Autor: Sylvia Day
Editora: Paralela
Páginas: 256
Gênero: Ficção, Erótico, Soft-porn
País: EUA
ISBN: 9788565530194
Classificação: ★★☆☆☆
_______________
No segundo volume da série
Crossfire, Sylvia Day continua narrando a saga romântica, sexual e surreal de Eva Tramell e Gideon Cross.
O relacionamento conturbado evoluiu para uma espécie de namoro e os sentimentos
intensos entre os dois se solidificaram desde o fim do primeiro livro. As
brigas frequentes e disposição infinita para o sexo continuam irritantes, mas a
narrativa evolui um pouco e perto do final do livro encontramos um pouco de
ação.
Se pudéssemos tirar umas vinte
cenas de sexo desnecessárias, elas não fariam a menor falta. Como em seu
antecessor, ‘Profundamente Sua’ peca pelo excesso. Sem grandes novidades até
boa parte do livro, não há muito que comentar sem dar spoilers. Eva continua
sendo insuportavelmente insegura e Gideon insuportavelmente perfeito - o típico
clichê hot elevado à décima potência.
O passado obscuro de Cross vai
aos poucos sendo revelado e descobrimos mais sobre o abuso sexual que ele se
recusa a confessar ter sofrido. As
feridas psicológicas desse abuso continuam presentes em seus sonhos e por mais
que Eva tente ajuda-lo, ele não consegue afastar seus demônios. Por falar em demônios, um antigo
namorado de Eva ressurge e as coisas podem ficar meio complicadas quando ela
começa a se lembrar do passado. Ela conseguiria trocar um relacionamento
intenso e imprevisível por um mais seguro e confiável? Enquanto isso, a
ex-noiva de Gideon continua muito presente na vida dele. Escolhas
precisarão ser tomadas e os dois terão que colocar seus sentimentos à prova.
Preciso confessar que gostei mais
do segundo volume que do primeiro, apesar de muitas coisas terem me incomodado
durante a leitura. Gideon Cross, um cara dominador, que está acostumado a
controlar tudo e todos, se humilha e se rebaixa, come o pão que o diabo amassou
por causa de Eva. Seu comportamento também oscila demais. Às vezes, ele parece
um leão correndo atrás da presa, outras vezes lembra um cachorro lambendo a
própria dona, literalmente. Ele ama tanto (ou, na minha opinião, está tão obcecado por) Eva que chega a dizer que perdoaria uma traição, porque ela tem o direito de amar querer outro cara de vez em quando. *Oi?!
Resumindo, a única coisa
interessante na série de Sylvia Day, - Gideon Cross, um personagem emblemático,
extremamente sensual e que exala confiança - perde aos poucos sua essência e
começa a ser domesticado, se sujeitando a coisas que poucos homens aceitariam.
Em alguns momentos eu me perguntei se a relação dos dois não é doentia demais. Isso sem falar nas milhares de cenas de sexo a todo momento e em qualquer lugar.
Mais uma vez preciso alertá-los:
se vocês esperam encontrar complexidade, uma boa história ou um romance, sugiro
que procurem outro livro. Os livros de Sylvia Day fornecem uma distração, falam
bastante sobre sexo, exalam sensualidade e entretêm um público que gosta de ler
sobre o tema, mas não podem gerar maiores expectativas. Sua escrita evoluiu desde o primeiro volume, mas os livros ainda estão longe de serem considerados bons.
"- Strip poker pode ser divertido...
- Pra você.
Ele foi descendo uma das mãos e apertou minha bunda.
- E pra você também. Você sabe como eu fico quando tira a roupa.
Dei uma olhada de relance para meu corpo totalmente vestido.
- E quando não tiro também." (p. 78)
Sinopse: Gideon Cross. Ele é tão bonito e perfeito do lado de fora quanto é danificado e atormentado no interior. Ele era uma chama brilhante e ardente que me chamuscou com o mais escuro dos prazeres. Eu não poderia ficar longe. Eu não queria. Ele era o meu vício... meu desejo... todo meu. Meu passado foi tão violento quanto o dele, e eu estava tão machucada. Nós nunca iríamos ser normais. Era muito difícil, muito doloroso... exceto quando era perfeito. Aqueles momentos em que a voragem do amor desesperado eram a loucura mais requintada. Fomos completamente subjugados pela nossa necessidade. E a nossa paixão nos levaria além dos nossos limites para a mais doce borda da mais nítida obsessão.
"- Seu papel era ficar do lado dele, de qualquer maneira.
- Gideon era um menino problemático. Fazia terapia para superar a morte do pai, estava desesperado por atenção. Você não sabe como ele era naquela época.
- Sei como ele é hoje. É um homem magoado e ressentido, que não sabe dar valor a si mesmo. E em boa parte por culpa sua.
- Vá para o inferno. - Ela se virou e saiu andando.
- Já estou lá. - Gritei para as costas dela. - Assim como seu filho." (p. 223)
Fonte:EditoraPlaneta|Skoob