agosto 11, 2014

[Livros] Se Eu Ficar - Gayle Forman

Título Original: If I Stay
Autor: Gayle Forman
Editora: Novo Conceito
Páginas: 224
Gênero: Ficção, Romance
País: EUA
ISBN: 9788581635415
Classificação★★★★☆
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Se Eu Ficar é um livro bonito, que fala sobre a vida e a morte de uma maneira singela e desapegada de concepções prontas. O livro está muito ligado à música e no decorrer da leitura você vê que a autora orquestrou bem toda a história. Equilibrando um enredo sólido numa bela melodia, Gayle Forman emociona, faz chorar e principalmente, pensar.

Toda a história gira em torno de uma escolha. Afinal, o que é a vida, senão múltiplas escolhas? Quanto podemos perder e ainda continuar apostando? Às vezes nossas fichas acabam, assim como nossas forças e esperança. O quanto podemos suportar de dor, o quanto devemos suportar? Todos esses questionamentos fazem da narrativa mais do que uma história de amor. 

A capa, o trailer da adaptação cinematográfica, a sinopse, tudo pode fazer com que o leitor ache que vai ler um romance daqueles melosos em que a mocinha tola se apaixona pelo mocinho badboy. Ao começar a leitura você pode até continuar pensando isso, mas depois de um tempo é fácil perceber que o romance não é o ponto central da história. O foco é a escolha de Mia. 

Após um acidente de carro que matou seus pais e possivelmente feriu seu irmãozinho, Mia percebe que está no hospital, em coma. Sua alma passeia pelo quarto e acompanha tudo o que acontece ao seu redor. Observar a vida de fora dela já é por si só algo incrível, mas além disso, ela ainda percebe que partir ou ficar só depende dela.

Os motivos para partir são muitos, desde as possíveis sequelas do coma até a dor da perda dos pais. Viver sabendo que eles já não estão com ela seria doloroso demais, especialmente depois de tudo o que ela viu. Assim como partir, deixando seu namorado Adam, seus avós e seus amigos. À primeira vista, parece ser uma decisão fácil de tomar e dependendo do ponto de vista as duas são bem compreensíveis. Toda escolha causa dor, toda escolha faz sofrer.

A narrativa alterna entre flashes do passado e o presente de Mia, já em coma. Vamos conhecer sua família e nos apegar a cada um dos membros da família Hall. Conhecê-los intimamente dá um aperto no peito e é fácil perceber como a escolha da protagonista é complexa. Enquanto isso, vemos como a garota se apaixonou pela primeira vez. Seu primeiro namorado, Adam (que também é músico) é o ritmo de sua melodia. Como ela poderia abandoná-lo, apagar uma história de amor que ainda está no começo.

Como eu disse no começo da resenha é um livro que nos faz refletir. Suas poucas páginas são carregadas de sentimento. Talvez o leitor sinta falta de um pouco mais de história, porque a trama não é complexa, toda a complexidade está na decisão de Mia. O que faríamos se tivéssemos que escolher? Que escolhas estamos fazendo em nossas vidas e se tudo mudasse agora, estaríamos satisfeitos com o que já fizemos? Emocionante e sincero. Gayle Forman traz música para os nossos ouvidos.

"(...) Uma agitação crescia dentro de mim. Pensei no diapasão que uso para afinar o violoncelo. Quando eu o utilizava, atingia notas de 'lá' - vibrações que aumentavam, aumentavam, até que a afinação harmônica atingia todo o espaço. Era isso o que o sorriso de Adam estava causando dentro de mim..." (p. 51)

Sinopse: Depois do acidente, ela ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do carro de seus pais – mas não sente nada. Tudo o que ela pode fazer é assistir ao esforço dos médicos para salvar sua vida, enquanto seus amigos e parentes aguardam na sala de espera... e o seu amor luta para ficar perto dela. Pelas próximas 24 horas, Mia precisa compreender o que aconteceu antes do acidente – e também o que aconteceu depois. Ela sabe que precisa fazer a escolha mais difícil de todas.

"Não cabe aos médicos. Não depende dos anjos que não podemos ver. Também não depende de Deus que, se existir, está em algum outro lugar por aí neste momento. Só depende de mim.
Mas como é que eu vou decidir isso? Como é que posso ficar sem mamãe e papai aqui comigo? Como é que posso partir sem Teddy? Ou sem Adam? Isso é demais para mim. (...)
Sou eu quem está no comando. Todos estão esperando por mim." (p. 75)

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