Autor: David Levithan & Andrea Cremer
Editora: Galera Record
Páginas: 322
Gênero: YA, Ficção
País: EUA
ISBN: 9788501403223
Classificação: ★★★★★
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Eu sou fã confessa de David Levithan, então ao solicitar esse livro à Galera Record fiquei na expectativa de ler mais uma ficção incrível dele. Todas as minhas expectativas foram supridas e até superadas, Invisível é um livro sincero, filosófico, metafórico e cheio de sacadas geniais. Levithan - assim como Andrea Cremer - sabe criar frases de efeito, daquelas que você sente que o autor escreveu esse livro pra você.
A narrativa é fluída e é impossível deixar de ler, você quer saber o que acontece, quer respostas. Levithan é mestre em criar histórias muito fora da realidade, seus livros sempre misturam elementos fantasiosos com grandes lições de vida, isso pode parecer meio arriscado, mas sempre funciona. Andrea Cremer dá um toque especial no livro e quando a narrativa alterna de um capítulo para outro é possível perceber as diferenças de escrita entre os dois autores. Foi uma parceria de sucesso e o seu resultado é visível (com o perdão do trocadilho).
É um young adult que pode ser lido por todo tipo de público, mas por ter muita fantasia e elementos sobrenaturais, pode agradar mais os jovens. Na verdade, todo elemento lúdico que os autores exploram podem ser interpretados como metáforas, é assim em todos os livros. Então, quando alguém vê uma história sobre um garoto invisível e torce o nariz, ela não percebe que há muito mais por trás disso, a invisibilidade pode significar a exclusão, a solidão, o preconceito. Muitas vezes desejamos ser invisíveis, mas e se de fato, fôssemos?
Ainda numa maré de boas leituras, esse livro me encantou demais. Todos os personagens são apaixonantes e se você odiar alguém, será o vilão. Sobre o qual não vou falar, pois descobrir quem é o vilão é algo muito importante para a história. Mais uma vez, reforço a ideia de que um texto não precisa ser crível para ser incrível. Histórias improváveis tem tanto valor quanto as verídicas e se o excesso de criatividade de Levithan e Cremer te incomodar, pense que é tudo metafórico e veja além, enxergue através da ideia, "visite o segundo plano..." (quando ler, você entenderá).
Stephen tem 16 anos e é um garoto invisível. Amaldiçoado desde o começo de sua vida, ninguém nunca o viu. Nem mesmo seus pais. Seu pai o abandonou quando Stephen era apenas um bebê, ele não conseguiu lidar com o fato de seu filho ser uma aberração, formou uma nova família e hoje em dia é apenas o homem que assina os cheques. Sua mãe, que o criou com muito amor e carinho, não resistiu aos efeitos da idade e faleceu pouco tempo atrás, ela nunca pode ver os olhinhos do filho, mas nem por isso o amou menos.
O garoto vive sozinho no apartamento onde foi criado. A vida é entediante para um garoto invisível, sem poder frequentar a escola ou fazer amigos, ele passa os dias perambulando pela cidade, mudo, invisível, observando as pessoas que vivem uma vida normal. Depois de um passeio ele volta para casa e dá de cara com uma garota no corredor, ele a observa e ela o vê. É a primeira pessoa no mundo que pode vê-lo. Elizabeth é o nome dela, a garota da porta ao lado da porta ao lado.
Os dois se tornam amigos, e depois mais do que amigos. Como se já não bastassem todos os dramas adolescentes pelos quais eles deveriam passar, ainda tem o fato - o pequeno fato - de Stephen ser invisível para todo o resto do mundo. Os dois vivem um primeiro amor lindo e eles são tão fofos juntos, que é como se não existisse mais ninguém no mundo além dos dois.
Elizabeth se mudou para Nova York recentemente com a mãe e o irmão, Laurie. Após um 'incidente' em sua antiga cidade, a garota se fechou para o mundo e mudar de ares é o recomeço perfeito para os três. O que Liz não esperava era esse sentimento arrebatador, as descobertas da adolescência e enxergar uma parte de si mesma que ela nunca conseguiu ver. Junto com aquele garoto invisível ela pôde ver além. Além de Stephen. além do mundo, além dela mesma, além do amor. E pode ser que ela seja a única esperança de Stephen, como o antídoto para sua doença. O que você faria por amor, até onde iria e o que estaria disposto a arriscar?
Vocês vão amar esse livro, a leitura flui rapidamente e os capítulos são narrados alternadamente pelos dois protagonistas, o que nos dá uma visão bem mais abrangente dos fatos e da personalidade de cada um. É uma história mágica de amor que vai te fazer cair de amores por esse casal especial. Não posso deixar de mencionar também, Laurie, um dos personagens mais engraçados e carismáticos de David Levithan. Marquei tantos quotes nesse livro que será difícil selecionar apenas dois. Um livro para os que desejam ser invisíveis, se sentem invisíveis ou que sabem que como diz O Pequeno Príncipe: "o essencial é invisível aos olhos." Um livro incrível!
"- Elizabeth?
- Sim - respondo. Meu coração foi parar na boca.
A porta se abre. Ele está parado ali. Visível.
Não sei o que dizer. Olho para ele e penso como é injusto que um rosto tão lindo fique oculto do restante do mundo.
Laurie está certo. Ele é visível para mim. Apenas para mim. Isso deve significar alguma coisa.
Tudo o que eu quero fazer é tocá-lo e dizer como é maravilhoso vê-lo. E que prometo nunca ficar indiferente à minha capacidade de enxergá-lo." (p. 103)
Sinopse: Stephen passou a vida do lado de fora, olhando para dentro. Amaldiçoado desde o nascimento, ele é invisível. Não apenas para si mesmo, mas para todos. Não sabe como é seu próprio rosto. Ele vaga por Nova York, em um esforço contínuo para não desaparecer completamente. Mas um milagre acontece, e ele se chama Elizabeth.
Recém-chegada à cidade, a garota procura exatamente o que Stephen mais odeia. A possibilidade de passar despercebida, depois de sofrer com a rejeição dos amigos à opção sexual do irmão. Perdida em pensamentos, Elizabeth não entende por que seu vizinho de apartamento não mexe um dedo quando ela derruba uma sacola de compras no chão. E Stephen não acredita no que está acontecendo... Ela o vê!
Stephen tem sido invisível por praticamente toda sua vida - por causa de uma maldição que seu avô, um poderoso conjurador de maldições, lançou sobre a mãe de Stephen antes de ele nascer. Então, quando Elizabeth se muda para o prédio de Stephen em Nova York vinda do Minnesota, ninguém está mais surpreso do que ele próprio com o fato de que ela pode vê-lo. Um amor começa a surgir e quando Stephen confia em Elizabeth o seu segredo, os dois decidem mergulhar de cabeça do mundo secreto dos conjuradores de maldições e dos caçadores de feitiços para descobrir uma maneira de quebrar a maldição. Mas as coisas não saem como planejado, especialmente quando o avô de Stephen chega à cidade, descontando sua raiva em todo mundo que cruza seu caminho. No final, Elizabeth e Stephen devem decidir o quão grande é o sacrifício que estão dispostos a fazer para que Stephen se torne visível - porque a resposta pode significar a diferença entre a vida e a morte. Pelo menos para Elizabeth.
"- (...) Você nasceu para fazer isso.
Suas palavras me assustam. Nunca aceitei a ideia de destino ou sorte. O mundo sempre parecera volúvel e injusto demais para tais conceitos altivos. Mas se o destino era real, me levou a me apaixonar por um garoto invisível. E eu faria qualquer coisa para salvá-lo." (p. 194)
Fonte:EditoraGaleraRecord|Skoob