"Ela não era uma aventura. Ela não era uma coisa bela e preciosa. Ela era uma garota."
1 - Allyson Healey - Apenas Um Dia (Gayle Forman)
A garota certinha que tem sua vida toda planejada e decide fugir por um dia de sua própria vida. Sob uma nova personalidade, Allyson se apaixona por um ator e conhece a cidade dos seus sonhos: Paris. O romance de um dia é o suficiente para mudar o resto de sua vida e fazer com que todos os seus planos subitamente deixem de se encaixar na pessoa que ela se tornou.
Após uma viagem incrível - que durou mais que um dia - eu percebi o quanto a vida que eu tinha era sem graça e me vi infeliz diante de tudo o que eu tinha conquistado. De volta ao Brasil, eu mudei tudo em mim, desde meu cabelo e meu jeito de me vestir até meu emprego e meus planos para o futuro. Era como se eu tivesse me tornado uma lembrança, uma roupa que não servia mais em mim mesma.
2 - Allie Hayes - O Jogo (Elle Kennedy)
Mais uma protagonista certinha e viciada em namoros. Allie sempre foi extremamente dependente e carente. Apaixonada, divertida e louca por sexo, ela não é do tipo de garota que transa com qualquer um, pelo contrário, escolhe um cara para ser seu parceiro para sempre. Quando, no entanto, seu namoro de anos termina, ela começa a sair com o maior galinha do campus, ela descobre que talvez namorar não seja a melhor coisa do mundo e a vida se resuma a mais do que se preocupar com o que os outros vão pensar dela.
Os dramas de Allie são exatamente os mesmos pelos quais passei há algum tempo atrás. Sair de um namoro longo foi como ser jogada no meio de um vendaval. Eu não sabia o que fazer, como sobreviver sem ter alguém ao meu lado. Os julgamentos dos outros foram cortantes mas, com o tempo, aprendi a ignorar a opinião alheia e fazer o que me dá vontade. Me envolver com galinhas, é claro, fez parte.
3 - Kelsey Summers - Encontrando-me (Cora Carmack)
Kelsey Summers fez com que eu percebesse que não era louca por querer mais do que eu tinha. Sua infelicidade com sua própria vida e o desejo de explorar outros países me acertaram em cheio. Enquanto tentava se encontrar, a jovem se perdeu no mundo, nas experiências e nos amores. Sem receio sobre o que os outros poderiam achar dela, Kelsey seguiu seu rumo em busca de si mesma.
O mundo de possibilidades que eu ignorei por anos, simplesmente foi despejado sob minha cabeça e tudo me pareceu tentador. Eu passei a viver tudo o que eu nunca tive coragem de viver e me arriscar mais para tentar preencher o vazio que eu mesma deixei em mim. Não me faltava um amor, me faltava amar a minha vida e ainda estou lidando com isso.
4 - Ellison Edson - Bela Chama (Jamie McGuire)
Ellison é uma delinquente, abusa das experiências para suprir seus próprios vazios. Alcoólatra, ela costumava fugir dos seus problemas com um gole de álcool, mas quando chega ao fundo do poço, decide reconstruir sua vida sem a ajuda dos pais. A jovem foge de relacionamentos, não porque tem medo de se magoar, mas porque sabe que vai magoar alguém.
Não, eu não bebo, então a parte do vício não se encaixa na minha vida, mas de resto, foi como se eu lesse um livro sobre mim. Ellison mascara a dor com maquiagem e falsos sorrisos enquanto por dentro está despedaçada. Sem nunca se envolver, ela aprendeu a proteger seu coração e depois de dolorosos relacionamentos, eu também acabei decidindo que era melhor ficar sozinha mais um tempo, pelo menos até que eu conserte a mim mesma.
5 - Margo Roh Spiegelman - Cidades de Papel (John Green)
Margo é minha protagonista de John Green favorita. A garota que não tem medo de nada, exceto viver e morrer em sua cidade natal, decide sair pelo mundo em busca de algo mais. Ela vê nas pessoas a superficialidade e se recusa a aceitar isso para si mesma. Sem medo de ferir o coração dos outros, ela coloca sua felicidade em primeiro lugar e, por isso, é muitas vezes odiada pelos leitores. Ela não tem medo de admitir que, às vezes, prefere se distanciar das aparências e das pessoas.
Em muitos momentos da minha vida sou Margo e prefiro ficar sozinha. Estar sozinha é algo que eu aprecio bastante e, colocar minha felicidade sobre todas as outras coisas é algo egoísta que me sempre me permiti fazer. Apesar de gostar muito de ter um companheiro, sei que existem momentos em que devemos apreciar o silêncio e nossa própria companhia. Margo também era vista como uma garota perfeita e poder destruir esses rótulos é algo libertador. Afinal, não sou uma pessoa de papel, nem quero me tornar uma.