Autor: Jaimie Roberts
Editora: Bezz
Páginas: 348
Gênero: Romance Erótico, Ficção
País: EUA
ISBN: 9788501065124
Classificação: ★☆☆☆☆
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Um romance dark (dark novel) sobre vingança e poder não pode ser nada menos que arrebatador. Assim como seu protagonista, Depravado tem um lado sensual, interessante e sedutor, mas também tem muitas falhas que forçam seu lado obscuro, selvagem e violento. Com uma narrativa intensa, essa é uma daquelas histórias para amar ou odiar, o mesmo acontece com o homem misterioso que dá nome ao livro.
Repleta de clichês, fetiches e desejos femininos, Depravado foi escrito para mulheres que não tem medo de falar sobre sexo e de explicitar suas preferências. É uma narrativa pós cinquenta tons de cinza que explora ao máximo a fantasia do sexo com alguém misterioso e, por isso, nada indicada para pessoas conservadoras. Confesso que eu estava bem empolgada para começar essa leitura, mas recebi um balde de água fria no decorrer da trama.
A ideia por trás do livro é, já, bastante desgastada, mas ainda renderia uma boa história. O problema foi que Jaimie Roberts envolveu muitos clichês em cenas toscamente irreais e o resultado não convenceu. Gostei de muitos elementos, mas também detestei tantos outros. As cenas de ação eram totalmente forçadas, uma mistura ruim de o Poderoso Chefão com Missão Impossível, onde nada fazia muito sentido.
Romance erótico, o contexto em que acontecia o sexo também não era nada convincente. Um tipo de "estupro consensual", a relação entre os protagonistas era assim, bizarra. Um estranho - apelidado Lótus - chegava na calada da noite, transava com a garota - de forma bem violenta, e até aí ok, porque ela gostava de sexo selvagem - e saía escondido, voltando quando estivesse afim. Tyler, a garota, simplesmente permitia que um cara qualquer continuasse vindo e fazendo o que bem entendesse com ela sem nem ao menos saber quem ele era.
Além disso, antes das relações sexuais, Lótus/Dean esteve por três anos perseguindo e observando Tyler. Ele invadia sua casa, trocava as coisas de lugar e a provocava e ela achava tudo lindo, afinal, é sempre bom ter companhia.
O fetiche do desconhecido é compreensível, mas aceitar que alguém a persiga, interfira na sua rotina, invada sua casa e sua privacidade e ainda o considere especial por isso é um pouco demais. Quando li que ela adorava o fato do "estranho" virar seu carro de lado na vaga, simplesmente fechei o livro e voltei depois. É surreal! Garota, tem um maldito psicopata atrás de você e ele tem entrado na sua casa todos os dias por anos. Qual é o seu problema?
Enfim... Tyler se apaixona pelo homem que vem - perdão pela expressão - f***-la todas as noites, mas nunca a beija. Aos poucos, vamos percebendo que o "estranho" é um ex-namorado que voltou para se vingar. Essa parte da história é até que plausível, mas o desenrolar catastrófico da vingança chega a ser cômico. As coisas vão ficando tão óbvias quanto final de novela e o nem os personagens secundários - planos demais - conseguem segurar as inúmeras falhas no enredo.
Se eu pudesse resumir o livro de Jaimie Roberts, diria que é uma boa história, mas pessimamente aproveitada. A vingança está destinada a fracassar, sempre, mas a narrativa não precisava ter seguido o mesmo rumo. O protagonista nem é assim tão depravado, só gosta de uma pegada mais hardcore e encontrou uma parceira que topa tudo o que ele deseja, então, o grande lance é que não é um livro memorável ou interessante. Pelo contrário, Depravado é um daqueles romances que não acrescentam muito, exceto a paranoia de checar se seu carro está parado do jeito como você deixou.
"- Ao buscar vingança, cave duas sepulturas: uma para si mesmo.
- Douglas Horton" (p. 201)
- Douglas Horton" (p. 201)
Sinopse: A maioria dos contos de fadas termina com um “felizes para sempre”. Este não é um conto de fadas. Ele não é um príncipe encantado que vai levá-la em direção ao pôr do sol. Esta é uma história sobre traição, luxúria, desejo e, em última análise, vingança… E a vingança só pode conduzir a uma coisa.
Tyler - Ele era um estranho, meu visitante, a sombra no canto do quarto. Ele me perseguia, me observava, sabia tudo sobre mim. Mas tudo que eu podia fazer era sentar e esperar. Esperei que ele me visitasse, noite após noite. Ele estava se tornando o meu vício, meu desejo, minha obsessão. Ele conhecia cada centímetro do meu corpo, mas eu não sabia nada sobre ele. Ele se autodenomina Lótus e, tão maluco quanto possa parecer, acho que estou me apaixonando.
Dean - Eu queria pegá-la, possuí-la, dominá-la e arruiná-la. Eu queria violentá-la, agradá-la e consumi-la até que eu não pudesse sugar mais nada dela. Ela vai querer que eu a beije. Que a segure durante toda a noite para que ela tenha uma conexão comigo. Eu gostaria de fazer isso, quando ela me procurasse na escuridão. Ser aquele que satisfaz sua maior fantasia. Um estranho que foge para o quarto dela. Alguém que lhe dá o máximo prazer, mas também busca o seu maior sofrimento. A dor que ela nunca teve que suportar. A dor que irá corroê-la até que não haverá mais nada. Ela era a minha inimiga, eu era o seu lótus. E a vingança é uma merda.
"- Estou ocupado demais para me preocupar com uma mulher choramingando, Humphrey. É só isso que elas fazem. Não importa quantas vezes eu fale que essa merda acontecerá uma vez, uma única vez, elas querer ser sempre aquela que vai me conquistar. Aquela que vai alcançar o coração de Dean Scozzari." (p. 299)