junho 07, 2015

[Livros] A Playlist de Hayden - Michelle Falkoff

Título Original: Playlist For The Dead
Autor: Michelle Falkoff
Editora: Novo Conceito
Páginas: 288
Gênero: Ficção, Young Adult
País: EUA
ISBN: 9788581637044
Classificação★★☆☆☆
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A Playlist de Hayden foi minha maior decepção literária deste semestre, com toda certeza. Tantas expectativas e todas elas frustradas. Durante os primeiros capítulos eu realmente tive a impressão de que fosse gostar da leitura, porém, a narrativa de Michelle Falkoff perde o rumo e terminei a leitura, basicamente, querendo jogar o livro pela janela.

Com uma premissa interessante, mas infelizmente muito mal desenvolvida pela autora, A Playlist de Hayden não cumpre seu principal objetivo: fazer com que o leitor entenda. Segundo a proposta do livro, nós deveríamos ouvir a playlist e assim, entender o que levou Hayden a se suicidar. Bullying, assédio moral, violência. A resposta está na história, não na playlist. As músicas que a autora escolheu são ótimas, porém, não acrescentam muito à trama.

Numa manhã como outra qualquer, Sam - confesso que nem lembrava o nome do protagonista - encontra o melhor amigo morto. Hayden se suicidou. O que o levou a tirar a própria vida é, aparentemente, um mistério. No decorrer da leitura, percebemos que é bastante óbvio que o garoto sofria bullying e precisava de ajuda. 

Junto ao corpo do melhor amigo, Sam encontra um pen drive com uma playlist e um bilhete pedindo para que ele ouça e possa, assim, entender. O fato é que as músicas são um pano de fundo para toda a narrativa e sem muita relevância, indicam o estado de humor de Hayden antes de cometer suicídio. 

Quem praticava bullying com o garoto eram três garotos, denominados por ele a Trifeta do Bullying. Jason, Trevor e Ryan eram os 'valentões' que fizeram da vida de Sam e Hayden um inferno. As coisas eram piores para Hayden porque Ryan era seu irmão. Os laços fraternos, porém, talvez tenham sido os mesmos que amarraram uma corda em volta de seu pescoço. 

Conforme Sam vai tentando refazer os passos do amigo e entender porque ele cedeu à pressão, vai também descobrindo que o amigo guardava muitos segredos. Meio detetive, meio neurótico, meio amargurado e totalmente imbecil, o protagonista começa a desvendar os últimos dias de vida de Hayden. 

Enquanto ele está nessa busca, coisas estranhas acontecem. Alguém está se vingando da Trifeta do Bullying, um por um os amigos babacas estão respondendo por seus atos. Essa vingança, porém, envolve violência e isso deixa Sam horrorizado, mas principalmente com medo de que ele mesmo possa ser o responsável pelos ataques. 

A verdade é que Michelle Falkoff tinha em mãos uma grande história, mas a estragou completamente com excesso de moral, bondade e com uma resolução simples, quase mágica. Num mundo real, onde jovens se suicidam por não aguentar a pressão imposta a eles, não há mágica, não há benevolência, só realidade. 

"Eu tinha escutado aquelas músicas sem parar nos últimos dias, tentando descobrir o que ele quis dizer com aquilo. Ouça. Você vai entender. O que eu deveria entender? Ele se matou e me deixou aqui sozinho para encontrá-lo." (p.13)

Sinopse: Depois da morte de seu amigo, Sam parece um fantasma vagando pelos corredores da escola, o que não é muito diferente de antes. Ele sabe que tem que aceitar o que Hayden fez, mas se culpa pelo que aconteceu e não consegue mudar o que sente

Enquanto ouve música por música da lista deixada por Hayden, Sam tenta descobrir o que exatamente aconteceu naquela noite. E, quanto mais ele ouve e reflete sobre o passado, mais segredos descobre sobre seu amigo e sobre a vida que ele levava.

A Playlist de Hayden é uma história inquietante sobre perda, raiva, superação e bullying. Acima de tudo, sobre encontrar esperança quando essa parte parece ser a mais difícil.

"O Hayden que eu conhecia não teria se matado. E eu não achava que ele fosse capaz de ferir alguém, não da forma como Jason e Trevor haviam sido feridos, mas Hayden tinha feito uma coisa que eu jamais imaginara que pudesse acontecer. Então quem disse que eu não poderia fazer algo assim?" (p. 120)


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