Autor: Julie Kibler
Editora: Novo Conceito
Páginas: 352
Gênero: Ficção, Romance
País: EUA
ISBN: 9788581635910
Classificação: ★★★★★
Classificação: ★★★★★
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Emocionante. Foi difícil conter as lágrimas durante e depois da leitura de As Cores do Entardecer. Por si só, o tema segregação racial já me faz querer chorar, mas o livro de Julie Kibler intensifica esse sentimento de tristeza e de indignação com uma narrativa carregada de sensibilidade. Tomamos consciência de que o que Bob Marley dizia foi realidade nos EUA de 1930 e infelizmente, ainda é, em todos os lugares. Nós vivemos em um mundo onde a cor da pele significa mais que o brilho dos olhos.
Questionando a infundada e desumana divisão entre os brancos e negros que aflorava nos Estados Unidos há pouco menos de um século, conhecemos a história de uma garota branca que vive as consequências de um amor proibido. Como um Romeu e Julieta ao mesmo tempo moderno e antiquado, onde as famílias do casal não são rivais, mas têm peles de cores opostas.
Kibler descreve os fatos e os cenários como se realmente estivesse lá. Um intenso trabalho de pesquisa unido aos relatos de “sobreviventes” desse período lamentável da História, foram o bastante para criar uma sólida história, com forte embasamento e feita para tocar todos os corações, afinal debaixo da nossa pele, somos todos da mesma cor.
O livro traz a trágica e comovente história de Isabelle e Robert, dois adolescentes que cometeram o maior dos pecados numa América racista: se apaixonaram. Além de mal visto, o romance dos dois é proibido por lei e está destinado ao fracasso. Os pais da menina, conservadores, não podem sequer imaginar que a filha ama o garoto de pele negra que sempre foi um criado da casa. E quando esse amor vem a tona, nada poderá impedir suas consequências.
A história de sua vida é narrada pela própria Isabelle, hoje com 89 anos. A cabelereira Dorrie torna-se sua confidente e as duas partem em uma jornada através das memórias da velha senhora branca. Os resquícios do preconceito ainda permeiam na sociedade e mesmo depois de tanto tempo, Miss Isabelle é julgada por seu relacionamento com Dorrie, que é uma moça negra.
O livro é narrado intercalando o passado e o presente das duas, descrevendo seus problemas, seus relacionamentos e tornando-as íntimas, como mãe e filha. É uma relação pura, que surge espontaneamente e que não se importa com os limites étnicos impostos pela sociedade. A amizade de Dorrie e Isabelle é maior que quaisquer diferenças entre elas.
Poucas vezes um livro me tocou tão profundamente quanto As Cores do Entardecer. Fiquei horas pensando sobre a história que acabara de ler, soluçando, indignada, incapaz de abandonar esses personagens tão incríveis, tão reais. Nas páginas brancas, leitosas do livro de Julie Kibler, as palavras impressas com tinta preta marcam o contraste de duas etnias e resultam numa belíssima história sobre amor e humanidade - ou a falta dos dois.
"Mas essa noite meu peito se apertou com uma sensação dolorosa de vergonha. Robert havia me salvado de algo que eu mal conseguia imaginar, mas estava proibido de me levar para casa por causa de uma regra que eu nunca havia questionado antes. Li a placa como se fosse a primeira vez: NEGRO, MELHOR NÃO SER APANHADO EM SHALERVILLE DEPOIS DO PÔR DO SOL." (p. 43)
Sinopse: As cores do entardecer - A sonhadora Isabelle e o determinado Robert desejavam, com todas as suas forças, se entregar à paixão que os unia. Mas uma jovem branca e um rapaz negro não poderiam cometer tamanha ousadia em plena década de 30, em uma das regiões mais intolerantes dos Estados Unidos, sem pagar um preço muito alto.
Diante dos ouvidos atentos da cabeleireira Dorrie, a história do amor trágico e proibido se desdobra, enquanto mudanças profundas se instalam em sua própria vida. Com personagens humanos e, por isso mesmo, memoráveis, As Cores do Entardecer mostra que as relações afetivas muitas vezes são mais profundas que os laços de sangue. A cada etapa da viagem de Isabelle e Dorrie, as lições sobre otimismo e fé se multiplicam.
"Olhando para ele agora ficava espantada de alguém achar que lhe faltava alguma coisa. Ele era o par perfeito, exceto pela cor de sua pele, linda e preciosa como a safira negra do anel de casamento de minha mãe. A cor era a única coisa que nos mantinha separados. Tal injustiça me fazia querer gritar. Eu queria subir a montanha mais alta que encontrasse e gritar até o mundo enxergar seu erro."
(p. 138)
(p. 138)
Fonte:EditoraNovoConceito|Skoob