Título Original: Boy Meets Boy
Autor: David Levithan
Editora: Galera Record
Páginas: 240
Gênero: Ficção, YA
País: EUA
ISBN: 9788501047779
Classificação: ★★★★☆
_______________
Mais um livro de Levithan que me encanta, emociona e surpreende positivamente. Eu já falei que esse autor tem um espaço cativo no meu coração e na minha estante, né? Ok, porque eu não canso de repetir o quanto eu gosto dos seus livros. Ele fala de homossexualidade, bissexualidade, sexualidade e amor de maneira ímpar e como simpatizante e membro da aliança gay-hétero adoro e apoio sua forma de pensar. David é um daqueles autores dos quais eu leria até a lista de compras. Suas narrativas sempre falam sobre o amor de uma forma simplificada, desmistificada e pura. Sem limites, complicações ou padrões. O mundo que David Levithan cria em seus livros, se não é o mundo ideal, se aproxima muito dele. E não difere sexo, cor, classe social ou credo.
Para iniciar essa resenha, gostaria de deixar claro que um dos pontos que mais incomodou outros leitores, foi exatamente o que eu mais gostei: a cidade 'utópica' em que se passa a narrativa. Sim, é uma cidade perfeita, onde não há preconceito. Na escola, é perfeitamente normal um garoto ser líder de torcida e se apaixonar por uma quarterback transexual. Assim como gays e lésbicas não sofrem nenhum tipo de preconceito e integram uma 'aliança gay-hétero'. Os adolescentes e até mesmo as crianças são livres para se expressar. E desde pequenos aprendem a lidar com sua própria sexualidade. Tudo isso pode soar surreal, e infelizmente ainda é.
Se você notar o exagero com que foram construídas as personagens, vai perceber que o autor quer é chamar nossa atenção para o real motivo do preconceito. Por que é tão estranho imaginar uma quarterback transexual? Ou um 'líder' de torcida? O que há de tão errado em um casal gay? Levithan explora o tema tentando nos trazer excessos e extremos com a intenção de nos questionar. Por que isso nos choca tanto? Ser diferente, ser pouco, ser muito, ser absurdamente diferente. E daí?
Esse livro me fez perceber que todos nós ainda carregamos preconceitos. E que devemos nos desapegar deles e olhar para quem as pessoas realmente são. Infinite Darlene não é a protagonista, mas rouba a cena. Ela é mais do que uma quarterback, é mais do que uma transexual e muito mais do que uma rainha do baile. É uma personagem incrível que nos conquista e que ganha a minha admiração por ser tão fantástica, literalmente. É similar ao que aconteceu em Will & Will, com o Tiny Cooper. Levithan é mestre em criar coadjuvantes melhores que os protagonistas.
A história central gira em torno de Paul, um garoto gay que tem uma turma de amigos muito divertida. Ele se apaixona à primeira vista por Noah, um - até então desconhecido - colega de escola. O problema é que Paul pisa na bola e arruína suas chances com o garoto. Para completar, sua melhor amiga Joni está namorando um cara que é um verdadeiro mala. Seu melhor amigo, Tony, tem pais religiosos que não aceitam o fato do filho gostar de garotos. E seu ex-namorado Kyle, de quem Paul levou um doloroso chute na bunda agora o quer de volta.
Como o mundo não é perfeito, algumas coisas me incomodaram e não pude dar cinco estrelas ao livro. Joni é uma personagem irritante. Mimada, egoísta e só liga para o próprio umbigo. Da metade para frente passa a ser intragável, assim como seu relacionamento com o brutamontes do Chuck. Paul também não é dos protagonistas mais adoráveis. Sim, ele pisou na bola e se arrependeu, mas isso não o redime, pelo menos não para mim. De qualquer forma, sua amizade com Tony é muito legal e eu adoraria saber um pouco mais sobre seu melhor amigo.
Confusões à parte, é um livro muito bem escrito e que, obviamente, é um young adult com potencial. É também, um dos livros mais famosos de Levithan, destinado ao público young adult e/ou LGBT. Numa sociedade tão preconceituosa, egoísta e retrógrada como a nossa, o autor nos lembra que somos tão diferentes quanto iguais. E isso não nos torna superiores ou inferiores. O amor não tem sexo, cor, raça ou religião, ao menos não para mim e para David Levithan. Por isso admiro esse autor e o aplaudo de pé.
Como o mundo não é perfeito, algumas coisas me incomodaram e não pude dar cinco estrelas ao livro. Joni é uma personagem irritante. Mimada, egoísta e só liga para o próprio umbigo. Da metade para frente passa a ser intragável, assim como seu relacionamento com o brutamontes do Chuck. Paul também não é dos protagonistas mais adoráveis. Sim, ele pisou na bola e se arrependeu, mas isso não o redime, pelo menos não para mim. De qualquer forma, sua amizade com Tony é muito legal e eu adoraria saber um pouco mais sobre seu melhor amigo.
Confusões à parte, é um livro muito bem escrito e que, obviamente, é um young adult com potencial. É também, um dos livros mais famosos de Levithan, destinado ao público young adult e/ou LGBT. Numa sociedade tão preconceituosa, egoísta e retrógrada como a nossa, o autor nos lembra que somos tão diferentes quanto iguais. E isso não nos torna superiores ou inferiores. O amor não tem sexo, cor, raça ou religião, ao menos não para mim e para David Levithan. Por isso admiro esse autor e o aplaudo de pé.
"Vi homens andando de mãos dadas na rua em uma cidade grande e li sobre mulheres se casando em um estado não muito longe do meu. Encontrei um garoto que talvez eu ame e não fugi. Acredito que posso ser quem eu quiser ser. Todas essas coisas me dão força." (p. 188)
Sinopse: Nesta mais que uma comédia romântica, Paul estuda em uma escola nada convencional. Líderes de torcida andam de moto, a rainha do baile é uma quarterback drag-queen, e a aliança entre gays e héteros ajudou os garotos héteros a aprenderem a dançar. Paul conhece Noah, o cara dos seus sonhos, mas estraga tudo de forma espetacular. E agora precisa vencer alguns desafios antes de reconquistá-lo: ajudar seu melhor amigo a lidar com os pais ultrarreligiosos que desaprovam sua orientação sexual, lidar com o fato de a sua melhor amiga estar namorando o maior babaca da escola... E, enfim, acreditar no amor o bastante para recuperar Noah!
"- Acho que sei o que vem agora.
- As pessoas perguntam o tempo todo?
E o engraçado é que não, elas não perguntam o tempo todo.
- Por que 'infinita' - pergunta Infinite Darlene.
Cory concorda.
- Porque - explica ela -, em determinado ponto da vida, eu me dei conta de que estava vivendo uma vida muito finita, e não queria mais isso. Sei que a finitude é inevitável, pois todos nós morremos, nenhum de nós pode andar até a lua, e assim por diante. Mas ainda quero viver minha vida infinitamente. Quero viver como se qualquer coisa fosse possível. Porque é tedioso demais, incolor demais viver finitamente. Sei que não vou viver para sempre, mas quero poder seguir em qualquer direção que me pareça certa." (p. 223)
Fonte:EditoraGaleraRecord|Skoob