dezembro 25, 2013

[Livros] Adeus à Inocência - Drusilla Campbell

Título Original: Little Girl Gone
Autor: Drusilla Campbell
Editora: Novo Conceito
Páginas: 272
Gênero: Ficção
País: EUA
ISBN: 9788581632766
Classificação★★★★☆
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Adeus à Inocência foi uma leitura rápida, apesar de tratar de um tema denso e complexo, a leitura fluiu de uma forma que eu não esperava. Talvez a pouca profundidade dos personagens tenha sido o que possibilitou isso. A autora até tenta nos fazer entrar na mente dos protagonistas, mas sem sucesso, ficamos sem entender algumas das atitudes que eles tomam.

No livro, conheceremos Madora, uma jovem que perdeu o pai muito cedo. Ele se suicidou e a menina culpou sua mãe por isso. Por fazê-lo infeliz, a ponto de levá-lo a tirar sua própria vida. Madora decide então, que nunca será como a mãe.

A garota começa a beber, frequentar festas noturnas, usar drogas e dormir com garotos. No meio de uma dessas festas, ela fica desnorteada com o uso das drogas e decide sair para tomar um ar. É quando ela conhece seu 'salvador' Willis. Ele é um jovem estudante de medicina, que trabalha ajudando a curar os outros. Não poderia haver alguém melhor para Madora, alguém que irá tirar sua dor. Certo?

Errado. Willis e Madora passam anos fugindo. Willis conta mentiras e engana a ingênua garota. Ela não sabe, mas vive em cativeiro. Ele finge que ela é livre e ela acredita. Ingênua, ela sonha com casamento e filhos. Willis não pensa nela como uma esposa, nunca pensará. 

Para ela tudo era normal, a menina idolatrava seu heroi, mesmo sendo humilhada, maltratada e tendo que viver fugindo em meio às mentiras que o sociopata contava à ela. Ele a protegia do mundo cruel que existia lá fora, era seu porto seguro. Tudo muda quando ele sequestra uma garota, nova como Madora era quando se conheceram. É como se fosse um padrão. Uma menina perdida, drogada e sozinha. Porém, esta está grávida.

Conhecemos o ponto de vista de Willis e tentamos entender como funciona a mente de um sociopata. Geralmente esses transtornos estão ligados à experiências de infância. Especialmente à criação com mães superprotetoras. Com ele, não foi diferente. Willis teve uma irmã que um dia foi assim, perdida e sozinha e encontrou um cara que a fez mal e depois a matou. Decidindo ser o exato oposto, Willis se torna um maníaco, obstinado à salvar garotas inocentes, privando-as de suas vidas sujas e impuras.

Madora, por ser sua primeira "vítima" acaba por obedecer suas ordens, não por medo, mas por amor. E ajuda-o a manter Linda, a garota grávida, presa. É como se ela fosse sua comparsa, mas involuntariamente. Aí entra a parte da síndrome de Estocolmo, ela cria um mundo perfeito onde só existe ela e o 'namorado' - no caso, seu sequestrador - e isso a mantém viva.

Enquanto isso, num lugar um pouco distante dali, um garoto fica órfão. Tentando superar o luto, ele enfrenta dificuldades para se adaptar à nova vida, com uma tia desconhecida. Por coincidência ou destino, suas vidas se cruzam e Django conhece Madora. Ele talvez seja sua única chance de fugir dali. Um menino de doze anos, mas que pode salvá-la. De verdade, dessa vez.

No geral, eu gostei bastante do livro. Não é o meu gênero favorito e novamente, não gostei da tradução do título para português. O original, Little Girl Gone, descreve bem melhor o que encontraremos na história. A temática escolhida por Drusilla me agradou bastante, porque quem não fica fascinado para entender como funciona a mente de um sociopata ou um psicopata? É uma curiosidade natural. Como alguém pode ser tão cruel ou por que alguém se torna tão cruel?

"Willis fez com que ela jurasse que nunca o deixaria, e ela fizera isso de todo o coração. Como ele podia duvidar dela? Disse que morreria sem ela; sem ela, ele não queria viver. E, em resposta, ela disse que também não era nada sem ele. Ele a salvara." (p.48)

Sinopse: Madora tinha 17 anos quando Willis a “resgatou”. Distante da família e dos amigos, eles fugiram juntos e, por cinco anos, viveram sozinhos, em quase total isolamento, no meio do deserto da Califórnia. Até que ele sequestrou e aprisionou uma adolescente, não muito diferente do que Madora mesmo era, há alguns anos... Então, quando todas as crenças e esperanças de Madora pareciam sem sentido — e o pavor de estar vivendo ao lado de um maníaco começava a fazê-la acordar —, Django, um garoto solitário, que não tinha mais nada a perder depois da morte trágica de seus pais, entrou em sua vida para trazê-la de volta à realidade. Quem sabe, juntos, Django, Madora e seu cachorro Foo consigam vislumbrar alguma cor por trás do vasto deserto que ajudou a apagar suas vidas?

"A saudade de sua mãe o surpreendeu novamente. (...)
'Você pode ter o mundo, Willis. Algumas mentiras bem contadas e um belo rosto vão lhe dar tudo o que você quiser'." (p.200)

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