Autor: Victoria Aveyard
Editora: Seguinte
Páginas: 344
Gênero: Distopia, Contos
Gênero: Distopia, Contos
País: EUA
ISBN: 9788565765923
Classificação: ★★★★★
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O primeiro conto fala sobre a rainha Coriane, primeira esposa de Tiberias VI. Descrevendo sua vida antes da monarquia, temos acesso a trechos de seu diário pessoal e, assim, vamos entendendo a cabeça de uma jovem que não queria nada além de ajudar aos outros e ser feliz. O peso da convivência na alta sociedade e as responsabilidades que sua posição social trouxeram foram aos poucos comprometendo seus sonhos e, consequentemente, sua vida.
Sua inocência e o interesse do príncipe em sua mão, fez com que a jovem garota atraísse para si muita atenção indesejada. Seu destino não é segredo. A loucura a consumiu e sua história de amor que poderia ser um conto de fadas, acabou com um final nada feliz. É uma história emocionante e conhecer a mente de Coriane foi algo muito intenso, foi, - definitivamente -, meu conto preferido e machucou meu coração.
Já na segunda história, somos formalmente apresentados à Guarda Escarlate, o grupo rebelde que tem como objetivo libertar os vermelhos da escravidão. Sua organização, antes mantida sob o maior segredo vai aos poucos se revelando e conhecemos, pelo ponto de vista de Farley, alguns de seus integrantes e suas ideologias. O incrível Shade Barrow é um deles.
Com voz e focos narrativos bem diferentes em cada um dos contos, Victoria Aveyard expõe dois pontos de vista opostos: o de uma prateada e o de uma vermelha. De cores diferentes, ambas têm vivências extremamente diferentes, mas não são felizes pelo mesmo motivo: o regime político. Coriane e Farley são peças insignificantes presas numa engrenagem muito maior que não se importa com suas opiniões e muito menos com sua felicidade, apenas com o poder.
A Rainha Vermelha é uma distopia basicamente política, assim como o livro com o qual é frequentemente comparada - Jogos Vorazes. A saga trata, principalmente, da união das classes menos favorecidas para derrubar um sistema ditatorial. Os vermelhos foram "escravizados" pelos prateados, seres poderosos (em todos os sentidos) e que se julgam superiores. O tema, que continua em alta, é popular entre os jovens que percebem traços dessas distopias nos atuais regimes políticos vigentes e se sentem inspirados a lutar por seus direitos, assim como nas histórias, para mudar sua própria história.
No livro, há também um trecho de A Espada de Vidro, próximo livro da saga que será lançado aqui no Brasil ainda este mês. História, diagramação, revisão, um mapa de Norta e um conjunto de capas incríveis fazem, - não só de Coroa Cruel -, mas da série como um todo, uma grande obra literária. É outra distopia que precisa ser lida, não é mais do mesmo, é mais uma forma de misturar ficção, realidade e política para os jovens. A Rainha Vermelha é, acima de tudo, um livro sobre força, coragem e esperança. Vamos nos levantar, vermelhos como a aurora!
"Apesar de não gostar da maioria das histórias do irmão, ela guardava a crescente coleção em prateleiras limpas, em ordem alfabética rigorosa, com as lombadas de couro voltadas para fora a fim de exibir os títulos. Quase nenhum seria tocado, aberto, lido - uma tragédia que nem mesmo Julian era capaz de encontrar palavras para lamentar. Não existe nada tão horrível quando uma história não contada." (p. 9)
Sinopse: Duas mulheres — uma vermelha e uma prateada — contam sua história e revelam seus segredos.Em Canção da Rainha, você terá acesso ao diário da nobre prateada Coriane Jacos, que se torna a primeira esposa do rei Tiberias VI e dá à luz o príncipe herdeiro, Cal — tudo isso enquanto luta para sobreviver em meio às intrigas da corte.
Já em Cicatrizes de Aço, você terá uma visão de dentro da Guarda Escarlate a partir da perspectiva de Diana Farley, uma das líderes da rebelião vermelha, que tenta expandir o movimento para Norta — e acaba encontrando Mare Barrow pelo caminho.
Esta edição traz, ainda, um mapa de Norta e um trecho exclusivo de ‘Espada de Vidro, o aguardado segundo volume da série A Rainha Vermelha.
"(...) Ela estava feliz à sua própria maneira, o máximo que conseguia.
Mas há diferenças entre uma vela solitária na escuridão e o clarão do sol." (p. 54)