maio 11, 2018

[Livros] Amanhã - Joseph Conrad (Coleção Inglês com Clássicos da Literatura #4)

Título Original: To-morrow
Autor: Joseph Conrad
Editora: Folha de São Paulo
Páginas: 96
Gênero: Contos, Clássico
País: Ucrânia
ISBN: 9788593876677
Classificação: ★★★
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Uma belíssima obra literária, Amanhã é um dos melhores contos publicados - até agora - na coleção Inglês com Clássicos da Literatura. A forma com Joseph Conrad expõe as personalidades, emoções e os anseios de seus personagens é única. Em poucas páginas, o autor nos convida a pensar sobre ilusões, expectativas e a ânsia por um amanhã que nunca vai chegar.

A profundidade emocional e a análise psicológica que se encontra nessa história é fascinante. Os protagonistas, bem como o ser humano em geral, foram construídos sob camadas de mágoas e desejos que se fundem e tornam complexos seus sentimentos. Em algum nível, todos desejam algo que está fora de alcance. Seria então a realidade uma destruidora cruel de ilusões?

Um velho que perdeu seu filho e anseia por seu retorno, uma moça que anseia uma vida diferente, um jovem que anseia pelo mundo. Sonhos podem nos manter vivos bem como podem nos destruir. Passar a vida esperando faz com que não vivamos o presente e o preço a pagar por isso é muito alto. Quem dera pudéssemos ter certeza do futuro como o velho louco que sabe que o filho vai retornar. O amanhã é incerto e nossas expectativas são apenas desejos que nos enlouquecem. Espere pelo sol no dia seguinte, nada além disso.

"- Estranho, não é? - ele perguntou a ela. - Amanhã? Pois bem! Nunca vi nada igual. É semore amanhã, então, não há nenhum tipo de hoje, pelo que entendo." (p. 62)

Sinopse: O tranquilo vilarejo de Colebrook, na costa de Kent, foi escolhido por Joseph Conrad como cenário para contar uma história de inquietude e obsessão. “Amanhã” reúne todos os ingredientes de uma típica trama conradiana: um egoísta exasperado e obsessivo, Hagberd, e uma altruísta de coração simples e nervos um pouco frágeis, Bessie – por motivos distintos, os dois não conseguem se opor às ações de Harry, filho do velho Hagberd, que, com sua vitalidade quase animal, serve como verdadeiro elemento de ruptura.

Neste drama de incompreensão e violência é notável a atitude quase simpática do autor em relação a Bessie: a delicadeza com que o escritor sugere os sentimentos complexos, mas substancialmente não exprimidos, da jovem (em primeiro lugar, a necessidade de amor) não é muito frequente na produção de Conrad que, neste conto, coloca o foco com eficiência sobre a análise da vida e da psicologia das pessoas aflitas por falsas esperanças e ilusões totalizadoras, fruto de imaginações doentias ou desejos reprimidos.

"- Mas é a busca de algo - de alguma coisa... Às vezes eu acho que sou um tipo de gambucino." (p. 82)

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