Autor: Lucinda Riley
Editora: Novo Conceito
Páginas: 528
Gênero: Romance, Ficção
País: EUA
ISBN: 9788581632575
Classificação: ★★★★★
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A Garota do Penhasco foi mais uma ótima leitura desse ano, Lucinda Riley sabe mesmo como preencher suas mais de 500 páginas com uma interessante, comovente e bela história. A trama envolve muitos personagens em diferentes épocas, é preciso ficar atento para não se perder no passado e no presente, mas tudo é muito bem explicado e detalhado e conhecemos personagens incríveis como Mary, Sean, Anna, Jeremy, Nancy, Alexander, Lily, Joe, entre muitos outros, cada um escrevendo sua história em seu próprio tempo, mas não vou falar dos personagens do passado nessa resenha, pois a graça de tudo é conhecê-los um a um, entender o que e por que cometeram tantos erros, deixando que você, leitor(a), forme uma opinião sobre eles.
De volta ao presente, Grania Ryan é uma personagem no mínimo chata (como é de costume, eu tenho que encontrar alguém para não gostar nos livros), ela é uma escultora e vive em Nova York, mas voltou à Irlanda buscando o consolo da família para se recuperar de uma grande perda. Tentando clarear as ideias ela decide fazer um passeio que mudará toda sua vida, à beira do penhasco, ela encontra uma garota, com uma aparência incomum, branca como a neve, de cabelos ruivos, a menina mais parece um fantasma, ela olha para o penhasco como se estivesse hipnotizada.
Grania então passa a se preocupar com a menina e vê sua vida mudar de uma hora para outra quando descobre quem ela é e a história por trás do ódio que envolve a família da menina. Mágoas do passado, rancor e ressentimento se escondem em histórias que só Kathleen, a mãe de Grania conhece ao certo. É uma jornada longa e cheia de pequenos detalhes aos quais devemos ficar atentos para não perder o fio da meada, mas foi um tecido bem feito, Lucinda não nos deixou uma ponta solta, ela conseguiu ao fim unir tudo e tecer uma maravilhosa história.
Não posso esquecer de falar, é claro, da fofa e encantadora Aurora, que é a garota do penhasco, uma menina que perdeu a mãe e vive solitária, vagando pelo local de onde a mãe se suicidou. Apesar de parecer deprimente (e em alguns momentos é), mas depois de começar sua amizade com Grania tudo começa a mudar e vemos que a menina tem dentro de si um espírito alegre e é capaz de encantar todos com sua meiguice, esperteza e beleza. Além é claro de sua graça ao dançar balé.
Alguns pontos negativos foram o óbvio erro na sinopse, na frase: "O caso de amor entre Grania Ryan e Lawrence Lisle comove por sua delicadeza e força vertiginosa que culmina em imensa tristeza." Isso está em total desacordo com o livro. Especialmente porque além de não existir esse tal 'caso de amor que culmina em tristeza', quando Grania nasceu, Lawrence já havia morrido há mais de 50 anos, então só posso compreender que seja um caso de desatenção ou erro na tradução, pois a frase teria sentido se fosse 'laço ao invés de caso', mas enfim, por favor NC, erros na sinopse são complicados, né? (Obrigada a Sammy Rosa que notou esse erro). E também me irritou um pouco Grania ser tão bobinha, largar sua vida, seu noivo e fugir para o colo da mãe, sem explicar o motivo certo para ninguém. Achei meio forçado, talvez se a autora tivesse trabalhado mais no motivo pelo qual Grania fugiu, o final seria ainda melhor, se é que é possível melhorar.
Erro nenhum faria eu dar menos de 5 estrelinhas para A Garota do Penhasco, é um livro excelente e todos devem ler! Vocês vão se encantar com a jornada dessas famílias que estarão sempre unidas por laços de ódio, rancor, tristeza, amizade, mas acima de tudo, amor.
"- Mãe eu estou ajudando a divertir uma garotinha solitária, não estou me mudando para lá! Qual é o problema?
- Já lhe disse antes e vou dizer de novo: aquela família é um problema para esta. E eu diria que você já tem problemas suficientes na sua vida sem precisar acrescentar os deles.
- Ora, tenha dó, mãe! Aurora é uma criança sem mãe que acabou de se mudar de volta para cá e não conhece ninguém. Ela está sozinha! - disse Grania em exasperação. - Até mais tarde.
Grania saiu batendo a porta atrás de si e Kathleen suspirou.
- Sim - sussurrou para si mesma -, e você é uma mãe sem filha."
"Todo ser humano tem uma experiência fascinante, com um grande elenco de personagens bons e maus.
E quase sempre, em algum ponto ao longo do caminho, essa história é mágica.
Deram-me o nome de uma princesa de um famoso conto de fadas. Talvez seja esse o motivo de eu sempre ter acreditado em magia. E à medida que fui ficando mais velha, compreendi que um conto de fadas é uma alegoria sobre a grande dança da vida de que todos participamos, desde o instante em que nascemos.
E não existe escapatória até o dia em que morremos."
Fonte:EditoraNovoConceito|Skoob