Autor: Sylvia Day
Editora: Paralela
Páginas: 280
Gênero: Ficção, Erótico, Soft-porn
País: EUA
ISBN: 9788565530118
Classificação: ★☆☆☆☆
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Extremamente erótico, vulgar e irreal. O primeiro volume da
trilogia Crossfire foi uma decepção sem tamanho. É impossível não compará-lo com o precursor dos chamados 'soft-porns', Cinquenta Tons de Cinza. Ambos partem de uma trama demasiadamente parecida,
porém nesse livro o sadomasoquismo não é o tema central. Confiança, abuso,
controle e submissão são explorados num nível um tanto quanto superficial, mas
já surtem um efeito melhor do que toda a trilogia de E. L. James (para vocês perceberem o quanto eu odeio Cinquenta Tons).
{Atenção: essa
resenha não é recomendada para menores de 18 anos.}
A narrativa pode parecer repetitiva e na verdade é. Os
principais elementos são os mesmos: uma mulher comum que se apaixona por um
bilionário lindo-maravilhoso-gostoso, suas inseguranças e as tendências
dominadoras e possessivas dele, no sexo e no cotidiano. O grande diferencial é
que no livro de Sylvia Day, ambos os protagonistas têm traumas no passado e
juntos terão que resolvê-los para fazer esse relacionamento dar certo. Grande parte do tempo ele não dá certo e quando dá... é porque Eva está dando. Se é que vocês me entendem.
O conteúdo erótico do livro é, na minha opinião, maior do
que o necessário. A autora peca pelo excesso. O personagem principal é perfeito
demais, tem dinheiro demais, é confiante demais, os problemas dos dois são
parecidos demais para serem coincidência, eles são tarados demais, todo mundo
na cidade é bonito demais, ou seja, as coisas são surreais.
Em alguns momentos eu me questionei: ‘Será que Sylvia Day é
uma pessoa normal, que faz sexo? Que tipo de sexo é esse que ela descreve? Não
há limites. Os dois não cansam, são insaciáveis e ultrapassam os limites que
qualquer pessoa saudável (que não é mais virgem) sabe que existe para transas
consecutivas, orgasmos múltiplos e apetite sexual. Como aconteceu quando eu li
Cinquenta Tons de Cinza, eu me senti vendo/lendo um filme pornô, onde tudo é
falsificado e exagerado.
Na narrativas conheceremos Eva Tramell e sua vida
problemática: vítima de abuso sexual na infância, ela convive com as sequelas
desse tempo. Sua mãe é uma mulher controladora e egoísta, que mais atrapalha do
que ajuda. Quando encontra um novo emprego, Eva vê a oportunidade perfeita para
ganhar um pouco de liberdade e seguir em frente. Em seu primeiro dia de
trabalho, porém, ela conhece um cara incrivelmente atraente que vai pôr tudo a
perder.
Esse ‘cara’ acaba sendo o Gideon Cross, o dono do prédio
onde Eva trabalha. Ele ‘coincidentemente’ também é dono de uma rede de
academias, de uma rede de hotéis, de restaurantes, enfim... ele é dono de tudo
o que se possa comprar. Sua primeira abordagem, porém, é prepotente e arrogante
e Eva acha que ele também está tentando comprá-la. Apesar da evidente atração
física, Eva dá uma de difícil e recusa a oferta inesperada de sexo que Gideon
faz a ela no elevador. “O que eu preciso fazer para comê-la?” Sim, claro, porque isso é algo que todas
nós ouvimos todos os dias. Algo super comum e que acontece o tempo todo.
Com o tempo, a garota cede aos encantos do bilionário e os
dois transam loucamente. No carro, no sofá, no escritório, na casa de outras
pessoas, no elevador, em qualquer lugar. O problema é que as inseguranças de
Eva surgem a todo momento. Estar com
um cara público, podre de rico e mulherengo como Gideon, por incrível que
pareça, começa a ter suas desvantagens. A mocinha nessa saga não é tonta, é ninfomaníaca e sente tesão até pela torradeira.
Personagens insuportáveis como a própria protagonista não faltam. Monica Stanton, mãe de Eva, é um verdadeiro chute nas partes íntimas. A megera só liga para dinheiro e quer que a filha se exploda. Cary, o melhor amigo da protagonista, consegue ser ainda mais imbecil. Um rapaz, 'absurdamente bonito' que é bissexual, gosta de um cara, transa com uma menina, pratica orgias e só dá conselhos ruins.
Isso sem falar nos próprios protagonistas. Entre as crises de ciúmes, insegurança e
faniquitos dos dois, não acontece absolutamente nada. Cenas eróticas intensas e de linguajar vulgar inundam todos os capítulos. O que foi totalmente desnecessário! Se a proposta do livro era 'ampliar o seu vocabulário sexual' ele se sai bem. Mas o Multishow depois das onze tem mais história. O livro se resume a isso e se
você espera muito mais do que apenas sexo, vai se decepcionar.
"- Você está dormindo com alguém? (...)
- Por que você está me perguntando isso? (...)
- Porque eu quero comer você, Eva. Então preciso saber se existe alguém atrapalhando meus planos." (p. 29)
Sinopse: Eva Tramell tem 24 anos e acaba de conseguir um emprego em uma das maiores agências de publicidade dos Estados Unidos. Tudo parece correr de acordo com o plano, até que ela conhece o jovem bilionário Gideon Cross, o homem mais sexy que ela - e provavelmente qualquer outra pessoa - já viu. Gideon imediatamente se interessa por Eva, que faz tudo o que pode para resistir à tentação. Mas ele é lindo, forte, rico, bem-sucedido, poderoso e sempre consegue o que quer - Eva acaba se entregando. Uma relação intensa começa. O sexo é considerado por eles como incrível. Capaz de levar os dois a extremos a que jamais tinham chegado. E, então, eles se apaixonam - o que pode ser tanto a chave para um futuro feliz quanto a faísca que trará de volta os traumas do passado.
"- Eu te amo, Gideon.
- Meu Deus - Ele me olhou como se estivesse enojado. Se era comigo ou com ele mesmo eu não sabia. - Como você pode me dizer uma coisa dessas?
- É a verdade.
- Você só está vendo isso aqui. - Ele apontou para seu corpo. - Não está vendo tudo o que existe de perturbado e traumatizado aqui dentro." (p. 233)
Fonte:EditoraParalela|Skoob