bem longe dos rangidos da Grande Depressão que se aproxima.
Diferentemente do romance, porém, “Sonhos de inverno” é, no fundo, um conto de formação: em poucos fragmentos salientes, narram-se de fato 18 anos da vida do protagonista Dexter Green, dos 14 aos 32anos de idade; anos marcados pela figura de Judy Jones, pela qual Dexter prova imediatamente uma forte atração, misturada com suspeita, que se transformará bem rápido em amour fou. Mas um dia Dexter deverá definitivamente renunciar ao fio vermelho de sua vida, marcado por seus imutáveis “sonhos de inverno”. Essa é a tristeza de Fitzgerald mais próxima de nós: a constatação de que, no mundo dourado em que ele mesmo viveu, sempre há uma ferida que não se cura, um sonho que não se realiza, um pranto que não se pode evitar.
"Amava-a e a amaria até o dia em que estivesse velho demais para amar - mas não podia tê-la. De modo que ele experimentou a dor mais profunda, que é reservada apenas aos fortes, assim como tinha experimentado, por breve período, a felicidade profunda." (p. 82)