Autor: Kat Spears
Editora: Globo Alt
Páginas: 256
Gênero: Ficção, Young Adult
País: EUA
ISBN: 9788525060389
Classificação: ★☆☆☆☆
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Um young adult tão clichê quanto problemático, Sway segue a fórmula perfeita para o gênero mas desliza em maus exemplos. Envolvendo um garoto-problema, uma jovem com pouca personalidade e muito humor, o livro de Kat Spears não me agradou e a leitura foi extremamente frustrante.
Jesse Alderman é conhecido como Sway por todos. O apelido vem de sua "habilidade" em conseguir, literalmente, qualquer coisa para qualquer pessoa. Sem mais delongas, Jesse é uma versão romantizada de um traficante e para a autora - e as fãs do romance - tudo bem com isso.
Personagens problemáticos e polêmicos sempre me intrigam e, por conta disso, considero o garoto que dá título ao livro, um elemento interessante na história apesar de não ter torcido por ele em momento algum. O romance que se desenvolve durante a narrativa é forçado e o que o garoto tem de politicamente incorreto, a garota por quem ele se apaixona tem de insuportavelmente correto. São extremos que se atraem de uma maneira bizarra e pouco convincente.
Contratado para fazê-la se apaixonar pelo garoto mais imbecil de toda a escola, Jesse se aproxima da jovem e inocente Bridget Smalley a fim de coletar informações. No meio do processo, ele acaba se apaixonando por ela e como todo jovem problemático, tenta se tornar alguém melhor para merecê-la. E a típica história do badboy e da menina dos sonhos se repete, espalhando a ilusão de que um garoto ferrado que atua como traficante de drogas possa se transformar em um príncipe da noite para o dia.
Não me entendam mal, eu adoro os clichês, acredito mesmo que garotos-problema possam ser recuperados e tenho uma queda pelos caras que arranjam confusão, mas esse não é o caso de Jesse Alderman. O rapaz não vai atrás de Bridget quando percebe estar apaixonado por ela, simplesmente foge como um garoto assustado e continua suas atividades ilícitas até não ter outra opção e, por isso, não vi evolução alguma nele. Também é impossível simpatizar com a sonsa Bridget e em contraste ao babaca que é o outro protagonista, fica difícil escolher quem é o pior.
O único ponto alto do livro, na minha opinião, foi o humor ácido que a autora adicionou à narrativa. Obviamente, em alguns momentos, as piadas fogem do tom (alcançando um humor negro) e perdem a graça para mim, mas no geral, há bastantes sacadas inteligentes e que nos forçam a pensar. Tratando abertamente de todo o tipo de sujeira que se esconde no ensino médio, o Sway de Kat Spears consegue muitas coisas, mas, infelizmente, não conseguiu me convencer.
"Às vezes o que queremos e o que o mundo espera de nós são duas coisas diferentes." (p. 78)
Sinopse: Sway é o apelido de Jesse Alderman, por causa de seu talento para conseguir qualquer coisa para qualquer pessoa, como providenciar trabalhos escolares, fazer com que pessoas sejam expulsas da escola, arrumar cerveja para as festas, entre outras coisas, legais ou ilegais... É sabendo dessa fama que Ken Foster, o capitão do time de futebol da escola, pede a ele um trabalho controverso: Ken quer que Bridget Smalley saia com ele. Com seu humor ácido e seu jeito politicamente incorreto de ver a vida, Sway terá que encarar o trabalho mais difícil que já teve: sufocar todos os sentimentos que Bridget desperta nele, a única menina verdadeiramente boa que ele conheceu em toda a sua vida.
"(...) No mundo real, a Bela não se apaixona peça Fera e vive feliz para sempre. No mundo real, a Fera transa com a Bela. A Fera quebra o coração da Bela. A Bela entra num comportamento autodestrutivo como dormir demais nas aulas da faculdade, aumentando assim o impacto emocional negativo provocado pela Fera. Era uma história triste." (p. 104)